Alexandre Bastos — Garotinho, um adicto em pós-verdade

 

 

 

Em 2016 a Oxford Dictionary, editado pela universidade britânica, elegeu a palavra “pós-verdade” como a palavra daquele ano para língua inglesa. Após a publicação, a palavra se popularizou nos debates no meio jornalístico e no meio político. Basicamente, segundo a acepção cravada pelo dicionário, pós-verdade é um adjetivo que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.

Não faltaram matérias e análises sobre política tentado como base tal conceito. Um bom exemplo da peso da pós-verdade na vida prática do cidadão são os estragos causados pela disseminação de fake-news através de sites de notícias que vivem exclusivamente de produção de conteúdo sem qualquer tipo de rigor na apuração da informação, mas que apelam para psicologia do medo, sempre com manchetes que demonstram um universo distópico à situação real.

Nunca vimos tanta disseminação de boato como nos dias de hoje. Basta receber um texto no whatsapp contendo algo sensacionalista que um um número incontável de pessoas já vai repassando sem ao menos googlar e conferir a veracidade da notícia de whatsapp. É como se cada um com um celular na mão se tornasse um motor em potencial na corrida pelo espalhamento da boataria. Os menos cuidadosos ainda encaminham a mensagem com um preâmbulo bonitinho na tentativa de se isentar de estar repassando informação falsa. Se receber mensagem com “ não sei se é verdade mas tô repassando porque…”, é melhor nem ler o resto.

Em Campos temos um especialista nesse tipo de coisa. Na verdade, de tão eficaz que é na construção de boatos, arrisco dizer que daria um bom escritor de obras de realismo fantástico, ficção científica ou mesmo algo steampunk. Afinal, são gêneros que exigem um enorme capacidade de imaginação.

No jogo das pós-verdade x verdade, Garotinho parece estar no primeiro time. Ele e uma parte mais apaixonada de seus seguidores não hesitam em espalhar um sem número de mentiras, boatos que tentam desestabilizar governos, moldar fatos à sua vontade na tentativa de conseguirem adesão a causa do principado da casinha da Lapa.

O último tiro pela culatra foi a difusão de “notícia” sobre um parecer que seria favorável a cassação do prefeito Rafael Diniz. Boato requentado, por sinal. Desde que seu grupo político foi apeado do poder pelo voto da maioria da população, Garotinho tenta disseminar essa mentira na pauta política e na cabeça da população. Há aqueles prevenidos, que sabem como o líder rosáceo opera sua rede, e há os que estão na iminência de despertar dessa Matrix que é o universo da pós-verdade.

 

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