Ao Senado, Castro fala em desistir e PT de Bené lança Neguinho

 

Flávio Bolsonaro, Cláudio Castro, Rodrdrigo Bacellar, Washington Quaquá, Neguinho da Beija-Flor e Benedita da Silva (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Quem ao Senado com Flávio?

Em todas as pesquisas (confira aqui e aqui), o senador Flávio Bolsonaro (REP) é favorito à reeleição pelo estado do Rio em 2026. Pela segunda cadeira que os fluminenses também elegerão ao Senado, a disputa nas intenções de voto é mais acirrada. Entre nomes como o do governador Cláudio Castro (PL) e da deputada federal Benedita da Silva (PT).

 

Castro desistiu?

O que as pesquisas não são capazes de projetar são as movimentações do tabuleiro político. Dentro disso, surpreendeu a posição de Castro revelada na quinta (2) pelo jornalista Thiago Prado, editor de política de O Globo. Segundo ele, desde segunda (29), o governador do RJ (confira aqui ou aqui) está desistindo de disputar uma cadeira ao Senado pelo PL em dobrada com Flávio.

 

Com Alcolumbre na posse de Fachin

A desistência de Castro teria sido revelada por ele ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), na última segunda. Quando o governador, mesmo sendo bolsonarista de ocasião, esteve em Brasília para a posse do ministro Edson Fachin como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Governador até o fim?

“Se fosse hoje o dia da tomada da minha decisão, não seria mais candidato ao Senado. Completaria o meu mandato até o dia 31 de dezembro de 2026”. Foi o que afirmou Castro na terça (30), em almoço na Zona Sul do Rio.

 

E Bacellar na história?

Caso cumpra o mandato de governador até o fim, Castro poderia inviabilizar a pré-candidatura a governador do presidente campista da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). Que precisaria concorrer no cargo para ter chance contra o favoritismo do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) em todas as pesquisas, até aqui, ao Palácio Guanabara.

 

Folha na quarta, Globo na quinta

“Castro e Bacelar estão completando 90 dias sem se falar. Nesse período, o presidente da Alerj se fechou, deu a entender que também desistiria da candidatura a governador, mas a manteve viva. Aconselhado pelo ex-governador Sérgio Cabral, aprovou um pacote de Segurança Pública no Legislativo”, disse O Globo na quinta. Como esta coluna havia adiantado (confira aqui) desde quarta (1º).

 

Quaquá lança Neguinho

Além de Castro, quem também pode ter complicações para manter sua candidatura ao Senado é Benedita. Dentro do seu próprio partido, o voluntarioso Washington Quaquá, prefeito de Maricá, lançou o popular puxador de samba Neguinho da Beija-Flor pré-candidato a senador pelo PT do RJ.

 

Amigo de Bené que dispensa inimigos

“Vamos construir um projeto de desenvolvimento econômico para o estado do Rio que saia da ‘zona sulzinha’, da Praça São Salvador. Neguinho vai ser o primeiro cara do samba a entrar no Congresso Nacional. Vai ter gente de favela no Senado”, defendeu Quaquá. Com um amigo como ele no PT, Benedita não precisa de inimigos na direita. Nem fora do seu partido.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Wladimir fica prefeito até 2028 e lança Tassiana a federal em 2026?

 

Caso Wladimir fique prefeito até 2028 para lançar a esposa, Tassiana, a deputada federal em 2026, o que hoje é o mais provável, espelhará Macaé, onde o prefeito Welbert cumprirá o mandato até o fim e deve lançar o irmão Márcio à Câmara dos Deputados (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Wladimir fica prefeito com Tassiana a federal

“Não falta combinar só com os russos, mas com o russo aqui também. Acho que não vou sair e Tassiana (PL) será candidata a federal”. Foi o que disse à coluna o prefeito Wladimir Garotinho (PP) sobre a possibilidade de antecipar a eleição a presidente da Câmara Municipal a fevereiro, visando sua saída da Prefeitura até 4 de abril para se candidatar em outubro de 2026.

 

Após Prefeitura, secretaria estadual?

Cogitado para se lançar a deputado federal ou a vice-governador, na chapa do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) ou do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), a possibilidade mais forte, hoje, é que Wladimir conclua seu mandato de prefeito até 2028. Com a possiblidade de depois ser secretário de estadual, caso se eleja governador Paes ou Reis.

