Se você acha que desperdiçou ontem 90 minutos, mais 15 de intervalo, para no final tomar de sete, não deixe de investir outros 61 minutos da sua vida para assistir ao vídeo abaixo e resgatar consigo mesmo, enquanto brasileiro, uma dívida de 64 anos. O documentário é do jornalista Geneton Moraes Neto.
Canto a mim mesmo (18)
(Walt Whitman)
Com música forte eu venho,
com minhas cornetas e meus tambores:
não toco hinos
só para os vencedores consagrados,
toco hinos também
para as pessoas batidas e assassinadas
Vocês já ouviram dizer
que ganhar o dia é bom?
Pois eu digo que é bom também perder:
batalhas são perdidas
Com o mesmo espírito que são ganhas.
Eu rufo e bato o tambor pelos mortos
e sopro nas minhas embocaduras
o que de mais alto e mais jubiloso
posso por eles.
Vivas àqueles que levaram a pior!
e àqueles cujos navios de guerra
afundaram no mar!
E a todos os generais
das estratégias perdidas,
que foram todos heróis!
E ao sem-número dos heróis desconhecidos,
tombados na vanguarda do combate,
equivalentes aos heróis maiores
que se conhecem!
Ainda sobre futebol.
E, apesar de todo o tempo passado, muita coisa ainda não mudou na nossa visão. Ainda misturamos futebol e política, ainda insistimos em vencer jogos antes mesmo do início, ainda não aprendemos a reconhecer o feito dos “onze de cinquenta” que são tidos como vilões nacionais, e hoje que temos essa oportunidade estamos a desperdiçando e tendo apenas os de hoje como “heróis” ( ESTOU FALANDO DE FUTEBOL ). Não que tenhamos que ver os de hoje como vilões, apesar do fiasco, da incompetência, amadorismo… etc etc etc, mas passar reconhecer o trabalho daqueles do passado como um pedido de desculpa por toda injustiça cometida, não por eles que já se foram, mas pelo nome em que ele deixaram na história do futebol.