Já tive minhas diferenças, algumas até públicas, com o Fernando Leite. Todavia, isso para mim nunca nublou o fato de se tratar de um grande poeta, dono de capacidade imagética talvez sem par entre os versejadores viventes nesta planície cortada pelo Paraíba do Sul. Sobre o passado conflituoso, à parte a admiração inevitável entre escribas dotados de algum talento, penso que felizmente acabou por prevalecer, para um e o outro também, o juízo dos versos de Lamartine Babo (1904/63) em “Serra da Boa Esperança”, pérola do cancioneiro nacional muito menos conhecida do que merecia: “Sei que Jesus não castiga/ Um poeta que erra”.
Abaixo, a mais nova cria do Fernando, escorrida entre as pernas de um rio fêmea que o poeta fidelense descido a Campos um dia escreveu correr castanho em seus olhos:
CURVA DA LAPA
O rio Paraíba do Sul é feminino.
Só isso explica
aquele dorso sinuoso,
sensual
da mulher que desperta
do sono preguiçoso
da tarde,
enquanto lava
seus cabelos
na bacia do Pontal
FL Descreve bem o RP,parece-nos, que ao descer para Campos, veio de barco, pegando uma das partes mais belas, exatamente entre São Fidélis e São João da Barra. De barco, amou o feminino rio e escreveu de um bote só, o poema revelado por você, aqui, Aluysio. Não conhecia. Muito Bom!
Caro Aluysio, repito, publicamente, o que já disse pelo in box, “obrigado pela gentileza e por dar ao modesto poeminha, tamanha vitrine”.. Aproveito para agradecer ao Nino pelas connsiderações generosas. abraços
Caro Fernando,
Repito, publicamente, o que já disse inbox: “Um poema que se encerra com os cabelos lavados no Pontal, não é modesto, tampouco pretensioso. Apenas é!”
Abç e grato pela comentário de autógrafo à postagem!
Aluysio
P.S. Bela analogia entre o poeta e o rio, Nino!
Bravíssimo, parabéns Aluysio, e ao Fernando Leite o aplauso merecido por este belíssimo poema.
Caro Artur,
Valeu, brother! Mas o crédito é todo da poesia do Fernando.
Abç fraterno!
Aluysio