 

Pré-candidaturas de Wladimir

Se ficar como prefeito até o final do mandato, Wladimir lançaria sua esposa, Tassiana, a deputada federal. E dividiria seu apoio às pré-candidaturas à Alerj de Bruno Dauaire (União), deputado estadual licenciado e secretário estadual de Habitação; do hoje deputado federal Caio Vianna (PSD) e de Thiago Virgílo (Podemos), presidente da Codemca.

 

Sem antecipar mesa diretora

Caso não saia a nada, Wladimir não precisaria antecipar a eleição da mesa diretora da Câmara de Campos, que pode ocorrer até dezembro de 2026. Nem pela reeleição do atual presidente, Frederico Rangel (PP), nem para outro nome do grupo “na cerca” pelo cargo. Como os edis Wainer Teireira (PP), hoje secretário de Administração e RH, e Juninho Virgílio (Podemos).

 

“Já combinou com os russos?”

Todos esses planos, como a coluna advertiu (confira aqui) na quarta (1º), esbarram na ressalva do gênio do futebol Mané Garrincha ao técnico Vicente Feola, antes de pegar a União Soviética na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, primeira das cinco do Brasil: “O senhor já combinou com os russos?” Segundo Wladimir, aloirado e de olhos claros, não combinaram nem com ele.

 

Wladimir espelha Welberth

Caso decida concluir o mandato de prefeito, Wladimir seguirá o exemplo de outro alcaide da região, Welberth Rezende (Cidadana), de Macaé. Também cogitado a 2026 como vice numa chapa a governador encabeçada por Eduardo Paes, ou como possível candidato a deputado federal, Welberth decidiu seguir como prefeito macaense até o final de 2028.

 

Esposa em Campos, irmão em Macaé

As pré-candidaturas de Tassiana a federal e de Bruno, Caio e Thiago a estadual, também lembram o arranjo de Welberth em Macaé para 2026. Que, como Wladimir com a esposa, deve lançar o irmão, Márcio Rezende (Cidadania), à Câmara dos Deputados.

 

Nomes de Welberth à Alerj

Além de Márcio a federal, como a coluna adiantou (confira aqui) em 17 de setembro, Welberth deve apoiar quatro nomes à Alerj em 2026. Hoje, seriam o presidente da Câmara Municipal, Alan Mansur (Cidadania); o também edil Cesinha (Cidadania), o secretário municipal de Saúde Dr. Lucas (Cidadania) e a secretária de Ensino Superior de Macaé, a ex-vereadora Iza Vicente (Rede).

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Edmundo Siqueira — Um FDP! doce, mas travado em impasse

 

Reunião na quarta (1º) sobre o FDP!, no Museu Histórico de Campos, contou com representante da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, mas não com a sua presidente, Fernanda Campos (Foto: Rodrigo Silveira/Folha da Manhã)

 

 

Edmundo Siqueira, servidor federal, jornalista e blogueiro do Folha1

Um FDP! doce, mas travado: o impasse de um festival genuinamente campista

Por Edmundo Siqueira

 

O Festival Doces Palavras (FDP!) nasceu em Campos dos Goytacazes com a pretensão de ser mais que uma feira literária: uma praça pública ocupada por livros, doces, música, debates, oficinas e vozes em uma cidade que carece de entendimento próprio, que permitiu o apagamento de vários de seus patrimônios históricos — materiais e imateriais. O FDP! deu certo.

Em edições anteriores, o FDP! conseguiu levar o público para a arena literária e provou que Campos pode se reunir em torno de algo além de campanhas eleitorais, procissões religiosas e crises pelas oscilações do preço do petróleo.

Criado em 2015, o Festival Doces Palavras (FDP!) firmou-se no calendário de eventos de Campos como uma alternativa cultural, inicialmente nos anos em que a Bienal do Livro não era realizada. A responsável pelo evento é da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), sempre com a participação da sociedade civil.  Em todas suas edições até aqui, a curadoria é por conta da Associação de Imprensa Campista (AIC) e da Academia Campista de Letras (ACL). E participam diversas outras entidades literárias e culturais da cidade, sempre de forma voluntária e gratuita.

Na edição de 2019, a Prefeitura não participou. Para que o FDP! não morresse, a sociedade civil abraçou o evento e o realizou com uma programação descentralizada, ocorrendo durante um mês, em vários espaços culturais  de Campos. Já em 2021, foi retomada a realização por parte do poder público, que precisou planejar atrações híbridas por conta da pandemia da Covid-19.

