Cidade que há anos se transformou em polo universitário, Campos ontem teve um dia feliz. Cinco deputados federais — Wladimir Garotinho (PSD), Clarissa Garotinho (Pros), Hugo Leal (PSD), Chico D’Ângelo (PDT) e Talíria Petrone (Psol) — se comprometeram (aqui) com a emenda de bancada que deve garantir R$ 50 milhões, no Orçamento da União de 2020, para que a UFF-Campos retome e conclua as obras abandonadas dos seus dois novos prédios, às margens da av. XV de Novembro.
Diretor da UFF-Campos, Roberto César Rosendo disse ontem acreditar que bastará para a conclusão das obras, paradas na metade, que devem ser retomadas já no segundo semestre de 2020. Quem também se manifestou foi outro professor da instituição federal de ensino superior, o sociólogo e cientista político George Gomes Coutinho. Abaixo, o que ele disse sobre o assunto ao blog, que toma a liberdade de fazer suas as palavras dele: “Campos tem definitivamente o que comemorar com essa excelente notícia”.
Neste momento em que a educação brasileira no geral e, em particular, o ensino público superior federal encontram-se em destaque no debate público brasileiro na atual conjuntura mais por ataques de setores alinhados com uma perspectiva obscurantista e não tanto por seus avanços e contribuições (mesmo que ainda insuficientes), as notícias sobre o campus da UFF em Campos são, sem dúvida, uma bela injeção de ânimo para docentes, técnico-administrativos, alunos de pós-graduação e para os estudantes de graduação, algo em torno de 3.000 pessoas. Não obstante este “núcleo duro acadêmico”, ainda há o público frequentador dos projetos de extensão universitária em vigor no campus, vide por exemplo o longevo projeto da Uniti (Universidade da Terceira Idade), que atende pessoas oriundas da comunidade campista.
A finalização dos dois prédios da avenida XV de Novembro se traduz na instalação da vasta comunidade da UFF Campos em salas de aula modernas, gabinetes para pesquisadores-docentes (que possibilitam a acomodação que permite um melhor aproveitamento dos recursos humanos de alta qualificação que temos tendo espaço real para produção de conhecimento em tempo integral nas dependências da própria instituição), além da melhor acomodação de projetos sócio-culturais no galpão da antiga RFFSA a ser utilizado de maneira permanente com projetos de vanguarda e intervenções de interesse da população das regiões Norte e Noroeste Fluminenses.
Para além de projetos de pesquisa, projetos de extensão voltados para o público amplo, cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu, os impactos nos arredores, onde efetivamente estão instalados os dois prédios, costumam gerar demanda por moradia estudantil, movimentação do comércio local, ampliação de equipamentos urbanos e demanda por melhoria de acessibilidade e transporte público. Em suma, os beneficiados vão para muito além do “núcleo duro acadêmico”. Os moradores dos arredores ganham, a cidade ganha e a região contará com uma instituição de ensino superior que se encontra na 6ª posição dentre as Universidades da América Latina segundo o Round University Ranking com melhores condições de infra-estrutura. Campos tem definitivamente o que comemorar com essa excelente notícia.