Secretário de Comunicação do PT, Gilberto Gomes nesta terça no Folha no Ar

 

 

A partir das 7h da manhã desta terça-feira (28), sem retorno do convite feito desde sexta (24) ao pré-candidato a prefeito Caio Vianna (PDT), o convidado do Folha no Ar 1ª edição será Gilberto Gomes, secretário de Comunicação do PT em Campos, estudante da Uenf e blogueiro do Folha1. O entrevistado da Folha FM 98,3 analisará o governo Jair Bolsonaro (sem partido) e os rumos do PT, além da polêmica envolvendo o partido no município, a partir da posição do deputado estadual petista André Ceciliano, presidente da Alerj, e as críticas do sociólogo Roberto Dutra. Gilberto também falará sobre suas perspectivas para as eleições municipais de Campos em outubro.

Quem quiser participar pode fazê-lo com comentários em tempo real no streaming do programa, cujo link será disponibilizado alguns minutos antes do seu início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.

 

Gil se diz “pré-candidatíssimo” e fala de 2016 com Caio: “o menino é preguiçoso”

 

Deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Campos, Gil Vianna no Folha no Ar 1ª edição (Foto: Cláudio Nogueira – Folha FM 98,3)

 

“Fizeram uma pergunta e eu só respondi o que o próprio pai (o ex-prefeito Arnaldo Vianna, PDT) falou lá atrás (relembre aqui, na última resposta da entrevista de 15 de agosto de 2016), que ele (o pré-candidato a prefeito Caio Vianna, PDT) tem que trabalhar, tem que estudar, tem que se preparar. E aí virou essa polêmica (confira aqui). Eu fui realmente ver de perto quando fui disputar a última eleição (a prefeito, de 2016) com Caio. E o menino tem que trabalhar mesmo, o menino é preguiçoso. Eu fiquei chateado que o pai dele falou que eu era mentiroso. Na verdade, o Vianna meu é bom, é melhor que o dele. Meu pai era garçom, tem uma história muita bacana. Minha mãe era costureira, muito humilde, criou cinco filhos (…) Eu não me envolvi em nada errado, em denúncia e processo. Arnaldo não está inelegível até hoje?”

Foi o que disse no início da manhã de hoje o deputado estadual Gil Vianna (PSL), “pré-candidatíssimo a prefeito de Campos”, no Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3. Com a entrevista de Gil marcada na semana passada e, por conta da polêmica com Caio, este foi convidado desde sexta (24) para o programa na manhã desta terça (28), mas não retornou o contato. Gil foi vice na chapa da candidatura de Caio em 2016. E falou daquele tempo:

—  Eu lembro, eu estava com Caio, ficou triste demais, quase chorou porque o pai saiu para apoiar outro candidato (Geraldo Pudim, MDB, que hoje apoia Caio). E qual foi o motivo dele ter largado o filho dele? Aí depois eu é que sou mentiroso? Aí fez vídeos para inserção de TV, para dizer que o filho não estava preparado. Todo mundo sabe o que aconteceu em Campos. E tem um detalhe: o Caio fala por si. Vai ser vereador, vai ser deputado, faz um estágio. O cara quer vir prefeito logo? A gente vai elevar o nível. Inclusive, quando tiver campanha e chegar na hora do debate, a gente vai falar tudo isso e outras coisas mais. Arnaldo precisa deixar o filho falar por ele. Qual a idade de Caio hoje? Trinta e cinco (tem 31)? Não precisa o pai defender o menino. Arnaldo precisa estar preocupado com ele, ver os processos que ele tem até hoje, porque está inelegível. A gente precisa ir para a rua trabalhar, conhecer os problemas das pessoas. Caio nem mora aqui, mora no Rio. Só aparece na hora de eleição. Tem que trabalhar, tem que suar a camisa, tem que lutar. Qual o currículo desse garoto? Nenhum!