 

O FDP! atual

Neste ano, o FDP! encontra uma situação semelhante à de 2019. Embora a Prefeitura, através da FCJOL, não se negue a promover o evento, alega dificuldades orçamentárias para sua execução.

Inicialmente marcado para o período de 24 a 28 de setembro, foi adiado por decisão da municipalidade para novembro, de 5 a 9. A curadoria do evento já havia convidado os palestrantes e demais participantes para o evento, atendendo a uma programação já feita, e precisou remarcar. Muitos desistiram de participar, alegando problemas de agenda.

No último dia 22 de setembro, uma reunião na ACL com a participação da presidência da FCJOL, foi dito que havia um pedido de recursos junto à secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa. Através da plataforma Desenvolve Cultura, ela apoia iniciativas dessa natureza em todo o estado.

Segundo informações da presidente da FCJOL, Fernanda Campos, o projeto número 74.088 estava pronto para aprovação junto ao estado. E aguardava a liberação dos recursos após análise da secretaria. A plataforma estadual é estruturada em lei de incentivo fiscal, onde empresas aportam recursos que seriam usados no pagamento de impostos. Apoiando o FDP! estaria a empresa “Dom Atacadista”, segundo informações do prefeito de Campos Wladimir Garotinho.

— Já temos o recurso incentivado, pelo Dom Atacadista, o Estado não está liberando a fruição (continuidade e liberação). Já temos a carta de patrocínio, o projeto não está parado e o estado libera caso a caso. Eu não quero ser leviano, mas parece ter gente travando recursos (do estado) para Campos.

O interior do Rio, historicamente, tem dificuldades em receber eventos culturais relevantes e incluir os criados pelas cidades no calendário estadual. Embora as leis de incentivo nacionais como a Paulo Gustavo e Aldir Blanc tenham mudado um pouco esse cenário, os labirintos burocráticos e as disputas políticas entre capital e interior no Rio de Janeiro parecem continuar atravancando o avanço de projetos.

Na última semana, a Câmara de Vereadores foi procurada para que apoiasse o evento. Em reunião com participação do vereador Dudu Azevedo (REP), que possui experiência em realização de eventos, o presidente da Câmara, Fred Rangel (PP), foi taxativo: não há como apoiar financeiramente o FDP!. Segundo Rangel, o Legislativo não teria caminho orçamentário para aplicar os recursos na realização do Festival.

Em ato contínuo, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) foi instada a apoiar o evento. A reitora Rosana Rodrigues e o diretor de Cultura, Giovani Gomes, mostraram imediata disposição em ajudar, mas paira no ar o receio de “atropelar” a FCJOL, órgão oficial da Prefeitura.

Enquanto isso, em resposta oficial através da Secom, o estado disse que “o projeto Festival Doces Palavras foi submetido ao Sistema Desenvolve Cultura em 29 de agosto (…) o valor solicitado é de R$ 210.000,04”. E continua, em dado alarmante para a realização do evento em tempo hábil:

— Será (o projeto) analisado pela Comissão Avaliadora de Projetos (CAP) no dia 9 de outubro, conforme prazo estabelecido pela Resolução 89/2020. No entanto, o proponente ainda não anexou ao sistema a declaração de patrocínio, documento obrigatório para a liberação do recurso. Assim, mesmo que o projeto seja aprovado pela CAP, sua fruição só poderá ocorrer após a apresentação da referida declaração.

Procurado, o prefeito de Campos disse “não ser verdade” que o documento não foi entregue.  E que ele próprio havia buscado o documento com o representante do Dom Atacadista, que teria sido encaminhado ao estado há cerca de 30 dias.

 

Dilemas do interior do Rio

No fim, o Festival está diante de um dilema clássico: entre vontade de apoio e a prática da execução, quem segura a caneta? A cidade já viu outras iniciativas culturais morrerem na praia, e caso essa seja uma edição interrompida do FDP!, ficará ainda mais difícil transformar evento em tradição.

O FDP! já mostrou que não é invenção de meia dúzia de idealistas. É um direito de Campos, e produziu resultados não apenas artísticos e literários, como turísticos e de movimentação econômica. Em um festival genuinamente campista, o embate político entre estado e Prefeitura parece afetar sua realização.

