Pesos e medidas

Ontem, incluindo o vereador Neco (PMDB), candidato favorito nas pesquisas da disputa à Prefeitura de São João da Barra (SJB), todos os sete políticos do município indiciados pela PF de Campos, em diligência montada em meio à entrevista coletiva do dia anterior, compareceram à delegacia de Campos, mas se reservaram ao direito de ficar calados e só se manifestarem em juízo. A mesma atitude, aliás, já havia sido adotada pela prefeita Carla Machado e pelo vereador e candidato a vice na chapa governista, Alexandre Rosa, ambos do PMDB, após serem presos pela PF na noite da última terça.

No meio jurídico ou mesmo entre os leigos, ficar calado inevitavelmente transmite a assunção de culpa. Assim como um político responder a uma investigação, denúncia ou julgamento dos quais se viu alvo, acusando a Polícia, o Ministério Público ou a Justiça de terem agido por uma motivação política inconfessa. Não foi diferente em todas as condenações que o deputado Anthony Garotinho (PR) já recebeu na Justiça, inclusive a última, como chefe de quadrilha armada. Não é diferente agora, com o inquérito policial que investiga (e se antecipa ao acusar e condenar abertamente) o grupo de Carla por formação de quadrilha.

Todavia, diferente do primeiro caso, ontem as advogadas da prefeita revelaram que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na figura do relator Leonardo Pietro Antonelli, desde 27 de setembro, negou o pedido de prisão preventiva de Carla, Rosa e mais dois políticos do grupo, feito pelo delegado titular da PF de Campos, Paulo Cassiano Júnior, e endossado pelo procurador regional eleitoral, Maurício da Rocha Ribeiro. Ainda assim, o fato é que o TRE negou as prisões que, a despeito disto, se cumpririam cinco dias depois e três meses após serem antecipadas publicamente por Garotinho.

Certo que a abertura de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Carla, Neco e Rosa, aberta desde quinta pelo Ministério Público Eleitoral de SJB, pode trazer problemas futuros aos três, como causou uma Aije aberta em 2008, contra Rosinha Garotinho (PR), gerando suas duas cassações do cargo e uma condenação colegiada no TRE que ainda a enquadra na Lei do Ficha Limpa. Não por outro motivo, o mesmo procurador regional Maurício da Rocha já declarou, em mídia nacional, que se a prefeita de Campos for reeleita amanhã, como foi endossado ontem na última pesquisa Ibope (com 65% dos votos válidos), ela não poderá tomar posse do cargo.

Analisando o que aconteceu em Campos e o que acontece em São João da Barra, em meio a tantas indefinições jurídicas, a única certeza é que, a despeito das ações eleitorais, Carla e seu candidatos a sucedê-la são tão populares quanto é, Paraíba do Sul acima, Rosinha. Se um ou outro grupo, ex-aliados e hoje opositores figadais, usaram ou usam de meios ilícitos para arregimentar eleitores ou apoios, a única coisa que não se pode admitir dos meios públicos de fiscalização, independente das esferas ou suas áreas de atuação, são dois pesos e duas medidas.


Publicado na edição de hoje da coluna Ponto Final, da Folha da Manhã.

A urucubaca de Anthony Matheus, o Garotinho

Alguns políticos do Norte-Fluminense estão receosos em aparecer ao lado do deputado federal Anthony Mateus, o Garotinho (PR), principalmente se forem elogiados. Dizem que ali tem “caveira de burro” que enterra os projetos dos aliados, a maioria depois descartada ou convertida à conta dos inimigos pessoais. Estão falando que é “a urucubaca do Garotinho”.

