Com o devido crédito ao autor, como reza a ética, o blog pede licença ao jornalista Cilênio Tavares para transcrever abaixo seu excelente artigo, hoje publicado na página de opinião da Folha, no espaço dominical antes cativo do também jornalista Aluysio Barbosa. Antes de dividir o texto com os leitores do blog, talvez não seja irrelevante revelar que foi a partir da sua síntese, no início da tarde de ontem, que criei a manchete do jornal de hoje: “Hoje você é o juiz!”, que mereceu elogios, assim como toda a edição de domingo da Folha, por jornalistas do Rio, aqui presentes para a cobertura do sempre controverso processo eleitoral de Campos. Afinal, jornalismo, felizmente, sempre foi e será trabalho coletivo…
Diferença entre o votar e o valer
Por Cilênio Tavares
O voto é secreto. Isso não é novidade pra ninguém. Por isso, prefiro ficar com o direito de não manifestar minha preferência por quem quer que seja, muito embora tenhamos poucas ou quase nenhuma opção de escolha em se tratando de Campos, seja para as agora 25 vagas à Câmara de Vereadores, seja para o Executivo Municipal. Mas uma coisa vem me incomodando nas eleições nos últimos anos. A confusa e sempre complicada interferência do Judiciário no pleito.
E não porque concorde com arbitrariedades, uso da máquina administrativa, compra de votos, enfim, essa zorra toda a que vamos assistindo a cada pleito que se sucede. A irritação se dá pela quase inócua aplicação da lei como deve ser. Se um vereador, prefeito, governador ou simplesmente um candidato é cassado, o procedimento deveria ocorrer em tempo hábil para que se evitasse qualquer dúvida por parte do eleitor na hora de depositar seu voto.
Mas ocorre justamente o contrário.Vamos para mais uma eleição e, mais uma vez, sem saber direito se fulano, beltrano ou sicrano está apto, de fato, a concorrer. Se, depositados nas urnas, os votos para determinados candidatos serão considerados válidos. Ou se, uma vez concorrendo e vencendo, os mesmos poderão ser diplomados e tomarem posse como manda o figurino.
Não adianta fazer campanha de conscientização pelo voto limpo na mídia se as decisões — acompanhadas de protelações provocadas pelos intermináveis recursos impetrados por advogados dos que estão na mira da Justiça Eleitoral — não forem cumpridas em período curto de tempo.
Ninguém aguenta mais ver decisões que num dia cassam um candidato e no outro, o liberam pura e simplesmente. A irritação é sentida em qualquer lugar, seja num bate-papo descontraído num bar ou numa simples viagem de ônibus. São, de uma maneira geral, pessoas indiferentes ao processo, achando que tudo vai dar na mesma e que as coisas vão continuar do mesmo jeito que sempre foram.
Não existe nada pior para um processo eleitoral do que o descrédito. Mas, infelizmente, é o que temos assistido ao longo dos últimos 20 anos em Campos, onde a diferença entre o votar e o valer parecem não fazer diferença diante de tanta gente desiludida com escândalos que não dão em nada.
Parabens pela manchete da Folha da Manhã,muito oportuna.O pior é que continuamos com a dúvida:Quem será o nosso próximo prefeito?
Se fala tanto em duvida,dúvida,dúvida!mas quem tem dúvida?O povo campista mostrou hoje que não tem nenhuma dúvida sobre em quem votar e quem será a próxima Prefeita de Campos.Prova disso é que com quase 70% dos votos validos elegeu a sua governante.Será que mesmo depois desse resultado o blá-blá-blá vai continuar?
D`uma coisa eu sei, a prefeita eleita no primeiro turno governa a cidade sob uma liminar “perene” que nunca é julgada, e ainda foi condenada por um órgão colegiado e num ato de pura astúcia foi julgada monocraticamente por um advogado que virou ministro do supremo num ato de nepotismo do seu primo Fernado Collor de Melo. O Supremo Tribunal Federal prometeu julgar, não monocraticamente mais, o processo ate o fim do ano.
Relembrando que alei da ficha Limpa é retroativa, quando condenada por um órgão colegiado, o que de fato aconteceu.
Pode-se concluir que teremos outra eleição em Campos, já que não houve segundo turno.
Vamos todos votar com nariz de palhaço!
Relembrando que o objetivo do voto não é julgar o condidato, cabe ao judiciário esse feito, sabendo que grande parte dos eleitores não sabe o que é votar com consciência.
Campos o voto de cabresto funciona com força, não tem oposição, não tem fiscalização, temos um a verdadeira ditadora democrática, ou vota ou dança.