Se a burocracia vencer a palavra, teremos mais uma história campista que termina em silêncio. E o silêncio, em Campos e em todo interior do estado, nunca foi doce.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Juiz Elias Sader Neto se aposenta em Campos e é homenageado

 

Ao centro dos colegas juízes da comarca de Campos, com paletó bege e camisa azul clara, juiz Elias Pedro Sader Neto (Foto: Intagram da Amaerj)

Natural de Niterói e titular da 3ª Vara da Família de Campos entre 2007 e  2025, Elias Pedro Sader Neto foi homenageado pelos colegas juízes da comarca e da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) em sua aposentadoria da magistratura, na última terça (30).

Antes de Campos, Elias já tinha atuado como juiz titular nos municípios vizinhos de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Conceição de Macabu e, no Noroeste Fluminense, em Itaperuna. Ingresso na magistratura em 1998, com 27 anos de carreira, atuou também como juiz na cidade do Rio de Janeiro e em sua Niterói natal.

Além do direito e da carreira de juiz, Elias é também formado em teologia. E ordenado pastor da Igreja Batista de Campos, embora não exerça atualmente o ministério.

 

50 anos na imprensa de Campos no Folha no Ar desta sexta

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Professor, historiador, ambientalista e escritor, Arthur Soffiati fecha a semana do Folha no Ar nesta sexta (3), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Ele falará sobre seus 50 anos de colaboração como articulista com a imprensa de Campos, que se completa neste domingo (5). Também falará sobre o papel da academia e do jornalismo no tempo da pós-verdade e da disputa de “narrativas” nas redes sociais.

Por fim, Soffiati analisará o ineditismo na História do Brasil da condenação (confira aqui) de um ex-presidente, três generais do Exército e um almirante da Marinha por tentativa de golpe de Estado.

Quem quiser participar do Folha no Ar desta sexta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Incrições abertas para curso de oratória com Andral Tavares Filho

 

(Arte: JCI Campos dos Goytacazes)

 

A JCI Campos dos Goytacazes (antiga Câmara Júnior de Campos) está com inscrições abertas para um curso de oratória ministrado pelo advogado Andral Tavares Filho. Que é professor da área nos cursos de direito e jornalismo do Centro Universitário Fluminense (Uniflu) e ex-presidente da OAB-Campos.

O curso será realizado presencialmente das 8h às 18h de 11 de setembro, um sábado, no prédio do Uniflu (antiga FDC), na rua Marechal Deodoro, nº 53-1, Centro. Serão 20 vagas, no valor é de R$ 159,50 por participante, com parcelamento em até 12x e recursos revertidos à JCI. Abertas até o dia 9, as inscrições podem ser feitas aqui.

— Trata-se de um curso de oratória voltado para ajudar as pessoas a encararem com naturalidade o ato de falar em público. Através de uma metodologia participativa que inclui exercícios, dinâmicas de grupo, trocas de experiências e debates, o curso tem foco em dicas práticas, como aprimorar a dicção e saber usar a tribuna e o microfone, que ajudam bastante a melhorar a performance de quem fala em público — explicou Andral Tavares Filho.

 

Pós-Trump e pró-anistia a Bolsonaro, Tarcísio vive dilema a presidente

 

Donald Trump, Lula da Silva, Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Edson Fachin, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Eduardo Leite (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Tarcísio antes de Trump

Na eleição que puxará todas as outras em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), pintava como favorito a presidente nas pesquisas de 2025. Até o turning point (“ponto de virada”) de 9 de julho, com a carta do presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando taxar o Brasil por conta do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Lula antes de Trump (I)

Até a carta de Trump, o presidente Lula (PT) vinha em queda gradativa de aprovação de governo e de intenção de voto em todas as pesquisas. A partir da Quaest do início de junho, o jornalista Thomas Traumann, ex-ministro da Comunicação do governo Dilma Rousseff (PT), chegou a afirmar (confira aqui): “A pesquisa mostra que Lula deixou de ser favorito para a eleição de 2026”.

 

Lula antes de Trump (II)

Naquela Quaest de junho, Lula não ia além do empate numérico ou técnico, dentro da margem de erro, nas projeções de 2º turno com cinco adversários. Além de Tarcísio e de um Bolsonaro já inelegível, também contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores do Paraná, Ratinho Jr. (PSD); e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).

 

Cego em tiroteio

A partir da carta com as ameaças de Trump e a defesa do interesse nacional jogada no colo de Lula, a direita brasileira ficou mais perdida que cega em tiroteio. Seu nome mais forte, Tarcísio passou a ser tachado não só de entreguista pela esquerda, como atacado também pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), nos EUA para trabalhar por sanções contra o Brasil.