Além das críticas ao ex-companheiro da chapa em 2016, e das respostas às acusações de “mentiroso” do pai, Gil também falou de pontos que entende como fundamentais ao município:

— A primeira coisa é auditar a Prefeitura, saber como está Campos e compartilhar com a população. Auditar geral, de 2008 para cá. Proposta, claro que não está na hora para isso. Tem o momento certo e a gente vai registrar no TRE. Saúde é o principal problema de Campos, que vive um caos hoje. Está no Brasil e Campos passa por isso. A gente tem que trabalhar junto ao estado e ao governo federal, convocar mesmo para estar presente. Campos é uma cidade grande, com quase 600 mil habitantes e é a nave mãe para todos os municípios da região. É difícil, não há gestor que dê conta disso. Agora, é preciso ter aliado, é preciso ter relacionamento. Não pode ter brigas, picuinhas. Dizer: “Não, eu não vou lá em Campos porque lá estão as famílias”. Não adianta ser prefeito hoje se você não colocar o estado para estar presente. De 2008 para cá, eu não vejo relacionamento da Prefeitura com o estado e o governo federal. É a briga das famílias, querem tomar conta de Campos.

 

Confira abaixo os três blocos da entrevista de Gil Vianna ao Folha no Ar 1ª edição:

 

 

 

 

Tamandaré — Moradores e especialista em Segurança veem tentativa de intimidação

 

No detalhe, o flagrante de cliente da boate Luxx correndo de pistola e punho, após briga generalizada e três tiros disparados na madrugada de 01/12/18 (Fotos: Reprodução de vídeo)

 

Na madrugada da última quinta (23), duas viaturas da PM passam por carro de clientes da boate Luxx, que permaneceu parado na contramão da Pero de Góis, função que caberia a GCM fiscalizar (Foto: Reprodução)

No Ponto Final de domingo (26), a superintendência de Comunicação (Supcom) da Prefeitura informou (aqui) que a Guarda Civil Municipal (GCM) finalmente vai fiscalizar, quando acionada, os constantes abusos dos clientes da boate Luxx, na rua Pero de Góis, que têm infernizado as noites e madrugadas do bairro residencial do Parque Tamandaré. O que a Supcom também informou, mas a coluna não divulgou, é que, nas operações que a GCM promete fazer junto com o 8º BPM, será exigido que o morador reclamante acompanhe os desordeiros de outros bairros, não raro bêbados e por vezes armados (como evidencia o flagrante das imagens acima), para registrar a ocorrência na 134ª DP durante a madrugada.

Divulgada em grupos de WhatsApp dos residentes do Tamandaré, a proposta da GCM de passar a fiscalizar o que deveria fazer por força de lei, mas desde que um morador se disponha a acompanhar quem insiste em se deslocar ao bairro residencial para fazer das suas ruas um baile funk a céu aberto, gerou muitas críticas:

— Na verdade o poder público municipal é totalmente descoordenado, ineficiente e desperdiça recursos escassos. Caso cumprissem o que determina a lei de zoneamento urbano não dariam permissão para fazer funcionar uma boate num bairro residencial, a raiz do problema. Desta forma os órgãos de segurança pública estadual e municipal não teriam que desviar os recursos já carentes para resolver estes problemas. Portanto a (superintendência municipal de) Postura, a secretaria de Obras e (a superintendência de) Segurança deste município ou não se falam ou existem interesses por trás desse funcionamento, que desconhecemos — questionou um residente do Tamandaré

— Com certeza é uma maneira de intimidar! — concluiu outra moradora.

—  Concordo também! A Prefeitura está de acordo com tudo isso! É um absurdo um de nós prestar serviço que nos expõe com pessoas de péssimos comportamentos! — desabafou mais uma residente.

— Estão passando para os moradores o que eles têm a obrigação e não estão fazendo. Isso é uma piada? — indignou-se outra moradora.

