Depois da Uenf, que elegeu (aqui) no último dia 17 o professor Raúl Palacio como seu novo reitor, chegou a vez do Instituto Federal Fluminense (IFF) também eleger o seu, assim como os diretores dos seus 11 campi. As eleições gerais ocorrerão entre a primeira e a segunda semanas de dezembro, provavelmente no último dia 10 do ano, que cai numa terça.
Na última quinta (26), o processo de eleição deu seu pontapé inicial, com a reunião do Conselho Superior (Consup). Hoje (30) ocorreu uma outra reunião do Consup, preliminar à escolha da Comissão Eleitoral Central e das 12 Comissões Eleitorais Locais onde funcionarão os locais de votação. Professores, técnicos e alunos do IFF podem se candidatar às comissões eleitorais. As inscrições podem ser feitas através do e-mail: comissaopreliminareleicoes2019
Diferente da Uenf, cujo colégio eleitoral dá peso de 70% aos professores, 15% aos técnicos e 15% aos estudantes, no IFF cada uma das três categorias tem o mesmo peso: 1/3. Como a instituição de ensino federal tem cerca de 20 mil alunos, 1.100 professores e 700 técnicos, o voto destes acaba tendo o maior peso unitário na divisão. Foi o que explicou o reitor substituto do IFF, professor José Boynard. Ele está à frente do Consup para assuntos eleitorais, já que o reitor, professor Jefferson Manhães de Azevedo, é candidato à reeleição. Vedada na Uenf, a reeleição pode ocorrer uma única vez no IFF. Boynard também lembrou que as urnas eletrônicas já foram solicitadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O reitor substituto também adiantou que, por enquanto, a pré-candidatura de Jefferson à reeleição (anunciada aqui, em entrevista à Folha em 27 de abril) é até aqui a única colocada à reitoria do IFF. “O que não quer dizer que não possam surgir outras até a que a Comissão de Campanha anuncie o calendário eleitoral, em 24 de outubro”, destacou Boynard.
Professora aposentada do IFF, que disputou e perdeu uma eleição com Jefferson para diretor do campus Campos-Centro, a historiadora Guiomar Valdez fez uma análise crítica do clima que enxerga na maior e mais importante instituição de ensino da região:
— Eu tenho achado, já há muito tempo, o IFF muito desmobilizado. Do ponto de vista político macro, a gente sempre foi uma instituição de vanguarda. Na última eleição a reitor, só teve o Jefferson de candidato. Comparando com a nossa rede federal (dos Institutos) e das universidades federais, tenho achado desmobilizado no sentido de se posicionar e esclarecer à comunidade algumas ações do governo federal, como o “Future-se”. Enquanto as universidades têm se posicionado, a maioria contra, mas argumentando, buscando esclarecer os impactos negativos. Sinto falta da boa política que fez a gente crescer nestes últimos 110 anos. Hoje, a gente parece ser muita mais retaguarda. Quanto ao Jefferson, desde quando ele concorreu comigo como diretor do campus Campos-Centro, eu torço por ele. Nossas diferenças são bem menores do que o que a gente pensa em comum do mundo.