 

Fiel da balança em 2018 e 2022

Além de governar o principal estado da União, econômica e eleitoralmente, Tarcísio era considerado o nome mais competitivo da direita pela capacidade de atrair os votos do centro. Os mesmos que, em 2018, penderam para Bolsonaro no 2º turno e o elegeram presidente. E que, em 2022, penderam para Lula no 2º turno, elegendo-o para o 3º mandato de presidente.

 

Pela anistia e contra a maioria

Pressionado pela condenação de Bolsonaro em 11 de setembro (confira aqui) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, a pecha de “moderado” de Tarcísio começou a desmoronar com a defesa do governador por uma anistia ao ex-presidente. À qual, segundo as quatro pesquisas nacionais de setembro, a maioria da população brasileira (confira aqui) é contrária.

 

Perto de Bolsonaro e longe do STF

Após ter chamado o ministro Alexandre de Moraes de “tirano” e o STF de “poder ditador” nas manifestações bolsonaristas de 7 de setembro em São Paulo, Tarcísio foi segunda (29) à Brasília. Onde se encontrou com Bolsonaro em prisão domiciliar. E optou por se ausentar da posse do ministro Edson Fachin como novo presidente do STF, com Moraes de vice.

 

Apostas daqui a 1 ano e 3 dias

Enquanto Lula recupera popularidade nas pesquisas (confira aqui, aqui e aqui) e Tarcísio preferiu visitar Bolsonaro, foram à posse de Fachin outros governadores presidenciáveis: o de Goiás, Ronaldo Caiado (União); o de Minas, Romeu Zema (Novo); e o gaúcho Leite. Ratinho Jr. não foi, mas mandou seu vice-governador. São apostas. Cujas fichas serão tocadas por voto, ou não, daqui a 1 ano e 3 dias.

 

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Sem apoio de Bolsonaro, Bacellar tem pauta bolsonarista na Segurança

 

Rodrigo Bacellar, Cláudio Castro e Carlos Portinho (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Bacellar mira na Segurança

No outro grupo político mais forte de Campos, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, (União), mirou na Segurança Pública para manter acesa sua pré-candidatura a governador. Área na qual tem batido no governador Cláudio Castro (PL). De quem o campista se afastou após exonerar (confira aqui e aqui) o ex-prefeito de Duque Caxias Washington Reis (MDB) da pasta estadual de Transporte.

 

Exonerou Reis e perdeu Bolsonaro

Após abrir seu caminho na linha sucessória de Castro, com o ex-vice-governador Thiago Pampolha (MDB) indo (confira aqui e aqui) para o TCE-RJ em 19 de maio, Bacellar exonerou Washington em 3 de julho. E, por não ter aceitado o pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL) para reconduzi-lo, acabou perdendo (confira aqui) a promessa de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a governador.

 

Afastamento de Castro

A pedido dos Bolsonaro, Castro tentou reconduzir Washington quando voltou da viagem em que Bacellar assumiu como governador. Mas, pressionado pela tropa de choque do presidente da Alerj, acabou confirmando a exoneração (confira aqui) em 10 de julho. Só que, a partir dali, se afastou de Rodrigo. E afastou deste a possibilidade de assumir como governador ainda em 2025.

 

Sem Bolsonaro, pauta bolsonarista

Daí a posição recente de Bacellar de focar na Segurança Pública. Para fazer a Alerj aprovar no dia 23 a reforma da Polícia Civil e a chamada “gratificação faroeste”, gratificação em dinheiro aos policiais civis que matarem bandidos. E, no dia 23, aprovar o projeto que endurece a regra para a saída temporária de presos, a popular “saidinha”.

 

Movimento coordenado com Portinho?

Com o apoio de Bolsonaro perdido pela exoneração de Washington, Bacellar exerce seu domínio da Alerj na busca das pautas bolsonaristas para se manter no jogo eleitoral de 2026. No que tem conseguido, em movimento aparentemente coordenado, o apoio do senador bolsonarista Carlos Portinho (PL).

 

Mira no Senado para atirar em Castro

Junto com Bacellar, o senador passou a mirar a questão da Segurança Pública do RJ na gestão Castro. Não por coincidência, Portinho disputa com o atual governador uma vaga para se candidatar ao Senado em 2026, numa segunda cadeira que seria puxada pelo favoritismo da reeleição de Flávio (confira aqui e aqui) em todas as pesquisas.

 

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