Na disputa de pênaltis, favorita Espanha é eliminada pela Rússia

 

Jorge Koke cobre o rosto com a camisa da Espanha, depois de cobrar o pênalti para a defesa do goleiro russo Igor Akinfeev (Foto: Christian Hartmann – Reuters)

 

Caiu mais um favorito na Copa da Rússia. Na disputa de pênaltis, a dona da casa eliminou a Espanha. Herói do jogo, o goleiro Igor Akinfeev defendeu a terceira cobrança, do meia Jorge Koke, e a quinta, também desperdiçada pelo atacante Iago Aspas.

No tempo normal, o placar terminou 1 a 1. Aos 10’ do primeiro tempo, a Espanha abriu o placar com um gol contra do experiente zagueiro Sergey Ignashevich. Na disputa com Sergio Ramos, em lance de bola parada, ela tocou no calcanhar do russo, antes de morrer em suas redes.

Aos 39’ da etapa inicial, a Rússia chegaria ao empate num pênalti bobo do zagueiro espanhol Gerard Piqué. Ele subiu em sua área com o braço esquerdo erguido, interrompendo a trajetória da bola. Sem nada a ver com isso, o centroavante Artem Dzyuba cobrou com categoria, talvez como prenúncio do que viria depois.

Sempre questionada pelo excessivo toque de bola, mas sem capacidade de penetração, a Espanha hoje confirmou seus críticos. Sua seleção não conseguiu traduzir os impressionantes 79% de posse de bola, no tempo normal e prorrogação, em chances de gol.

Antes de virar o herói da partida na disputa de pênaltis, o goleiro russo Akinfeev só fez duas defesas mais difíceis: em seu canto direito, no segundo tempo, num chute de fora da área do meia Andrés Iniesta, que começou no banco. E, na segunda etapa da prorrogação, numa rara inflitração espanhola arrematada pelo atacante Rodrigo Moreno, pela direita da área. Brasileiro naturalizado, ele entrou bem no jogo, mas sem tempo para alterar seu resultado.

Criado no Barcelona do técnico Pepe Guardiola, antes de conquistar a Copa do Mundo de 2010, com a Espanha treinada por Vicente Del Bosque, o estilo de jogo conhecido como tiki-taka se baseia na troca incessante de passes. Foi também uma maneira de ampliar no gramado o sucesso espanhol nas quadras de futsal, esporte no qual passaram a rivalizar com o Brasil.

Como jogadores pequenos, mas extremamente habilidosos, como Iniesta, o argentino Lionel Messi e o já aposentado meia Xavi Hernández, o Barcelona criou uma maneira de jogar onde a posse de bola é usada para impor a técnica sobre a força física. Com o sucesso do clube catalão e da seleção da Espanha, o novo estilo revolucionou o futebol do mundo, na virada da primeira década do séc. XXI.

No entanto, no país que abrigou a maior revolução do século XX, hoje prevaleceu a Rússia. Ela não teve a menor vergonha de, mesmo dentro de Moscou, atuar quase o tempo inteiro com seus 11 jogadores atrás da linha da bola. Já a partir do segundo tempo, o time da casa jogou claramente para tentar levar a decisão à disputa de pênaltis.

Com a sorte, a incapacidade da Espanha de ser mais incisiva e a atuação determinante do goleiro Akinfeev, hoje deu certo. Mas, tradicionalmente, as retrancas não costumam ir além das quartas de final em Copas do Mundo. A Rússia já está lá. E agora espera a definição do seu adversário entre a Croácia e Dinamarca.

Dentro de casa, os russos já derrotaram a França de Napoleão e a Alemanha Hitler. Hoje foi a vez da Espanha de Isco e Iniesta.

 

 

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