Que Anthony Garotinho (PR) fecharia com Marcelo Crivella (PRB), já estava anunciado desde que o primeiro republicou em seu blog (aqui) uma matéria de O Dia, postada no site do jornal carioca no final da noite da última sexta (aqui), dando conta da aliança contra Luiz Fernando Pezão (PMDB), em torno de quem contra ele disputasse o segundo turno. Como deu Crivella, ontem ele veio a Campos para consumar o “pacto” anunciado (aqui) desde o domingo de eleição por esta coluna.
Enquanto não saírem as novas pesquisas, e as próximas só serão divulgadas amanhã, nada excederá a especulação, a não ser o fechamento das alianças na disputa do segundo turno ao governo do Rio e do Brasil. E com as falhas graves cometidas nas projeções dos institutos de opinião, que erraram Garotinho para mais e Aécio Neves (PSDB) para muito menos, as tendências apontadas pelas novas consultas não bastarão para saber se os acordos foram felizes ou não.
Passadas as impressões iniciais do primeiro turno, é nos apoios do segundo que as verdadeiras caras se revelarão. Assim, depois de se acusarem de coisas que até Deus duvida na campanha, mas agora irmanados na mistura de fé, mídia e política que sempre os aproximou, Crivella e Garotinho se unem para arrebanhar o eleitorado evangélico do Estado e ainda tentar mordiscar uma beirada da hóstia dos seus 45,8% de católicos. E se um espírita, umbandista ou ateu também quiser estender os 10 dedos das duas mãos, mas não para orar, por que não? Afinal, para isso serve o estado laico.
O PT, após mostrar com Marina Silva (PSB) ser capaz de tudo para não largar o osso da tíbia do Brasil, ficou ainda mais enfraquecido do que já era no Rio, a partir do naufrágio da candidatura de Lindberg Farias. Por isto, e por precisar do apoio de Pezão, vai anunciar neutralidade ao governo fluminense, liberando seus quadros para apoiar quem quiserem. Já o Psol, após deixar boa impressão com Luciana Genro a presidente e Tarcísio Motta, a governador, não pensou duas vezes para pular no colo de Dilma Rousseff (PT).
Antes do Psol anunciar sua decisão oficial hoje, Tarcísio já declarou “Aécio e Pezão, nem pensar”. Quer dizer, contra a ameaça da volta do “neoliberalismo” dos social-democratas que lançaram o Plano Real e estabilizaram a economia do país, são esquecidas as lágrimas de vergonha que fizeram uma banda boa sair do PT para um novo partido (o Psol), no escândalo do Mensalão em 2005, como outra banda boa saíra do PMDB em 1988 para fundar o PSDB.
Mas o professor Tarcísio deve estar mesmo certo: introduzir a meritocracia no magistério estadual pode ser outro pecado (do) capital. Para ficar contra ele e Pezão, o fundamentalismo religioso que alimenta Crivella e Garotinho no Rio, ou gerou nos EUA a George W. Bush, é um mal menor. Para preencher o vácuo do PT fluminense e transformar o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) em candidato competitivo à Prefeitura do Rio em 2016, com o apoio de Dilma reeleita presidente, qualquer distensão de ordem moral vira alienação de pequeno burguês.
Publicado hoje na Folha
Olha só…
Parabéns pela matéria hein Aluyzinho…
É a mais pura e real radiografia do que vivenciamos neste instante… Parabéns…
Por falar nisso Aluyzinho?????, e seu amigo Eduardo Jorge será que vai ficar em qual árvore?
Durante esse novo período de campanha nós falaremos de menssalão do PT, falaremos dos mensalões do DEM, do PSDB, PRIVATARIA TUCANA, BANESTADO,DANIEL DANTAS, AEROPORTO DO TITIO do Aécio, aeroporto de MONTEZUMA, aliás, só falaremos de corrupção.