Alexandre Buchaul — Xeque

 

 

 

Engana-se quem crê que a eleição de 2018 é um fim em si mesma. Ao menos para nós, habitantes da planície goitacá, tal disputa é mais meio que fim. Postulantes de pouca ou nenhuma expressão política se lançam ao pleito a fim de conseguir algum espaço que os favoreça na disputa das eleições para vereador em 2020, ou com fins menos republicanos e mais reprováveis. Mas, em que pesem os duvidosos resultados de tal estratégia, não merecem análise mais detalhada.

Entretanto, há outros que, sendo da “base aliada”, fazem dessa disputa que se avizinha uma queda de braços com o prefeito, que a utilizam para cobrar a Rafael mais apoio e espaço no governo. Os menos habilidosos esticam tanto a corda que acabam por romper a relação com o alcaide. Outros, mais matreiros, crescem na disputa e fazem com que os membros mais íntimos do núcleo duro do governo torçam seus narizes, antevendo o crescimento não de um aliado, mas, tomando a liberdade de parafrasear Fernando Pessoa, um adversário adiado.

Há ainda os adversários históricos, uma guerra familiar que nos faz lembrar os velhos coronéis das histórias de cordel. Famílias que se revezam há décadas no poder, seja através de seus próprios membros, seja através de prepostos que variam de aliados a inimigos ao sabor dos ventos.

A próxima eleição opõe esses antagonistas históricos, de um lado os Garotinho representados por Wladimir que, confirmada a pré-candidatura, estreará nas urnas em outubro. No outro córner, Marcão, preposto da família Barbosa, herdeiros de Zezé que foi outrora alijado do poder pelo patriarca da família Garotinho.

O resultado dessa possível peleja serve de medida de força para a eleição a prefeito em 2020. Será um jogo duro, os Garotinho lutam para sobreviver após as últimas derrotas e as denúncias a que respondem na Justiça. O grupo de Rafael, herdeiro do espólio dos Barbosa, busca se consolidar e ainda há os ventos que dizem ter o vereador Marcão suas próprias aspirações quanto à Prefeitura.

Além de toda a movimentação, acima superficialmente levantada, ainda há outros pré-candidatos correndo por fora. E alguns postos fora do páreo por atitudes estúpidas. A disputa em torno da presidência da Câmara de Vereadores e o vendaval de suposições acerca das intenções de possíveis candidatos a prefeito em 2020, surgindo de vários seguimentos de nossa sociedade, são o prenúncio de fortes emoções no xadrez político campista.

O rei está em xeque. Resta saber quem anunciará: xeque mate!

 

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