Licenciado do mandato de vereador desde março deste ano, quando assumiu (aqui) como secretário de Saúde do governo Rafael Diniz (Cidadania), Abdu Neme (PR) deve voltar à Câmara Municipal. Mas para debater a Saúde Pública de Campos com a oposição, que motivada pela greve dos médicos deflagrada (aqui) no dia 7, já fala abertamente em CPI sobre o tema. No início da noite, o vereador garotista Álvaro Oliveira (SD) divulgou nas redes sociais (aqui) que entrou com uma denúncia crime no Ministério Público Federal (MPF) contra a situação que classificou como “descaso” na Saúde de Campos. Antes dele, quem anunciou hoje a ida de Abdu à Câmara foi o líder do governo, vereador Genásio (PSC). Ainda sem data marcada, o debate se dará em uma audiência pública. Nela, além de Abdu e sua equipe, poderá participar ainda o procurador-geral do município, José Paes Neto.
— Se na gestão Rosinha existia uma caixa preta e não havia debate nem diálogo, agora é diferente. A oposição poderá fazer seus questionamentos olho no olho. Um debate técnico, sem palanque político. Estamos vendo nas redes sociais um jogo pesado, com acusações e ataques. É hora de mostrar com transparência quais são os problemas e que medidas estão sendo tomadas, evitando citar nomes. Será uma grande prestação de contas e sua equipe poderão responder sobre todos os temas que envolvem a pasta.
Ainda de acordo com Genásio, a prestação de contas irá além da audiência na Câmara:
— O gabinete do secretário de Saúde está aberto. O prefeito Rafael Diniz tem destacado que medidas difíceis tiveram que ser tomadas. Mas também podemos citar grandes avanços na Saúde. Foram inauguradas as UPHs São José e de Travessão e estão sendo reformadas, em fase final, 10 UBSs. Com emendas parlamentares serão realizadas obras nos hospitais Ferreira Machado e Geral de Guarus. O governo está licitando a compra de 40 novas ambulâncias. Em 2018, foram investidos R$ 640 milhões na Saúde. Desse total, mais da metade foi para o pagamento de pessoal. Problemas existem e a arrecadação caiu, mas não falta trabalho.
Sobre o movimento da oposição para tentar criar uma CPI, Genásio bateu duro:
— Cúmplices do caos, que defendem chefe de quadrilha querem criar palanque político. Mas vamos ver no debate franco quais serão os questionamentos deles. A população quer respostas, não campanha antecipada.
Na edição da Folha do último domingo (11), o prefeito e o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, responderam às mesmas perguntas sobre a greve no setor e a situação da Saúde Pública. Rafael disse (aqui) estar aberto ao diálogo com a categoria, cuja paralisação atribuiu à implantação do ponto biométrico, e garantiu que as faltas serão descontadas dos grevistas.
Por sua vez, José Roberto negou (aqui) preocupação dos médicos com a biometria, ainda que tenha proposto alternativas a ela, e alegou que as causas da greve são a suspensão do pagamento dos gratificações e o bloqueio das substituições. Falou também em “caos na Saúde”, embora na sexta anterior (09), no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, tenha admitido (aqui) que os problemas no setor “não vêm de hoje”.
Após as duas entrevistas à Folha no domingo, José Roberto conseguiu marcar no fim da tarde de hoje uma reunião com Rafael, para tentar negociar o fim da greve.
Atualizado às 18h30 para incluir a denúncia da oposição no MPF