Após os canalhas decretarem precocemente a morte do sonho do vereador petista Renato Barbosa, junto com a fatalidade que colheu sua vida na BR 101, em 23 de setembro, a respota veio com a acachapante vitória do professor Eduardo Peixoto à presidência municipal do PT, no último dia 22, quase um mês depois. Feito candidato com o apoio de Renatinho, Eduardo obteve mais de 60% dos votos e se elegeu como o blog previu (aqui) e noticiou (aqui) com exclusividade. Quem achava que comentário anônimo em blog é voto, teve que esperar passar a ressaca da humilhante derrota para noticiar o resultado só no dia seguinte.
Todavia, como atacar a vereadora Odisséia Carvalho, esposa de Eduardo, e ao próprio Renato, mesmo depois da sua morte, foram artifícios amplamente refutados nas urnas, os derrotados mudaram de tática, simulando uma abertura ao diálogo para tentar levar no papo e na boa intenção alheia aquilo que não conseguem no voto. É aquela velha estratégia gramsciana da revolução passiva, bem definida no ditado popular: Se não pode derrotá-los, junte-se a eles… para depois derrotá-los.
Lógico que o diálogo democrático, entre todas as correntes, mesmo as amplamente minoritárias, é não só uma necessidade, mas uma das características positivas do PT, partido imprescindível à construção de uma via alternativa para Campos, em 2012. Mas que, nessas conversas, Eduardo se lembre daquelas mantidas entre uma dessas minorias derrotadas no PT com o então vereador Renato Barbosa.
Enquanto este se mostrava disposto a ouvir uma pregação de união, desde que o candidato de consenso à presidência do PT fosse um professor desta mesma minoria, arauto da eterna pré-candidatura de outro professor à Prefeitura de Campos, o vereador foi não só poupado de críticas, como até adulado. Bastou, no entanto, ele dizer não à pretensão de que comentários anônimos representem alguma relevância fora dos aquários virtuais de pexinhos autofágicos e egos inflados, que Renato, assim como Odisséia, passou a ser sistematicamente atacado nestes mesmos espaços — cuja superestimação, por responsabilidade política e senso de ridículo, ele se negou a endossar.
Perseguido por essa turma com alcunhas pouco lisonjeiras, como “chuchu”, “cabeça-de-bacalhau”, “quase vereador” e “Kassabarbosa”, Renato foi até criticado, veja só, por trabalhar demais. Nem sua vida pessoal foi poupada. Imediatamente após ter confidenciado ao professor arauto do outro professor, que havia levado sua esposa grávida e os dois filhos para Grussaí, por receio do surto de gripe suína em Campos, ele passou a ser publicamente ridicularizado pelo ato de responsabilidade de qualquer marido e pai que tenha amor à mulher e aos filhos, incluindo um ainda não nascido.
Esse ataque à traição e vil contra sua família, Renatinho nunca perdôou. Poucos dias antes da sua morte, na última conversa pessoal que mantivemos, diante de um amigo comum, ao me relatar o ocorrido, com uma veemência incomum à sua figura afável, mas numa reação plenamente compreensível em qualquer pai de família, ele sentenciou seus pretensos algozes: “São uns canalhas!”
Para o bem do PT e da própria vida política de Campos, as conversas que Eduardo terá que manter com aqueles que derrotou no partido, é pauta de suma importância. Mas, baseado no desabafo de um dos homens e políticos mais íntegros que já conheci, fundamental também não se perder de vista com que tipo de gente se está lidando.
Prezado,
Congratulações pelo belo texto que espelha a verdade sobre os saprófitas que somente concordam com o hospedeiro enquanto lhes é conveniente. Por certo o Professor Eduardo não esquecerá a recente herança deixado por nosso amigo/irmão Renatinho e, principalmente, como espólio político, a força e a união que o grupo que leva o nome dele (e, creio, continuará levando!)demonstraram neste PED do PT, na defesa dos interesses políticos (e sociais)deste exemplo de pólítico que sempre repetia, a cada revés, a folclórica frase que “sou brasileiro e não desisto nunca”.
Cordiais saudações renatistas.
Caro Antonio,
Grato pelas congratulações, que devolvo a vc e a todos os petistas esmagadoramente vitoriosos nas urnas do partido em Campos, pelo empenho em manter vivo o legado de Renatinho, político e homem um universo superior àqueles que pretenderam fazê-lo em vida, e mesmo depois de morto, o alvo público das suas próprias frustações e irrelevâncias.
Agora, “saprófitas”???… (rs) Essa eu tive que consultar o Houaiss: “vegetais que obtêm os nutrientes vitais a partir de matéria orgânica em decomposição”. Palavra nova devidamente apreendida, devo dizer que concordo em gênero, número e grau com sua analogia.
Abraço e grato pela colaboração!
Aluysio
O PT de Campos, esta em boas mãos, o professor Eduardo é suficientemente competente para levar o partido ao seu devido lugar e acima de qualquer coisa unir as forças e separar o joio do trigo. Eduardo é um velho militante, firme, seguro dos seus propósitos e que impulsionado pela liderança forte e massiva de sua esposa a vereadora Odicéa, creio que poderá levar o PT a patamares nunca alcançados e principalmente superar as divergências, eu disse superar, a não elimina-las. Porque são nas divergências internas que nós do PT caminhamos e o pulo do gato é sair do pessoal para o político e para isso ninguém melhor que Eduardo Peixoto, meu velho companheiro
Caro Paulo,
Endossando suas palavras quanto à competência de Eduardo, faço os mesmos votos pela superação (não eliminação) das diferenças internas do seu partido. Mesmo porque, como disse no post, uma via alternativa para Campos em 2012 não se construirá sem o PT, com tudo de bom (e de ruim, como os tais “saprófitas” da analogia do Antonio) que ele tem.
Abraço e grato pela colaboração!
Aluysio