Embora tenha movimentado o noticário da Folha e dos blogs independentes, a troca de “gentilezas” verbais entre os irmãos Anthony Garotinho (PR) e Nelson Nahim (PPL) é só a ponta do iceberg de uma disputa que vem sendo travada a ferro e fogo nos bastidores da campanha para vereador. Estrategista eleitoral de brilho, ainda que geralmente alheio aos limites éticos, Garotinho estaria investindo pesado para tirar votos de Nahim num dos fortes redutos deste, a 249ª Zona Eleitoral (ZE).
Assim, ao contrário da maioria dos postulantes governistas à Câmara Municipal, que têm reclamado bastante da falta de apoio, os candidatos Thiago Virgílio (PTC) e Miguelito (PP) estariam sendo privilegiados na ajuda às suas campanhas. Não porque elegê-los interessaria mais a Garotinho que outros candidatos da situação, mas porque ambos têm boa penetração em bairros da 249ª, como Pq. Aurora, São Benedito, Capão e Pq. Rosário.
Nahim já usou a tribuna da Câmara para confirmar o movimento de Garotinho para enfraquecê-lo na 249ª. Em relação a Thiago Virgílio, o presidente do Legislativo foi enfático: “Ele recebeu R$ 20 mil mensais, durante boa parte do governo Alexandre Mocaiber (PSB), para aplicar na Ong Grêmio Recreativo Fernando Jamelão, e nunca ninguém do Pq. Aurora viu nada funcionando lá. Garotinho sabe muito bem disso, pois ele e eu denunciamos isso juntos, várias vezes, na rádio. Agora, para tentar me prejudicar, ele é capaz até de esquecer daquilo que dizia ser escandaloso”.
Levadas em consideração as observações de Nahim, baseadas em programas de rádio de até bem pouco tempo atrás, a estratégia de Garotinho parece baseada no velho dito popular: “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Muito embora, no caso, os “amigos” sejam meramente circunstanciais e o inimigo (sem aspas), o próprio irmão.