Líder isolado do Brasileirão, Flamengo de Gabigol e Jesus flerta com a glória de Zico

 

Entre o Rei Zico e o artilheiro Gabigol, a massa rubro-negro torce para ver, como nos versos de Cazuza, “o futuro repetir o passado” (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

O golaço ontem de Gabigol deu ao Flamengo a vitória sobre o Santos. E a liderança isolada do Brasileirão, com 42 pontos, seguido por Palmeiras (39) e o próprio Santos (37). Sob a batuta do técnico português Jorge Jesus, que caiu nas graças da torcida rubro-negra como “Mister”, o futebol que o time da Gávea vem exibindo realmente lembra aquele praticado pela geração de ouro de Zico e companhia, que ganhou tudo no início dos anos 1980.

Grêmio, depois Boca ou River, estão entre o Flamengo e o Valhala com o Liverpool (Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Sobretudo porque, se conseguir passar pela pedreira do Grêmio nas semifinais da Libertadores, em 2 e 23 de outubro, e depois bater na final de 23 de novembro o vencedor entre os tradicionais copeiros argentinos Boca Juniors e River Plate, quem estará esperando na disputa do Mundial de Clubes é o Liverpool. Que já fez a sua parte ao levantar a Champions da Europa.

Ocorre que o Liverpool, onde hoje brilha o cracaço egípcio Mohamed Salah, é o mesmo time inglês que o Flamengo de Zico bateu por 3 a 0 em 1981, em outra final de Mundial. É a tessitura do destino que ameaça reconduzir o clube mais popular do Brasil  à sua maior glória em quase 124 anos de história.

Apesar do torcedor sonhar acordado com o Liverpool, jogadores e técnico sempre reafirmam que o Flamengo ainda não ganhou nada. E é a mais pura verdade. Sem títulos, tudo que o time de Jesus vem fazendo será reduzido a momentos fugazes de um belo futebol. Se ganhar o Brasileiro, entrará para a história. Agora, se sobreviver ao Grêmio e, depois, ao Boca ou River na Libertadores, para fazer outra final do Mundial contra o Liverpool, 38 anos depois, aí seria o Valhala — onde homens se tornam deuses.

Pés no chão dos mortais, cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Tanto mais a quem tem o Galinho de Quintino como Rei. A “história do que poderia ter sido”, na definição do poeta português Fernando Pessoa, é a história do próprio futebol.

Se o clube da Gávea nada ganhar, a segunda maior torcida do Brasil, a antiflamenguista, certamente reeditará a provocação do “cherinho”. Mas que, até aqui, o “Sobrenatural de Almeida” do tricolor Nelson Rodrigues parece estar sorrindo ao Flamengo de Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique, Gerson, Filipe Luís, Éverton Ribeiro e “Mister” Jorge Jesus, não dá para negar.

Nos três vídeos abaixo, a benção do Rei a Gabigol, o golaço deste contra o Santos e outros 10 de artesania semelhante, que habitam um passado mítico:

 

 

 

 

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