De Macunaíma
Como a chuva que ameaça
E os raios que a incendeiam e a cumprem
Penso que dessas passagens
O medo e o deslumbre me assumem
Como o igarapé que a alma alivia
E os perigos da mata que o sol inibia
Penso que nesse mundo ainda não sabia
Que o canaimé e o cruviana estão em harmonia
Como a água corrente do tepequem que não se pode deter
E o salto maior que o receio de perder
Penso que pode ser o seu guia
Do próprio tombo, do novo sonho e da luta que te desafia
Como uma jandaia que anuncia o cessar da chuva
E a trégua do tempo das águas na terra de Macunaíma
Penso que possivelmente o maior erro mundano
É acreditar em suas próprias calmarias.