Diante do que os residentes do Tamandaré encaram como tentativa de intimidação por quem deveria ter obrigação de fazer cumprir a lei, o blog foi ouvir um especialista em Segurança Pública, sem ligação com os poderes públicos municipal e estadual. Policial federal com especialização em Segurança Pública pela UFF e mestrando em Sociologia Política pela Uenf, Roberto Uchôa deu razão aos moradores do bairro que se sentem intimidados pela exposição proposta. Ele ressaltou que a PM tem cumprido seu papel, mas reforçou as críticas ao poder público municipal na maneira de encarar suas obrigações com a Segurança Pública:

 

Roberto Uchôa, policial federal especialzado em Segirança Pública pela UFF (Foto: Facebook)

 

“O longo período de inércia do poder público municipal com relação aos constantes tumultos que têm ocorrido no Parque Tamandaré, principalmente no trecho onde está localizada uma casa noturna, mostra como os gestores municipais de nossa cidade ainda não entenderam que Segurança Pública também é responsabilidade municipal.

A Polícia Militar tem enviado viaturas ao local quando acionada. Mas sem o auxílio dos órgãos municipais, fica inviável resolver o problema. Porém, devido à grande repercussão do tema durante a semana passada (relembre aqui) e após inúmeras reclamações, a Prefeitura decidiu mudar de atitude e prometeu atuar juntamente com a Polícia Militar no local quando acionados.

Ocorre que, segundo informações, seria exigido que o denunciante estivesse presente para, juntamente com a Guarda Municipal, ir até a delegacia fazer o registro da ocorrência.

Essa é uma medida sem fundamento. Em tempos de disque denúncia e de incentivo ao papel da sociedade civil como auxiliar das forças policiais através do fornecimento de informações, expor a pessoa que faz a reclamação parece ser muito mais uma forma de evitar as denúncias, do que de realmente resolver o problema que aflige os moradores.

Se a Prefeitura finalmente compreendeu que tem um papel a ser desempenhado na Segurança Pública, parece que ainda não sabe como desempenhá-lo. A única certeza é que expor o morador não é o melhor caminho para resolver o problema”, advertiu Roberto Uchôa.

 

Morre aos 41 Kobe Bryant, “filho” mais brilhante de Michael Jordan e Magic Johnson

 

Depois de Michael Jordan, nenhum jogador de basquete voou como Kobe Bryant

Morreu hoje, aos 41 anos, em acidente de helicóptero na Califórnia, um dos maiores gênios da história do basquete: Kobe Bryant. Para ampliar a tragédia, ele estava com sua filha Gianna, de 13 anos, e mais sete pessoas. Todos morreram. Kobe foi campeão cinco vezes da NBA, maior título do basquete, sempre como protagonista e atuando pelo Los Angeles Lakers. Em 2000, 2001 e 2002, o ala-armador fez uma dupla inesquecível com o pivô Shaquille O’Neall. O ego enorme de ambos era equilibrado pelo comando “zen” do técnico Phil Jackson, que vinha da experiência de ter antes treinado o maior time de basquete todos os tempos: o Chicago Bulls de Michael Jordan, vencedor seis vezes do título da NBA, nos anos 1990.

Com a saída de Shak do Lakers, Kobe assumiria de vez a condição de estrela maior do time. E escudado por outro grande pivô, o espanhol Paul Gasol, ele ganharia mais dois títulos da NBA, em 2009 e 2010, quando foi o MVP (Most Valuable Player, “jogador mais valioso”) daquelas duas finais. Seu melhor ano na NBA, no entanto, é considerado o de 2008, quando foi o MVP da temporada. Mas perderia a final do campeonato para o Boston Celtics de Kevin Garnet e Paul Pierce, em série de seis jogos.

Naquele mesmo ano de 2008, Kobe liderou a seleção de basquete dos EUA na conquista do seu primeiro ouro olímpico, em Pequim, batendo na final a Espanha do companheiro de clube Paul Gasol. Aquele time, que tinha também LeBron James no auge da forma, seria o único comparado ao “Dream Team” (“Time dos Sonhos”) original. Aquele de 1992, em Barcelona, que reuniu monstros como Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Scottie Pippen, Charles Barkley, Karl Malone, John Stcokton e David Robinson, na primeira Olimpíada aberta aos jogadores profissionais da NBA. “Filho” mais brilhante daquela geração inigualável de duas décadas antes, Kobe conquistaria em Londres-2012 sua segunda medalha de ouro olímpica pelos EUA, contra a mesma Espanha de Gasol.

