Seja em espaços reais ou virtuais, refletir é ampliá-los. Quem, mesmo sem dar a mínima para decoração, já não percebeu que a instalação de um espelho num aposento contribui para aumentá-lo, literalmente, a olhos vistos? Como o conhecemos hoje, o espelho foi uma invenção veneziana do séc. 13, mas até o séc. 16, dado seu elaborado trabalho artesanal, o instrumento ótico ainda chegava a custar mais que uma pintura do mestre italiano Rafael (1483/1520).
Até que os portugueses abrissem os caminhos do Atlântico, os árabes, que tanto influenciaram o Renascimento na Itália a partir do comércio no Mediterrâneo, desenvolveram ao máximo de refinamento uma solução engenhosa, mas relativamente mais fácil, para usar o reflexo na ampliação dos seus espaços arquitetônicos: o espelho d’água. Quem já teve oportunidade de visitar o Alhambra, complexo de palácios em Granada, no sul da Espanha, último reduto mouro na Península Ibérica, sabe bem do que estou falando.
Quem não teve e quiser conferir o que digo em Campos, basta se entregar ao mesmo deslumbramento proporcionado pelas imagens publicadas aqui, pelo Antonio Cruz, e aqui, pelo Leonardo Berenger, ambos repórteres-fotográficos e blogueiros da Folha. Ciente da valiosa lição de que refletir é ampliar, o blog se cura da “cegueira” de Narciso ao tomar as duas fotos de empréstimo, abaixo…
Atualizado às 2h15 de 29/10/10, antes tarde do que nunca, para corrigir a incorreção na grafia do prédio público mais importante de Atenas, cujo erro ortográfico foi alertado, desde o dia 14, pelo leitor Antonio Carlos Ornellas Berriel
Que linda essa foto da Academia, nunca reparei esse detalhe, parabéns.
Caro Aluysio,
Ambas fantásticas, divinas. Parabéns aos colegas blogueiros e a Folha da Manhã pela visão apurada de vanguarda ao saber incorporar novos entendimentos, percepções e habilidades.
cordialmente,
Luciana Portinho
Bom este trabalho de divulgação das produções fotográficas de Berenger e Cruz!
Belíssimas fotos. Só queria comentar, sem ser chato e já sendo, que o nome correto é Parthenon. Já vi inúmeras vezes o prédio da Câmara ser chamado de cópia do “Pathernon”, então fica o registro.