Esses políticos lembram que, no auge do relacionamento do deputado e sua esposa, prefeita de Campos Rosinha Garotinho (PR), a partir da extinta administração Alexandre Mocaiber, secretários municipais de Campos que foram presos pela Polícia Federal na Operação Telhado de Vidro e acabaram em Bangu 1, hoje são todos governistas. Outro prefeito muito criticado por Garotinho era Beto Azevedo (PMDB), de São Francisco de Itabapoana, que também foi preso, coincidentemente, pela Polícia Federal de Campos. Agora quem está enrolada com a PF local é a ex-queridinha de Garotinho, a prefeita sanjoanense Carla Machado (PMDB), que foi igualmente presa pela Polícia Federal, exatamente como previu o deputado, em 30 de junho, na convenção do seu PR em São João da Barra.

Quem não acredita nessas coisas, urucubaca, maldições, até porque não é supersticioso, pode achar que dá um tremendo azar aparecer ao lado de Garotinho, depois que Rosinha processou a Folha (e perdeu), para não ter o próprio nome associado ao marido e líder político, na campanha de 2008. Mas, mesmo condenado como líder de quadrilha armada pela Justiça Federal do Rio e como ficha suja pelo TRE, Garotinho deveria respeitar mais sua condição de evangélico, antes de querer amaldiçoar aqueles que elege como detratores, dando tanta importância à feitiçaria…


Com base sarcástica no que publicou aqui, em seu blog, Anthony Matheus, o Garotinho.

Para vereador, o ponto de vista do Christiano Abreu Barbosa

Christiano Abreu Barbosa declarou aqui seu voto a vereador por Rafael Diniz (PPS). Por motivos vários, diferente do que cheguei a fazer em outras eleições, não irei publicizar meus votos em 2012. Entretanto, não há em mim razão contrária a nada do que expôs Christiano. Sua opção pessoal, creio, tenha sido orientada por aquilo que entende coletivamente melhor, na crença de que isto existe, naqueles pequenos atos que, ao final de todo dia, nos fazem olhar para cima, talvez pensando encarar Deus, e indagar: “Minhas ações de hoje me fizeram um homem bom? Ou não?”

Creio na crença do meu irmão. Sobretudo creio que, descrer, seria se anular como eco de si mesmo nesta nossa democracia representativa. Seria se anular também diante à sua tribo. Ao fim e ao cabo, seria se anular diante de Deus — ou o que quer que se imagine em seu lugar.

Abaixo, não sem orgulho, em voto confirmado em prosa, a afirmação nas leis e as dúvidas na execução do blogueiro caçula enquanto irmão, primogênito como filho…

Ponto de vista

Declaração de voto

Por Christiano, em 05-10-2012 – 6h12

O meu voto para vereador está definido e será dado para Rafael Diniz, do PPS, número 23100. Minha opção para a necessária renovação da atual Câmara de Vereadores é por um político jovem, ainda virgem em eleições, idealista, filho de um dos melhores políticos que a minha geração já teve, com boas e novas idéias para a nossa cidade, que não faz um trabalho fisiológico atrás de votos, buscando eleitores conscientes.

Tenho alguns amigos e conhecidos que também são candidatos a vereador, uns pela situação, outros pela oposição, sendo alguns deles também boas opções, mas desejo sorte e sucesso para eles e vou seguir o que minha consciência manda.

Já para prefeito estou entre os indecisos, o que mostra desde já a falta de convicção do meu voto a ser dado no próximo domingo. Até segunda-feira estava em dúvida entre 3 opções. Após o debate daquela noite, uma opção se somou a elas. Amanhã verei a gravação do debate da InterTv Planície e espero que ela me dê um bom caminho a tomar. Uma coisa é certa: jamais votarei branco ou nulo.

Justiça bloqueia bens do casal Garotinho e mais 17 por desvio de verba

Aqui, às 0h03, o leitor do blog Roberto Manhães fez o comentário, que, pela relevância do tratado, merece relevância mais releavante de post….

