Homofobia — Outras opiniões

Dentro da polêmica discussão sobre homofobia, suscitada pelas recentes declarações do deputado federal Anthony Garotinho (PR), em sua reincidente e sempre explosiva combinação entre fundamentalismo religioso e política laica, este “Opiniões” cumpre seu papel de tribuna para para democraticamente divulgar outras opiniões, neste e nos três posts subsequentes — duas delas externadas em comentários neste blog e as duas demais publicadas originalmente  em outros espaços virtuais…

  • Caríssimos, Aluysio e José Renato, Bom Dia, como eu disse, em um post anterior, não sou da turma do Garotinho e desejo que ele e seus asseclas, sofram todo o rigor da lei e sejam banidos da vida pública. No entanto, a fala de Garotinho sobre o homossexualismo, comunga com o pensamento da grande maioria dos cristãos no Brasil e em todo mundo. A questão é que vários integrantes da chamada Imprensa Secular vive querendo induzir os leitores ao erro.É muito habitual, entre eles, dizerem que Jesus era e é amor e, por isso, não tinha acepção de ninguém e acolhia a todos. De fato, Jesus não fazia distinção de pessoas e acolhia a todos, mas também repreendia, corrigia e, sobretudo, formava as pessoas. Cristo repreendeu aqueles que queria fazer do seu templo um comércio; questionava seus discípulos quando perdiam a fé, brigou até com o diabo quando este O queria tentá-lo, dentre outras coisas. Outra curiosidade em seu texto, caro Aluysio é restringir a Bíblia, como só existisse o Novo Testamento, mais exatamente os 4 evangelhos, mas não é por aí.Á Bíblia é formada por 73 livros que vão do Gênesis ao Apocalipse. Logo de cara, no Livro do Genesis 1, 27, diz que “Deus criou o HOMEM e a MULHER”, não dois HOMENS ou duas MULHERES ou algo diferente disso.E os criou a Sua imagem e semelhança.Depois tem os textos de Genesis 19,1-29, Rm 1,24-27 que consideram uma depravação grave. Sou jornalista e milito há quase 10 anos, na chamada imprensa religiosa aqui em Campos, e como tal, sou obrigado a estudar doutrina, ler, ser autodidata em alguns momentos, ou seja, tenho que ter base. Na imprensa secular tem-se de quase tudo, gente que fala de esporte, economia, política, análise de conjuntura internacional, questões agrárias, mas quando se chega a temática da religiosidade cristã, é uma tristeza. Mas tem exceções, como o Carlos Ramalhete, do Correio do Povo, em Curitiba e o Blog Ancoradouro, do Jornal “O Povo”, de Fortaleza. Eu li sua resposta ao leitor, mas a ela mostra que infelizmente, tem aqueles que querem propagar um formato herético de cristianismo “light” que adapte ao mundo moderno ou como você mesmo diz “no século XXI”. Mas é preciso que se aprenda que o verdadeiro cristianismo é o da contradição desse mundo, da perseguição, de muitas vezes serem assassinados, ser ultrajado em nome da palavra. O sermão da Montanha ou do monte mesmo disse isso em Mateus 5,11.Sim, Aluysio, Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ela é atemporal, não muda, queiram ou não. Quanto a vitória nos tribunais, é só assim, que eles sabem ganhar, no tapetão, sem debate com a sociedade (onde a maioria não quer), ou seja, não foi democrático. Dá mesma forma, a questão do aborto de anencéfalos, das células tronco embrionárias, da liberação das marchas da maconha, etc. Podem até me chamar de conservador, retrógrado, da idade das trevas, mas o artigo 5º da CF garante a liberdade de crença, de culto e de expressão, o que quer dizer que o Estado não tem uma religião oficial, mas tem um povo religioso. Que Deus abençoe você e sua família.

Publicado originalmente aqui, como comentário deste blog.

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Este post tem 3 comentários

  1. Henrique Mendes

    Estranho nas declarações de Garotinho e naqueles(as) que o criticam ou apoiam é que se fala muito de religião. Fazem verdadeiros sermões sobre o que Jesus disse ou não disse, sobre o que está ou não escrito na Bíblia, se o apocalipse está próximo ou não, e blá blá blá. Mas ninguém sequer se lembra de citar a constituição!

    Vivemos em um país laico ou em uma República Fundamentalista Religiosa? O livro máximo a ser citado em debates que envolvam DIREITOS ou DEMANDAS vindas da sociedade deveria ser a CONSTITUIÇÃO que em seu artigo 3º, inciso IV diz claramente que um dos objetivos da República Federativa do Brasil é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

    Religião fica para o campo privado de cada um, no campo público não interessa quem é cristão, budista, umbandista ou judeu. O debate tem que girar em torno de direitos/deveres e não se um grupo social pode ou não ter acesso à determinadas garantias legais porque isso ou aquilo está escrito na bíblia. E quem não é cristão como fica nessa história? Acho que o debate tem que começar a ser guiado para outras perspectivas do ponto de vista da CIDADANIA dos indivíduos e da LAICIDADE do Estado brasileiro!

  2. Henrique Mendes

    O mais estranho nas declarações de Garotinho e naqueles(as) que o criticam ou apoiam é que se fala muito de religião. Fazem verdadeiros sermões sobre o que Jesus disse ou não disse, sobre o que está ou não escrito na Bíblia, se o apocalipse está próximo ou não, e blá blá blá. Mas ninguém sequer se lembra de citar a constituição!

    Vivemos em um país laico ou em uma República Fundamentalista Religiosa? O livro máximo a ser citado em debates que envolvam DIREITOS ou DEMANDAS vindas da sociedade deveria ser a CONSTITUIÇÃO que em seu artigo 3º, inciso IV diz claramente que um dos objetivos da República Federativa do Brasil é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

    Religião fica para o campo privado de cada um, no campo público não interessa quem é cristão, budista, umbandista ou judeu. O debate tem que girar em torno de direitos/deveres e não se um grupo social pode ou não ter acesso à determinadas garantias legais porque isso ou aquilo está escrito na bíblia. E quem não é cristão como fica nessa história? Acho que o debate tem que começar a ser guiado para outras perspectivas do ponto de vista da CIDADANIA dos indivíduos e da LAICIDADE do Estado brasileiro!

  3. Charlie

    Muito bom o texto de Leniéverson Azeredo ele colocou de forma muito correta toda essa situação na qual uma minoria quer impôr a maioria as suas vontades particulares. E hoje o debate não é mais sobre se alguém concordar ou não mas se a sociedade pode ou não, ser coagida a aceitar tudo isso.

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