Porque a esquerda elegerá o nosso Trump tupiniquim
Por Cañadas Fernando
É impressionante o que estamos assistindo no Brasil e que muitos parecem não dar conta.
A campanha à presidência de Jair Bolsonaro está trilhando exatamente os mesmos passos da campanha de Donald Trump nos Estados Unidos, há dois anos. E o final desse filme por lá nós sabemos qual foi.
Relembrando o roteiro.
Um candidato carismático e engraçado, que “fala a língua do povo” e que, inicialmente, ninguém levou a sério.
Um candidato que aparece como uma reação dos conservadores e da direita em geral aos anos de esquerda no poder e que deixaram o país carregado de problemas.
Um candidato que carrega em seu histórico piadas e declarações homofóbicas, misóginas e racistas, as quais ofendem aos seus opositores, mas agradam parte do seu eleitorado ou, ao menos, não o ofende a ponto de fazê-lo mudar seu voto, por serem consideradas questões menores do que aquelas que mencionei acima.
Um candidato muito bem treinado, espirituoso e preparado para rebater as armadilhas fáceis que entrevistadores e debatedores tentam lhe impingir.
Agora, mais recentemente, temos a nova etapa dessa campanha, que é o ataque feroz da grande mídia. Tal como ocorreu nos Estados Unidos, vemos hoje todos os grandes veículos tentando imputar a Bolsonaro crimes de improbidade por empregar um irmão ou uma funcionária fantasma.
Exatamente como aconteceu com Trump quando pipocavam diariamente denúncias de assédio sexual, espionagem, etc.
Com todo o respeito, a imprensa brasileira, majoritariamente de esquerda, parece ser inacreditavelmente ingênua, para não dizer burra mesmo. Não percebe que esse é o tipo de campanha que só dá força ao candidato. Comparar a “improbidade” decorrente da contratação de uma empregada que ganhava R$ 1.300,00 por mês à canalhice que se sabe generalizada de toda a classe política, inclusive de alguns candidatos que com ele concorrem, é de uma infantilidade atroz.
A mim parece óbvio e ululante que, quanto mais baterem nele dessa forma, só o farão crescer.
Quem sou eu para ensinar a velha guarda do jornalismo, mas pensem bem: se o objetivo dessa grande mídia é não permitir que ele ganhe, façam o fácil, pelo amor de Deus. Façam como o volante do time de futebol que quer mostrar ao técnico que joga mais do que o meia armador: passe a bola para ele no meio campo, toque de lado. As chances de o sujeito se enrolar são grandes.
Perguntem então o que Bolsonaro provavelmente não saberá responder: sobre o seu programa de governo na área de educação, de saúde, de economia, de transportes, etc. Perguntem ainda porque ele votou a vida toda, como parlamentar, em sentido contrário ao que hoje ele apresenta em seu projeto de governo. Indaguem essa sua guinada repentina ao liberalismo, se sempre foi um estatista de carteirinha. Jair já cansou de se embananar nessas questões, porque ele simplesmente sabe muito pouco a respeito delas.
Mas não, a imprensa se comporta como o ponta-direita que cruza perfeitamente na cabeça do centroavante, fazendo questões lacradoras “polêmicas” e periféricas (ao menos para o seu eleitorado), cujas bolas ele mata no peito e manda para o fundo das redes.
Sinto uma enorme sensação de déjà vu, vendo emergir a eleição de nosso Trump tupiniquim, com a grande ajuda de seus opositores.
Porque inacreditavelmente são justamente eles, os que odeiam Bolsonaro, vide os eleitores de esquerda e a grande mídia, que provavelmente serão os principais responsáveis por sua eleição.
Sim, porque essa turma está trabalhando de tal forma nesse sentido que, cá no meu íntimo, às vezes chego a duvidar se não é exatamente isso o que ela quer.
Publicado aqui, nas redes sociais
Vcs comunas tremem… podem JAIR SE ACOSTUMANDO IMPRENSINHA MARROM
Caro Marcos José da Silva Caldeira,
Pelo bipolaridade do seu comentário, é bem provável que você não seja incapaz de aprender algo. Mas como inisistir é necessário, segue o pensamento do filófoso liberal Eduardo Wolf:
“Ao longo dos anos 1990 e 2000, a esquerda detinha o monopólio da estupidez autoritária contra a imprensa, delirando com teorias conspiratórias e atacando profissionais e empresas de comunicação com base em fantasias e fantasmas ideológicos.
Hoje, esse tipo peculiar de canalhice foi democratizado: uma pletora de youtubers, texteiros de FB e tuiteiros da mais reles direita faz a mesma coisa.
Aliás, usam os mesmos ataques, com os mesmos slogans, praticando as mesmas vilanias liberticidas.
Só inverteram o sinal ideológico.
Vamos aprender alguma coisa ou não?”
Grato pela chance de propor aprendizado!
Aluysio