Em primeiro lugar, peço a você, leitor, que me perdoe pela falta de atualização de ontem. Mas nesta maratona diária de Copa do Mundo, desde antes dela estrear no último dia 12, tirei o dia de ontem de folga, por conta do meu aniversário. Idade nova passada, embora nada tenha escrito, não deixei de acompanhar a épica vitória de 1 a o do Uruguai sobre a Itália, marcada também pela tresloucada mordida (mais uma) do dentuço atacante Luizito Suárez sobre o ombro do zagueiro Giorgio Chiellini, que deve render punição do Comitê Disciplinar da Fifa ao principal jogador da Celeste.
O histórico da Fifa é de punição aos jogadores que agridem em campo seus colegas de profissão. Nesta Copa, além de ser expulso do jogo pela fase de grupo contra a Croácia, o zagueiro camaronês Alexandre Song ganhou suspensão de três jogos por ter dado uma cotovelada nas costas do atacante Mario Manduzkic. Mesmo quando não gerou expulsão durante a partida, o recurso de vídeo já fou usado para depois gerar punições ainda mais severas, como aconteceu com o zagueiro Mauro Tassotti, suspenso por oito jogos por uma cotovelada que quebrou o nariz do meia espanhol Luiz Enrique, em jogo pelas quartas de final da Copa de 1994.
Por sua vez, o histórico de Suárez é reincidente na prática de agredir seus adversários com o inusitado expediente das mordidas. Em 2010, disputando o campeonato holandês pelo Ajax, o uruguaio foi punido com dois jogos de suspensão pelo próprio clube, após morder o pescoço do volante Otman Bakkal, do PSV. Em 2013, já atuando pelo Liverpool, Suárez ganhou um gancho de 10 jogos após ter mordido o braço do zagueiro sérvio Branislav Ivanovic, do Chelsea, em jogo válido pela Premier League. Também em 2013, segundo o jornal inglês Independent (aqui), o jogador já teria tentado morder o mesmo Chiellini, na Copa das Confederações no Brasil.
Como a punição parece certa, só resta lamentar que um jogador de tão alto nível, artilheiro e craque do último Campeonato Inglês, que se recuperou de uma astroscopia no joelho há menos de um mês, a tempo de ressuscitar a mística do Uruguai nesta Copa do Mundo no Brasil, com sua atuação decisiva e os dois gols marcados na vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra (relembre aqui), tenha sido vítima do próprio temperamento ou, mesmo, de um desvio de ordem psiquiátrica. Na dúvida se sem ele o Uruguai poderá vencer nas oitavas a Colômbia (que também perdeu, antes da Copa, seu craque Falcão Garcia), pela chance de encarar o vencedor de Brasil e Chile nas quartas de final, fica uma certeza: Suárez não é o primeiro, nem será o último, a oscilar entre o céu e o inferno nos quais já habitaram tantos gênios da bola do passado, do brasileiro Heleno de Freitas (1920/59) ao francês Zinédine Zidane.
Mais gregos e menos hebreus, o deuses da bola são tão falhos e dúbios quanto seus heróis humanos. E talvez por isso nos atraiam tanto.
A verdade é que baixa no Suárez, durante o jogo, o tal do “CABOCLO MORDEDOR”. Aí ele não tem controle sobre o caboclo e sai mordendo. Tem mandar um “misifio rezador” pro campo, pra afastar o “bicho mordedor”, se ele jogar contra o Brasil. Aqui tá cheio deles. Misifio damãe, misifio da meretriz, misifio de uma égua, e por aí vai…