Reconhecidos pela Fifa como a maior torcida do planeta, o que os flamenguistas fizeram ontem no Rio de Janeiro, na despedida do time do Ninho do Urubu ao aeroporto do Galeão, e voltou a fazer na madrugada e no dia de hoje em Lima, tingindo de vermelho e preto as ruas da capital do Peru, torna todo o resto menor para uma nação de 40 milhões — um entre cada cinco brasileiros. E assim será até que a bola finalmente role entre o Flamengo e o tradicional copeiro argentino River Plate, a partir das 17h deste sábado (23), no Estádio Monumental de Lima, pela final da Libertadores da América.
Eleito não só pela Fifa, como pelas revistas europeias World Soccer e France Football, entre os 10 grandes camisas 10 do futebol mundial no séc. 20, além de maior jogador do Flamengo de todos os tempos, Zico gravou na terça (19) uma live em seu canal no YouTube. Nela, falou do que espera da final da Libertadores. E comungou a experiência de quem liderou no campo a conquista rubro-negra da América do Sul e do mundo, em 1981. Feito que o time de Bruno Henrique, Gabigol, Arrascaeta, Gérson, Filipe Luís, Éverton Ribeiro e Jorge Jesus tenta repetir.
Aos 25’36 do vídeo, respondendo à pergunta de um telespectador, Zico aconselhou Gabigol, cujo destempero provocou sua merecida expulsão e quase custou a vitória de 1 a 0 do Flamengo sobre o Grêmio no último domingo (17). O ex-craque usou seu próprio exemplo. Na série de três jogos da final da Libertadores de 1981, contra o violento e desleal time chileno do Cobreloa, lembrou como um dos jogadores adversários lhe aplicou um “exame de urologia” quando que ele ia cobrar uma falta, sua especialidade.
A reação de Zico? Nas suas palavras: “Tranquei. E na hora de bater eu olhei para ele e falei assim: ‘Olha, no final do jogo você me dá seu telefone, tá?’. O cara começou a rir e parou. Agora, se eu dou uma porrada na cara dele e revido, o jogo 0 a 0, era isso que ele queria. Eu não ia jogar o outro jogo”. O Galinho de Quintino revidou de outra maneira. Nos três jogos contra o Cobreloa, fez quatro gols: dois de bola rolando, um de pênalti e o último, que selou o título da Libertadores ao Flamengo, em cobrança de falta. Na sua especialidade, o craque deu o “toque retal” definitivo.
Comandado por Zico, o Flamengo foi fazer a final do Mundial contra o Liverpool, no Japão, batido em 13 de dezembro de 1981, em ritmo de treino, por 3 a 0. Coincidência ou não, é o mesmo clube inglês que esperará no Qatar o vencedor do sábado entre Flamengo e River, para disputar outro Mundial de Clubes. Sua final será jogada em 21 de dezembro.
Descer das glórias do passado do Flamengo, ou da possibilidade de repeti-las daqui a apenas dois dias, para falar de política, deveria ser proibido. Mas o exemplo de Zico, como de hábito, serve também para outros campos. Ocorrida no final da manhã de hoje, a inauguração do Guarus Plaza Shopping, do empresário Joilson Barcelos, viralizou nas redes sociais pelas vaias ao prefeito Rafael Diniz (PPS). No palanque, também estavam o governador Wilson Witzel (PSC) e o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), entre outros.
Enquanto era estridentemente apupado, Rafael buscou demonstrar coragem: “Talvez muitos não estivessem aqui hoje. Talvez muitos não tivessem a coragem de pegar o microfone, aqui, agora, e olhar nos olhos dos senhores”. E, no que disse, estava absolutamente certo no motivo que tinha para nada ter dito. Sobretudo no dia seguinte à interdição (aqui) de sete setores do Hospital Geral de Guarus (HGG), por problemas de infiltração de água de chuva que se arrastam desde o governo municipal Rosinha Garotinho (hoje, Patri).
O fato da vaia ter sido puxada pela claque de Wladimir, liderada pelo vereador de oposição Alonsimar (PTC) e por Dinalva da Silva, irmã da ex-vereadora Linda Mara (do mesmo PTC de Alonsimar), foragida há 44 dias da Polícia Federal, não altera o desgaste à imagem do prefeito nas redes sociais. Na verdade, tem o mesmo efeito prático de quem cometeu a ingenuidade, primária na política, de não compor uma claque oposta porque estaria vistoriando o estrago das chuvas da semana, que interditou o HGG, nos distritos do município.
Como pouco importa se Joilson é muito ligado a Marcelo Mérida, que já foi secretário municipal de Rosinha, é pré-candidato a prefeito pelo PSC de Witzel e se especula poder funcionar como linha de apoio à pré-candidatura de Wladimir em 2020. Rafael é flamenguista como Wladimir, que teve a malandragem de levar sua claque e não fazer uso da palavra.
Pela idade, Rafael e Wladimir não deram a sorte de ver Zico jogar. Mas podem, como o Flamengo contra o River, herdar sua lição: um vencedor, além da coragem e do talento, só se constrói ou sustenta com inteligência emocional nas reações.
Ainda que “orquestrado”, pelo visto, em diversos vídeos que estão circulando pela internet, se fosse um político que gozasse de alguma simpatia, não teria a adesão da massa. Um governo desastroso, impopular e medíocre.
Verdade caro Victor, vemos problemas em todas as áreas irrestritamente e com grandes sinais de uma má administração. A pergunta que fica é, se não há recursos suficientes para tocar a máquina com o tamanho que esta, porque não diminui a máquina?
Quem fez o HGG foi Arnaldo Vianna, depois de Arnaldo assumiu Mocaiber e depois Rosinha tinha vazamento no telhado tinha sim, isso ninguém pode negar, mas pra quem prometeu que ia fazer mudanças e melhorar a saúde de Campos.Eu torço que isso aconteça e se torne realidade.
Eu particularmente sou contra baderna, vaias qualquer coisa dessa natureza, o momento é de reflexão e torcer que tudo vai da certo.
Fazer a reforma tudo bem é obvio que é necessário, agora o concerto do telhado a prefeitura deveria entrar com uma ação de ressarcimento da construtora que executou a obra. Até porque se o telhado venha a desabar e causa vitimas fatais alguém tem que ser responsabilizar pelo fato ocorrido.