Greve dos caminhoneiros esquenta o clima pelo impeachment de Dilma

Greve caminhoneiros

 

 

Jornalista e blogueiro Ricardo Noblat
Jornalista e blogueiro Ricardo Noblat

Greve dos caminhoneiros esquenta o clima para as manifestações pelo impeachment de Dilma

Por Ricardo Noblat

 

Qual foi a inteligência rara que aconselhou a presidente Dilma Rousseff a chamar a polícia ao invés de negociadores para tentar acabar com a greve dos caminhoneiros?

O pior: a ideia pode ter partido da própria Dilma, uma pessoa de formação áspera, encrespada, violenta no trato com seus subordinados.

O que Dilma não parece entender é que subordinados nada têm a ver com governados. Subordinados são obrigados a obedecer a ela — ou a se demitirem. Governados podem dispensá-la.

A greve dos caminhoneiros serve a um propósito não previsto  — o de aumentar o mau humor de um setor importante da economia às vésperas de manifestações marcadas para o próximo dia 15.

Tais manifestações pedirão o impeachment de Dilma. O governo receia que elas sejam bem sucedidas principalmente em São Paulo e em alguns Estados do Sul. Ali é reduto do PSDB.

Reunido ontem em São Paulo, o alto comando do PSDB decidiu que o partido não participará das manifestações – mas nada impede que vários dos seus líderes saíam às ruas por sua conta e risco.

O eventual impeachment de Dilma só beneficiaria o PMDB do vice Michel Temer. E o PSDB acabaria obrigado a se compor com o PMDB para juntos governarem.

É mais cômodo para o PSDB esperar que o segundo mandato de Dilma seja um fracasso para que ele tente derrotar o PT daqui a quatro anos.

Quando era oposição, o PT cobrava negociação para superar impasses trabalhistas — jamais a polícia. No governo, Dilma preferiu chamar a polícia para reprimir grevistas.

 

Publicado aqui, no Blog do Noblat

 

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