  • Roberto Manhães
  • Justiça bloqueia bens do casal Garotinho e de mais 17 pessoas
    Acusação é de desvio de verba quando Rosinha e o marido foram governadores
    VERA ARAÚJO 5/10/12 – 23H21 – O GLOBO

    RIO – Com o registro de candidatura à reeleição pendente, a prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho (PR) sofreu novo golpe. A Justiça concedeu liminar bloqueando todos os bens dela, do marido Anthony Garotinho e de mais 17 pessoas acusadas de desviarem R$ 1.061.124,63 dos cofres públicos em favor de campanhas eleitorais do casal. Coube ao Ministério Público Federal (MPF) o pedido de tornar indisponíveis os bens móveis e imóveis dos réus para a garantia da devolução do dinheiro. As verbas teriam sido desviadas quando foram governadores do estado do Rio: Garotinho de 1999 a 2002 e Rosinha nos quatro anos seguintes.

    O procurador da República do Ministério Público Federal Edson Abdon Peixoto Filho não quis listar os bens encontrados em nome do casal Garotinho porque o processo está em segredo de Justiça:
    — A decisão para o bloqueio dos bens tomou por base todo o levantamento feito pelo Ministério Público Federal. Houve provas suficientes da ilicitude. Foi criado um esquema que se repetia em todo os estado para financiar a campanha de Anthony e Rosinha Garotinho.
    Dentre os réus, há funcionários e dirigentes das empresas sem fins lucrativos Fundação Escola Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro (Fesp/RJ) e do Instituto Nacional de Aperfeiçoamento da Administração Pública (INAAP). Eles estão envolvidos na contratação irregular, com dispensa de licitação, da Fesp através da CPRM — empresa que presta serviços geológicos —, para o cumprimento de atividade para a qual esta não tinha competência para executar. Por esse motivo, houve a subcontratação de outra empresa, a INAAP pela Fesp, sem que tivesse previsão no contrato originário e novamente com dispensa de licitação. O procedimento foi realizado em janeiro de 2004 para a prestação de serviços necessários à continuidade ou finalização de projetos ,como o sistema de informações sobre contenção de encostas prevenção a inundações no estado.
    Financiadoras de campanha
    De acordo com a ação de improbidade administrativa proposta pelo MPF, os réus atuaram com o objetivo claro de desviar recursos públicos. Isso fica evidente porque as pessoas jurídicas acusadas no processo judicial aparecem em inúmeras apurações como envolvidas em esquemas de financiamento de campanha eleitoral. Além disso, o MPF questiona o efetivo cumprimento das tarefas contratadas, já que tanto a CPRM, Fesp e INAAP não encaminharam documentação de que executaram os contratos.
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    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/justica-bloqueia-bens-do-casal-garotinho-de-mais-17-pessoas-6305419#ixzz28U4WDR2z

    http://oglobo.globo.com/pais/justica-bloqueia-bens-do-casal-garotinho-de-mais-17-pessoas-6305419

A íntegra da última pesquisa Ibope

Divulgada agora há pouco, na segunda edição do RJ InterTV, e agilmente repercutida aqui, no Blog do Bastos, a terceira e última pesquisa Ibope à corrida pela Prefeitura de Campos, encomendada pela Inter TV, do Grupo Folha, confirmou o que todos os campistas, à luz do sol real, já sabiam, desde antes da consulta Ibope anterior, divulgada no último dia 18: mesmo diante do relevante crescimento do candidato petista Mahoul Moussallem (de 11% para 17%) e até do inesperado aumento nas intenções de voto do pedetista Arnaldo Vianna (de 11% para 13%), Rosinha Garotinho (PR) está virtualmente reeleita para o pleito de depois de amanhã. Em que pese a prefeita ter registrado uma pequena queda (de 62% para 60%), sua liderança eleitoral continua esmagadora, com 65% dos votos válidos, mais que suficente para dispensar o segundo turno com certa folga.

