França de Mbappé se impõe como time e elimina a Argentina de Messi

 

Nome do jogo, o francês de origem camaronesa Kylian Mbappé comemora seu seu primeiro gol, terceiro da França (Foto: Frank Fife – AFP)

 

Por maior que seja a gravidade do grande craque, futebol é esporte coletivo. Quem se impõe como time proporciona mais brilho aos seus melhores indivíduos. Na abertura das oitavas de final da Copa da Rússia, a jovem e talentosa seleção da França confirmou seu favoritismo e eliminou hoje, por 4 a 3, a Argentina de Lionel Messi, melhor jogador do mundo. Foi um jogaço, com muitos gols e viradas.

Entre os gauleses reforçados por descendentes de africanos, como são desde o filho de argelinos Zinédine Zidane, ninguém brilhou mais do que seu herdeiro da camisa 10: Kylian Mbappé. Aos 19 anos, ele se tornou o segundo jogador na história, com menos de 20 anos, a ter marcado dois gols num jogo de fase eliminatória em Copa do Mundo. O primeiro foi um tal de Pelé.

Quem pensava que a Argentina não estaria à altura do desafio, estava errado. Mas quem abriu o placar foi a França. Após uma arrancada desde o seu campo defensivo, Mbappé deixou três marcadores para trás e mostrou que o dia seria seu. Ele só foi parado dentro da área com falta pelo zagueiro Marcos Rojo. Aos 13 minutos do primeiro tempo, o pênalti foi convertido pelo atacante Antoine Griezmann.

Depois do começo de jogo, quando pareciam capazes de igualar as ações em campo, os argentinos sentiram o golpe. Até que, aos 41 minutos, finalmente um coadjuvante de Messi resolveu despertar do coma na Rússia. Em belo chute de fora da área, de canhota, Ángel Di María determinou o empate antes do intervalo.

Renovada pelo empate, los hermanos voltaram a campo para impor a primeira virada no jogo. Logo aos 3 minutos do segundo tempo, em outra boa jogada individual, Di María sofreu falta na ponta esquerda. Mesmo vigiado o tempo inteiro pelo incansável volante N’Golo Kanté — outro francês de origem africana —, Messi dominou a bola rebatida da cobrança, driblou dentro da área e concluiu de canhota. A bola foi desviada pelo lateral-direito Gabriel Mercado: Argentina 2 a 1.

Outro lance individual empataria mais uma vez a partida. Aos 12 minutos, o lateral-direito Benjamin Pavard acertou outro belo chute de fora da área. Se sentiram o empate, os argentinos tiveream baque maior quando Mbappé colocou a França na frente. Aos 19, em jogada individual, ele driblou dois dentro da área, penetrou pela esquerda e, quase sem ângulo, venceu o goleiro Franco Armani.

Quatro minutos depois, num contra-ataque rápido, o jovem camisa 10 da França recebeu o passe do atacante Olivier Giroud. Dessa vez entrando pela direita da área argentina, Mbappé fez o seu segundo gol, o quarto da França.

A Argentina ainda diminuiria o placar. Já nos descontos, aos 48, o atacante Kun Aguëro deu números finais à partida, completando um belo lançamento de Messi. Aos 31 anos, ele pode ter disputado sua última Copa do Mundo. E a quem cobra títulos em sua passagem pela seleção, seu camisa 10 sempre terá os (por enquanto) cinco títulos de melhor jogador do planeta.

À sombra de Diego Maradona — mais uma vez presente ao jogo, mas boicotado em sua transmissão —, Messi possivelmente se juntará a outros grandes craques que nunca ganharam uma Copa: os brasileiros Zizinho e Zico, os holandeses Johan Cruijff e Marco Van Basten, o italiano Roberto Baggio, o húngaro Ferenc Puskás e o também argentino (depois naturalizado espanhol) Alfredo Di Stéfano.

Como outros grandes que vieram antes e os que advirão, se Messi não ganhou uma Copa, azar o da Copa. Mas, para sua sorte, a que se disputa na Rússia seguirá com o talento do jovem Mbappé.

 

 

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