réveillon
dorso sobre o dorso das ondas
calmas, d’além da arrebentação
arrepiou ao cafuné de iemanjás
à deriva da última tarde do ano
despertou do sono dos peixes
na fisga doce da chuva à boca
mas joão, com valentia de água
sonhou acordado todas as cores
arpoador trespassou sua alma
em oferenda na ponta da pedra
e seu corpo no tato de um cego
doeu ouvidos atentos ao barco
pegou a areia do fundo na mão
rio, 02/01/14