Abaixo, segue a íntegra da última pesquisa Ibope…

Chamado de “Bozo” por Garotinho, na hora de falar sério nos debates, o melhor é Zé Geraldo

Chamado de “Bozo” por Anthony Matheus, o Garotinho, na hora de falar sério nos debates, José Geraldo (segundo da dir. à esq., no debate de ontem na InterTV) é o melhor! (foto de Gerson Gonçalo)
Chamado de “Bozo” por Anthony Matheus, o Garotinho, na hora de falar sério nos debates, José Geraldo (segundo da direita à esquerda, no debate de ontem na InterTV) é o melhor! (foto de Gerson Gonçalo)

Costumo dizer que, se o único critério de avaliação fossem as Copas do Mundo, os três maiores jogadores de futebol da história seriam o brasileiro Mané Garrincha, o argentino Diego Maradona e o francês Zinedine Zidane. Pois após assistir parte do debate de ontem, promovido pela InterTV, do Grupo Folha, onde pude constatar a veracidade do que já havia lido nas múltiplas análises sobre os debates anteriores, diria que, fosse me orientar apenas por eles, a melhor opção à Prefeitura de Campos, nas urnas de depois de amanhã, é sem sombra de dúvidas o estreante José Geraldo (PRP).

Bem verdade que, no final do debate, Zé Geraldo talvez tenha errado em aceitar a provocação feita nos corredores da emissora, pelo deputado federal Anthony Matheus, o Garotinho (PR), que o teria chamado de “Bozo”, palhaço estadunidense que o Silvio Santos importou dos EUA para o seu SBT e fez muito sucesso entre as crianças brasileiras, nos anos 80 do século passado. Afinal, como sabem as crianças de qualquer tempo, pagar recibo por um apelido é caminho inteiro andado para que ele cole. Todavia, alcunhas à parte, o candidato do PRP impressiona, além da naturalidade de franco-atirador, pela precisão dos seus “tiros”, desferidos sobretudo contra a prefeita Rosinha Garotinho (PR), e pelo enorme conhecimento real, administrativo e legal dos problemas da cidade que pretende governar pelos próximos quatro anos.

Na analogia entre Copas do Mundo e debates a prefeito de Campos, apenas uma pertinente ressalva: apesar de ter jogado muito bem em 1958 (nossa primeira Copa, conquistada na Suécia) e em 1970 (no Tri do México), Pelé nunca alcançou, pelo menos não em Copas, a mesma supremacia individual de Garrincha (sobretudo em 1962, no Bi do Chile), de Maradona (em 1986, novamente no México) e de Zidane (em 1998, dentro da sua França, e em 2006, na Alemanha). Ainda assim, à exceção dos argentinos, como o resto do mundo sabe, Edson Arantes do Nascimento foi, sem sombra de dúvida, o melhor jogador de futebol da história.

Viúvas do Muro de Berlim e do Caixa 2

O espaço do blog para charges é do Zé Renato e ninguém tasca, mas como não dá para ser insensível à democracia irrefreável das redes sociais, antes deste blogueiro finalmente cumprir seu breve hiato no mundo de Morfeu, seguem abaixo o traços precisos do Amarildo, bastante pertinentes às enfadonhas viúvas do Muro de Berlim, agora também carpideiras da Tese do Caixa 2, inventada pelo advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, não por coincidência ministro da Justiça nos tempos de Lula e Mensalão…


Até a eleição, Paulo Cassiano permanece titular da PF em Campos, depois será adjunto

Por suzy, em 04-10-2012 – 21h26

O delegado da Polícia Federal, Paulo Cassiano, continua titular da delegacia em Campos. Pelo menos até o fim das eleições. Depois, será substituído por uma delegada já designada. Cassiano será adjunto dela para fazer o “que mais gosta”, segundo me falou há pouco por telefone: dedicar-se a investigações.

A saída de Cassiano já estava prevista, mas, em princípio, ele iria para o Rio ou Macaé.

Postado aqui, pela jornalista Suzy Monteiro.