As línguas e o “Bessias” de Lula entre Floriano e Alcolumbre

 

Lula, Davi Alcolumbre, Floriano Peixoto, Janja e Michelle Bolsonaro (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Desde Floriano Peixoto

Em seu auge, nos dois primeiros governos, entre 2003 e 2010, Lula dificilmente cometeria o erro pragmático de perder as duas Casas Legislativas da República. A última vez que o Senado rejeitou uma indicação presidencial ao STF foi em 1894, há 131 anos, no governo Floriano Peixoto. É um peso histórico relevante. Como Davi Alcolumbre é um relevante contrapeso presente.

 

Maldades e maldades

Hoje improvável, a rejeição do Senado à indicação de Messias ao STF seria catastrófica a Lula na busca da reeleição. Mas é provável, por exemplo, que o Senado aprove e ponha ainda mais jabutis no Projeto de Lei (PL) Antifacção do governo. Aprovado na Câmara após ser moldado por Guilherme Derrite (PP/SP) a mando do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP).

 

“Bessias” é “terrivelmente evangélico”

Messias é o “Bessias” (confira aqui) que a divulgação da ligação da então presidente Dilma Rousseff (PT) e Lula, para tentar livrar este da Lava Jato, tornou famoso em 2016. O fato de o indicado de hoje ao STF ser tão “terrivelmente evangélico” quanto André Mendonça por Jair Bolsonaro (PL) em 2021, pode ter (confira aqui) pragmatismo eleitoral. Se mais ou menos que a pauta do Senado, o tempo dirá.

 

Janja, Michelle e as línguas

Caso Messias seja aprovada ao STF no Senado, Janja não deve celebrar nas línguas do rito neopentecostal, como Michelle Bolsonaro fez na aprovação de Mendonça. Barrada em repartições públicas por Lula (confira aqui), sob silêncio da esquerda identitária, a linguagem neutra poderia ter difícil tradução a “todes” que expressam sua fé em glossolalia, a língua atribuída aos anjos.

 

 

 

Tranquilidade?

No mundo dos homens, parece prevalecer hoje em Lula o trauma da prisão. Pelo qual ter nomes da sua confiança pessoal no STF parece garantir um sono mais tranquilo. Às portas da cadeia, Bolsonaro que o diga. Mas perder o apoio do Senado, com a Câmara já perdida, pode gerar muita intranquilidade até 2026 ao atual ocupante do Palácio do Planalto. A ver.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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