Datafolha a presidente e governador
A Datafolha divulgou ontem suas novas pesquisas a presidente e governador do Rio. Na disputa ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 28% das intenções de voto, seguido de Fernando Haddad (PT), com 22%. Na corrida ao Palácio Guanabara, o líder Eduardo Paes (DEM), com 25%. Entre os candidatos válidos, ele veio seguido de Romário Faria (Podemos), com 14%. Anthony Garotinho (PRP) teve 15%, mas teve sua inelegibilidade confirmada no final da manhã de quinta (27) pelo juízo unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com base na Lei da Ficha Limpa, o político da Lapa está fora da campanha e do pleito.
Datafolha e Ibope x Paraná
A diferença de seis pontos entre Bolsonaro e Haddad no Datafolha foi a mesma registrada na última pesquisa Ibope, divulgada dia 26. Também divulgada neste dia, a consulta do instituto Paraná deu números diferentes, com vantagem de 11 pontos, bem superior, para Bolsonaro. Nas Datafolha e Ibope mais recentes, ele teria respectivamente 28% e 27% das intenções de voto, com 21% e 22% para Haddad. Na Paraná, até ontem a mais recente, o ex-capitão do Exército teria 31%, com apenas 20% ao ex-prefeito de São Paulo. Nas três pesquisas, Ciro Gomes (PDT) é o terceiro colocado: 11% na Datafolha, 12% no Ibope e 10,1%, na Paraná.
Quem leva o 2º turno?
Nestes oito dias que separam o eleitor das urnas do primeiro turno, tudo indica que Bolsonaro e Haddad disputarão a presidência no segundo. Mas suas simulações também foram diferentes nas três últimas pesquisas, com a mesma margem de erro de dois pontos para mais ou menos. Fora dela, Haddad ganharia de Bolsonaro na Datafolha: 45% a 39%. Na Ibope, com resultados próximos no primeiro turno, a simulação do segundo deu um empate técnico: Haddad 42% a 38% Bolsonaro. Já na Paraná, a vitória fora da margem seria de Bolsonaro: 44,3% a 39,4%. Pelos três institutos, Ciro ganharia tanto do capitão, quanto do petista.
E a rejeição?
As taxas de rejeição, que costumam determinar a vitória dos candidatos no segundo turno, também foram diferentes nos três institutos. Com números também próximos, Bolsonaro lidera o índice negativo na Datafolha e na Ibope: respectivamente, 46% e 44%. Em ambas, Haddad também ficou em segundo na rejeição: 32% na Datafolha e só 27%, no Ibope. Com outra metodologia, a Paraná novamente trouxe números bem diferentes. Quando o eleitor respondeu sobre cada candidato “não votaria nele de jeito nenhum a presidente”, o petista foi escolhido por 57,6% dos eleitores. Foi menos do que os 51,8% que não votariam no capitão.
Estranhamento
Com o descrédito da Vox Populi, a partir da produção de resultados favoráveis ao PT, Datafolha e Ibope passaram a ser os dois institutos de pesquisas mais conceituados do país. O Paraná cresceu muito na eleição presidencial de 2014, também acirradíssima. No dia 27, esta coluna já havia registrado a diferença grande dos números entre Paraná e Ibope. Assim como a coluna de Murillo Dieguez, proprietário do instituto de pesquisas Pro-4, na edição de ontem da Folha. O estranhamento foi registrado antes da Datafolha de hoje, muito próximo ao Ibope. Se os dois estiverem errados e a Paraná correta, mudar-se-á o paradigma de pesquisas no Brasil.
Improvável
O problema com a Paraná é o grande espaçamento das suas pesquisas. A última que fizeram sobre a disputa a governador do Rio foi a divulgada em 31 de agosto. Na que saiu ontem da Datafolha, é impossível saber a migração dos votos de Garotinho, que só voltaria a ser candidato por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Após seus insuspeitos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli suspenderam, respectivamente, os julgamentos das operações Chequinho e Caixa D’Água, que renderam as três prisões do político da Lapa, nada parece impossível. Mas diante da sua condenação unânime no TSE, é muito pouco provável.
Legado de Bolsonaro
Com Garotinho ainda na pesquisa Datafolha, ele permaneceu líder isolado na rejeição: 47%. Com ele fora, a liderança no índice negativo é assumida por Romário, com 36%, seguido de Paes, com 31%. A diferença se reproduz na simulação de segundo turno, onde o ex-prefeito do Rio bate o senador por 44% a 32%. Sem Garotinho, o mais pitoresco no debate de ontem da Record foi a disputa entre Indio da Costa (PSD) e Wilson Witzel (PSC) pela herança de Bolsonaro. E não é sem motivo. Segunda a Ibope do dia 25, o capitão lidera com 35% as intenções de voto no Estado do Rio. Segundo colocado, Haddad tem apenas 14%.
Publicado hoje (28) na Folha da Manhã
Esse datafolha e essa rede globo, são todos PT, e apoiado presidiário.
Vamos votar no PT corrupção no brasil recebe condecoração e medalhas , é disso que o povo gosta, depois vem querer cobrar os seus direitos, tira a policia das favelas e deixa o couro comer
EXCLUSÃO ELEITORAL
É injusto exigir biometria das regiões mais pobres e isentar as mais ricas.
A história mais importante dessa eleição talvez seja a mais ignorada. A decisão do Supremo Tribunal Federal na quarta-feira de manter o cancelamento de 3,4 milhões de títulos de eleitores é, em uma palavra, antidemocrática. Incapaz de reconhecer as muitas falhas no processo do recadastramento biométrico, a Justiça Eleitoral preferiu punir o eleitor a admitir os próprios erros.
Como o jornalismo de alcance nacional ignorou essa história até que fosse julgada pelo STF, não sabemos quase nada sobre quem são esses brasileiros ora transformados em ex-eleitores. Uma coisa, porém, é certa: limar o direito a voto desse tanto de gente terá efeito concreto no pleito de daqui a uma semana.
É que os títulos cancelados não são distribuídos de forma igual pela população brasileira. Para começo de história, as regiões mais ricas não passaram pelo recadastramento obrigatório em sua totalidade. No Sudeste, as capitais de São Paulo, Minas e Rio ficaram fora da convocação.
Resultado: 54% dos títulos cancelados eram das regiões Norte e Nordeste. Não coincidentemente, são as duas regiões mais pobres do país.
A democracia brasileira sobreviveu sem biometria até agora. Sobreviveria melhor sem a imposição dela em 2018.
Quem acredita em pesquisa? Vá as ruas lá está a verdadeira pesquisa. Não vai haver segundo turno.
Caro Marcos,
Segundo a Ibope de ontem, só se Bolsonaro crescer 12 pontos nos próximos cinco dias. Impossível não é, como ganhar sozinho a Mega-Sena acumulada. Como o voto, as apostas são livres.
Grato pela participação!
Aluysio