Queda de Dilma: PT e PSDB de Campos analisam pesquisa Datafolha

Infográfico da Folha de São Paulo da pesquisa Datafolha
Infográfico da Folha de São Paulo da pesquisa Datafolha (clique na imagem para ampliá-la)

A maior queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), desde que assumiu há dois anos o comando do país, tanto na avaliação presente do seu governo, quanto nas atuais intenções de voto à disputa da sua reeleição em 2014, repercutiu também em Campos, entre os dois partidos que têm protagonizado a vida nacional há quase 20 anos: PT e PSDB. Na mais recente pesquisa do Datafolha, realizada em 6 e 7 de junho, o governo Dilma teve  57% de avaliação entre boa e ótima, numa queda de 8% em relação à consulta do mesmo instituto, feita em março. O principal motivo da queda foi a volta da inflação, que vai subir ainda mais para 51% dos 3.758 entrevistados em todas as regiões do Brasil, todas as faixas de renda e etárias. Todavia, o índice (51%) é o mesmo daqueles que votariam em Dilma se o pleito fosse hoje, ainda assegurando, pelo percentual mínimo, sua vitória em primeiro turno.

Abaixo da atual presidente, por ordem, apareceram na pesquisa a ex-senadora Marina Silva (Rede), com 16%; o senador Aécio Neves (PSDB), com 14%; e o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), com 6%. Entre os quatro, o único que teve crescimento foi Aécio, que recentemente apareceu em propaganda nacional, batendo duro justamente na volta da inflação. Na sequência, os números do Datafolha nas interpretações do presidente do PT em Campos, professor Eduardo Peixoto, e do vice local do PSDB e diretor de tecnologia do Centro de Informações e Dados de Campos (Cidac), Robson Colla:

Eduardo Peixoto
Eduardo Peixoto

Eduardo — Antes, em qualquer crise global, como a que estamos vivendo, desde 2008, o Brasil ia para o fundo do poço. Agora, mesmo que as metas de crescimento econômico estejam abaixo das projeções iniciais do governo, o fato é que nós estamos crescendo e, sobretudo, com a manutenção das taxas de emprego, principal interesse da maioria da população que vive de salário. Qualquer crescimento acima de 0%, no meio dessa crise mundial, é positivo. Além do que, não digo que os fatos noticiados pela mídia não existam, mas eles nos parecem claramente supervalorizados pela grande imprensa, não só na economia, como no problema recente envolvendo as disputas de terras entre índios e agricultores. Também é importante observar que, se a pesquisa do Datafolha apontou queda na popularidade de Dilma, ela ainda assim seria vitoriosa no primeiro turno, mesmo que pelo percentual mínimo, se a eleição fosse hoje. O PT sempre trabalhou na adversidade. Foi assim na eleição de Lula, na sua reeleição e na eleição de Dilma. E não tem porque ser diferente em 2014. Lula não vai ser o candidato; é Dilma, e vamos trabalhar para vencer mais uma vez. O importante é não perder o controle sobre a economia e as políticas públicas de caráter social. Talvez esse alerta sirva para chamar nossa atenção às questões de governo que possam estar morosas, para trabalharmos mais nelas. Não só o Estado, mas também a iniciativa privada, parceria necessária em questões fundamentais, como a infraestrutura do país.

Robson Colla
Robson Colla

Robson — Pesquisa reflete o momento. E o momento do governo federal não é bom, com a volta da inflação e o descontrole das contas públicas. Quanto ao crescimento de Aécio, não existe vácuo: se Dilma cai, alguém herda esse eleitorado. E o programa de Aécio, exibido em rede nacional um pouco antes dessa pesquisa do Datafolha, foi muito bem feito, com foco preciso no alerta nacional à volta da inflação. Este é o momento da economia no país, no qual o governo não consegue atingir suas metas inflacionárias, nem de crescimento econômico. A população parece estar finalmente enxergando que estamos vivendo, há alguns anos, de falácia e sonhos. Mas se o Brasil voltar a crescer, o que não julgo provável, lógico que a candidatura de Dilma também crescerá junto. Ainda é cedo, só a partir de janeiro e fevereiro do ano que vem, poderemos ter uma ideia mais precisa do quadro real  que teremos em outubro. Agora, se a economia continuar descontrolada, com crescimento pífio, com as obras obras do PAC sem avançar, com os gatos públicos desenfreados e desemprego, quem vai querer a manutenção do que aí está? Dentro dessa perspectiva, mesmo com o uso da máquina pública federal, além do limite da sua capacidade, como cabide de emprego para sindicalistas, Aécio, Marina e Eduardo Campos surgirão como opções naturais ao eleitor. Independente das pesquisas, é bom constatar que a oposição está finalmente despertando ao seu papel em relação ao futuro do país, caminhando para um acordo ainda no primeiro turno, no sentido de união em torno de quem for disputar com Dilma o segundo. Mas novos atores ainda vão surgir nesse cenário, que até por questão estratégica também pode ser definido com alianças já no primeiro turno, com uma chapa Aécio/Marina, ou Aécio/Eduardo Campos.

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Este post tem 3 comentários

  1. QuiteriaMaria

    É tempo de mudança do que não está dando certo.Aécio pode ser uma solução. Vamos ter a experiência de quem realmente controlou a inflação no passado,Fernando Henrique Cardoso.

  2. QuiteriaMaria

    Ops: vamos ter a colaboração da experiência de Fernando Henrique Cardoso junto ao governo Aécio .

  3. Edi Cardoso

    e o que fez Serra aqui, em Campos como destaque do PSDB, na eleição passada??
    Agora o Robson está chutando cachorro morto??

    E O QUE FEZ o PSDB com a inflação quando governou o país?

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