Se as buscas pelo comerciante Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”, de 54 anos, desaparecido desde o 21 de junho na foz do rio Paraíba do Sul, foram encerradas oficialmente ontem, como a Folha Online noticiou aqui, o mesmo não se pode dizer da sua família e amigos. Seu irmão, o também comerciante Élvio Paes Soares, o “Estranho”, está convocando todos que queiram ajudá-lo a fazer uma varredura na ilha do Peçanha, onde Neivaldo residia e para onde ele estava indo, quando foi visto pela última vez, guiando sozinho sua canoa a motor, saindo do cais do restaurante do Ricardinho, ao lado da Igreja Nossa Senhora da Penha. No mesmo local, às 10 da manhã do próximo sábado, dia 4 de julho, os amigos de Neivaldo se reunirão para irem em embarcações até o Peçanha, onde as buscas acontecerão até o pôr do sol.
Embora testemunhas tenham visto Neivaldo sem salva-vidas, caindo do barco quatro vezes e tendo dificuldades para ligar o motor de popa da canoa, seu irmão acredita na tese de assassinato. Em primeiro lugar, porque a porta da frente da casa de Neivaldo no Peçanha estava aberta, e ele sempre a deixava fechada quando se ausentava. Élvio ainda lembrou que, antes de desaparecer, Neivaldo tinha se envolvido em confrontos físicos com outros moradores da ilha. Os pescadores de Atafona também estranham que o corpo não tenha aparecido nestes últimos 1o dias, na foz do Paraíba ou no litoral, mesmo com o fluxo constante de pessoas e embarcações na área e após seis dias seguidos de buscas incessantes.
A Polícia Civil, que esteve na ilha e na casa de Neivaldo só na segunda-feira, 29 de junho, está convocando pessoas a prestarem esclarecimentos sobre o caso na 145ª DP de São João da Barra. Por enquanto nenhuma hipótese está confirmada, nem descartada. O desaparecimento foi constatado após a canoa de Neivaldo, aparecer rodando sozinha na foz do Paraíba, sem o seu condutor, tendo em seu interior uma churrasqueira, carne já assada de churrasco, uma garrafa e latas de cerveja vazias, cigarros de palha fumados pela metade, um saco plástico com mantimentos (farinha, café e açúcar), o telefone celular e uma camisa social preta dobrada, de manga comprida, com R$ 9,00 em notas dentro do bolso.
Segundo testemunhas, Neivaldo estava vestindo a mesma camisa quando saiu do cais do Ricardinho para atravessar a foz do rio numa noite fria de inverno.
Saiba mais sobre o caso aqui, aqui, aqui, aqui e amanhã, na edição impressa da Folha da Manhã.