Sem paixão
A cobertura jornalística de Copas do Mundo é um eficaz condicionante para que a análise crítica se sobreponha à paixão do torcedor. Qualquer um que se propuser a fazê-lo, constatará que Jair Bolsonaro (PSL) não foi mal na sabatina de terça (28) no Jornal Nacional. Mesmo que fosse, isso não faria diferença para quem trata o presidenciável por “mito”. Como não faria nenhuma para quem, de antemão, considera o candidato machista, racista e homofóbico.
Placar prévio
Bolsonaro tem cerca de 20% do eleitorado — o que corresponde a quase 30 milhões de brasileiros. Mas o ex-capitão do Exército também aparece nas pesquisas como líder de rejeição. No Datafolha, quase 40% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum. Os números indicam aproximadamente 60 milhões de brasileiros. Para essas duas relevantes parcelas da população, Bolsonaro já tinha ido bem e mal mesmo antes da sabatina.
Desinteligência
Sobram os outros 60 milhões que vivem no mesmo país e também elegerão o próximo presidente. Para estes, se a pauta do Jornal Nacional girasse sobre saúde, educação e economia, teria muito mais serventia na formação de opinião do que insistir no politicamente correto como eixo das perguntas. Impressiona a desinteligência dessa insistência, após o golpe que o jornalismo brasileiro aplicou sobre si mesmo, no Roda Viva com Bolsonaro de 30 de julho.
Força do hábito
Pai do pensamento ocidental, Aristóteles ressalvava antes de Cristo: “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”. Ainda que provavelmente Bolsonaro e seus eleitores nunca tenham lido o filósofo grego, o fato é que o candidato a presidente está no embate contra o feminismo, a defesa dos direitos dos negros e índios, além das questões de gênero, há quase 30 anos. Goste-se ou não das suas opiniões, necessário admitir: pelo hábito, isso é o que ele faz melhor.
Constrangedor
Bolsonaro, por certo, tem muitos defeitos. Mas como qualquer outra pessoa também tem virtudes, independente do juízo de valor que delas se faça. Quem dúvida tiver, que seja sincero ao dizer como se sentiu quando o candidato quis exibir um livro que atribuiu ao projeto “Escola sem Homofobia”, chamado pejorativamente de “kit gay”, em pleno Jornal Nacional. Não era, mas se material semelhante tinha como objetivo a distribuição entre crianças e adolescentes, até ser barrado em reação da bancada evangélica surfada pelo deputado, por que não poderia ser mostrado nas telas de TV de todo o Brasil?
EUA tiram dúvida
O constrangimento da Globo só não foi maior do que quando ecoou, pela boca do ex-capitão, as palavras de Roberto Marinho em apoio ao golpe civil-militar de 1964. Salvo o imponderável, como uma gravação de Joesley Batista, Bolsonaro deve estar no segundo turno. Bem verdade que, pelas pesquisas, lá ele perderia para quase todos os concorrentes. Mas tratá-lo como aberração, não candidato competitivo, dá provas sobre provas de ser a melhor maneira de fortalecê-lo. Está aí Donald Trump, no cargo mais importante da Terra, para dirimir quaisquer dúvidas.
No páreo
A visita do candidato a governador Romário (Pode) a Campos na segunda-feira (27) foi acompanhada de perto por Caio Vianna (PDT). Como registrado no blog do Arnaldo Neto, e nesta coluna, o nome do filho de Arnaldo Vianna não aparecia entre os postulantes pedetistas a nenhum cargo. Mas, na última atualização do sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem (29), Caio surge como candidato a deputado federal. Em 2016, o filho de Arnaldo chegou a liderar as pesquisas a prefeito de Campos, mas desidratou quando perdeu o apoio do pai e acabou se aliando a Anthony Garotinho (PRP).
Com o jornalista Arnaldo Neto
Publicado hoje (30) na Folha da Manhã
Como sempre falo, vcs da imprensa são sempre comunistas e socialistas. Mesmo sem saber !
A mamata vai acabar…
Bolsonaro em vcs !
17 17 17 17 17
Caro Marcos Caldeira,
Como vc descobriu? Não sem algum constrangimento, confesso: nós da imprensa somos todas da Ursal, organização maçônica composta dos illuminati do Cabo Daciolo — o eleitor de Bolsonaro que virou candidato.
Grato pelo ensejo ao humor!
Aluysio
Constrangedor
Bolsonaro, por certo, tem muitos defeitos. Mas como qualquer outra pessoa também tem virtudes, independente do juízo de valor que delas se faça. Quem dúvida tiver, que seja sincero ao dizer como se sentiu quando o candidato quis exibir um livro que atribuiu ao projeto “Escola sem Homofobia”, chamado pejorativamente de “kit gay”, em pleno Jornal Nacional. Não era, mas se material semelhante tinha como objetivo a distribuição entre crianças e adolescentes, até ser barrado em reação da bancada evangélica surfada pelo deputado, por que não poderia ser mostrado nas telas de TV de todo o Brasil?
Porque foi combinado previamente com os representantes dos candidatos que lá iriam, que NÃO ERA PERMITIDO mostrar qualquer papel, folheto, caderno, livro, revista, jornal, etc.
Então não foi por causa do livro A, B ou C, somente que: À TODOS OS CANDIDATOS NÃO ERA PERMITIDO MOSTRAR NADA.
Caro José,
Só que Ciro mostrou. E Bolsonaro também.
Grato pela participação!
Aluysio