Do prazo pedido por Rafael e da vinda de Garotinho ao banco dos réus

Causa e efeito

Noves fora os áulicos garotistas a soldo e o pedantismo dos ressentidos contra tudo e todos, ninguém duvidava que o quadro pintado nos oito anos de governo Rosinha Garotinho (PR), com pincel atado à mão de Anthony Garotinho (PR), era caótico. Aliás, não fosse, seu opositor mais carismático a articulado, o ex-vereador Rafael Diniz (PPS), não teria sido eleito prefeito ainda no primeiro turno, em todas as sete Zonas Eleitorais de Campos.

Participação muito especial

Ontem, na reabertura dos trabalhos do Legislativo goitacá, Rafael deu detalhes da pintura surreal que encontrou pendurada na parede da Prefeitura de Campos: as dívidas da municipalidade chegam a R$ 2,4 bilhões. E, nas negociações mantidas em Brasília junto à Caixa Econômica Federal, se o novo prefeito não conseguir tirar a Participação Especial (PE) no excedente da produção do petróleo na Bacia de Campos, do pagamento da “venda do futuro” do município, feita pelos Garotinho no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff (PT), a coisa tende a ser ainda pior.
Prazo de um ano
Pode não ser, portanto, mero exercício de retórica o prazo de um ano que o prefeito pediu ontem, na Câmara, para “pôr a casa em ordem”. Mas apaixonado por futebol e flamenguista fervoroso, Diniz deve saber que, na prática, o tempo pedido talvez seja demasiado, mesmo à maioria que torce por seu êxito. Por tradição, se costumava dizer que “lua de mel” entre população e novo governo durava 100 dias — quase nove meses a menos que o prazo solicitado. E no tempo real da democracia irrefreável das redes sociais, fundamental à vitória de Rafael, a tendência é que a paciência do cidadão se encurte.

TRE nega

A defesa do ex-governador Anthony Garotinho tenta evitar seu comparecimento à audiência de instrução e julgamento, marcada para dia 20. No início da tarde de ontem, a defesa emitiu nota, dizendo que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) havia recomendado a não realização sem que fosse feita defesa prévia. Porém, logo depois, o próprio TRE o divulgou nota, informando que o habeas corpus que pedia a suspensão da audiência foi negado. Mais que evitar o julgamento, o que Garotinho quer é evitar o constrangimento de vir a Campos e sentar no banco dos réus. Até a próxima segunda-feira, a batalha jurídica tende a ser grande.

Venda de carros

Nem todas as estatísticas da economia são negativas. O Rio de Janeiro começou o ano com 23.672 veículos financiados, avanço de 6,2% na comparação com janeiro do ano passado. Os dados consideram automóveis leves, motos e pesados. Desse total, unidades zero quilômetro somaram 7.617 negociações, enquanto as usadas chegaram a 16.055 operações. O levantamento é da Unidade de Financiamentos da Cetip, que opera o maior banco de dados privado de informações sobre financiamentos de veículos do país, o Sistema Nacional de Gravames (SNG). O total de veículos financiados no Brasil em janeiro foi de 401.326 unidades.

Detran no carnaval

O Detran-RJ informou ontem que os postos de Habilitação, de Identificação Civil, de Vistoria, as Unidades de Serviço de Veículos (USVs), as Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) e os Serviços Auxiliares de Trânsito (SATs) funcionarão na sexta-feira (dia 24) somente até as 12h. Entre o sábado de carnaval e a quarta-feira de cinzas, não haverá expediente nas unidades do Detran em todo o Estado. Na quinta-feira depois do carnaval, o funcionamento será normal em todos os setores do departamento.

Agroindústrias

O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou ontem a Instrução Normativa que estimula a criação e a formalização de agroindústrias familiares. As regras que orientavam a produção de laticínios, ovos e mel, comuns aos médios e grandes produtores, agora foram flexibilizadas para viabilizar os pequenos negócios. A Instrução Normativa é voltada para estabelecimentos de até 250 metros quadrados. Com a mudança são adequadas as exigências de equipamentos e de instalações para pequenas agroindústrias, sem abrir mão de parâmetros higiênicos e sanitários, preservando a segurança dos alimentos e a saúde pública.

Com a colaboração dos jornalistas Suzy Monteiro e Antunis Clayton

Publicado hoje (16) na Folha da Manhã

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