 

Maiores jogadores de basquete das décadas de 80 e 90 do século 20, Magic Johnson e Michael Jordan

 

De fato, Kobe era filho do também jogador de basquete Joe Bryant. Após atuar na NBA pelo Philadelphia 76ers e Houston Rockets, foi jogar na Itália nos anos 1980. E levou junto seu filho caçula, que cresceria tendo como ídolo no esporte um certo brasileiro que àquela época brilhava no basquete italiano: Oscar Schmidt. A criação na Itália fez com que Kobe fosse também um apaixonado por futebol, torcedor do Milan e fã do jogo brasileiro. Quando voltou aos EUA em 1991, a grande habilidade demonstrada na High School (ensino médio) fez com que fosse draftado em 1996 com apenas 17 anos, sem passar por nenhuma universidade, como é o hábito no maior basquete do mundo.

 

O cestinha brasileiro Oscar Schmidt e seu grande  fã dos tempos da Itália, Kobe Bryant

 

No draft da NBA, feito para dar a preferência dos melhores reforços jovens aos clubes de pior desempenho na última temporada, o jogador não pode escolher seu time. A não ser que você seja Kobe Bryant. Sem nunca esconder que queria jogar no Los Angeles Lakers, ele foi draftado pelo New Orleans Hornets, pelo qual não chegou a jogar nenhuma partida. Ainda mera promessa, forçou sua troca com o já consagrado pivô sérvio Vlad Divac, que era ídolo do Lakers.

 

Menino de 17 anos, Kobe foi o mais jovem a estrear como jogador profissional na NBA

 

Kobe nunca vestiu o uniforme de nenhum outro clube. Desde 1996, quando foi o jogador mais novo a pisar numa quadra da NBA. Até se aposentar, em abril 2016, quando abriu mão de disputar a Olimpíada daquele ano no Rio. Sempre com a camisa roxa e dourada do Lakers, Kobe só mudou de número: a 8 com que jogou até 2007, e a 24, com que atuaria pelo resto da carreira. As duas seriam aposentadas em 2017 pelo único clube que defendeu por duas décadas, conduzindo-o a cinco conquistas do maior título de basquete da Terra.

 

Quatorze anos depois da sua estreia, Kobe abraça os cinco títulos da NBA que deu ao Los Angeles Lakers

 

Considerada sua maior atuação em um jogo de basquete, Kobe marcou 81 pontos pelo Lakers contra o Toronto Raptors, em 22 de janeiro de 2006. É a segunda maior pontuação da história da NBA. Pela evolução na marcação e placares menos elásticos, é considerada pelos especialistas como mais difícil que a primeira: os 100 pontos do pivô Wilt Chamberlain, pelo Philadelphia Warriors sobre o New York Knicks, em 2 de março de 1962. Confira no vídeo abaixo os 81 pontos de Kobe, 44 anos depois:

 

 

Para quem nasceu anos 1970 como Kobe, e começou a gostar de basquete nos anos 1980 por conta do Lakers de Magic Johnson, outro campeão cinco vezes da NBA, os anos 1990 existiram para ficar boquiaberto com o talento de Michael Jordan. E aplaudir seus seis títulos pelo Chicago Bulls. Até que Kobe surgiu ainda adolescente naquela mesma década, para se tornar homem na seguinte. E voar como Jordan, por sobre as cabeças de gigantes, para igualar a façanha de Johnson, vestindo a camisa do mesmo clube.

 

Companheiros de Lakers, Paul Gasol e Kobe Bryant defendem Espanha e EUA na final olímpica de Pequim-2008

 

Mesmo torcedor do Lakers por conta de Johnson, confesso: para mim, as atuações de Kobe que nunca vou esquecer foram com a camisa dos EUA. Eram as Olimpíadas de Pequim-2008 e estava “internado” na casa de uma namorada no inverno de Teresópolis. Vendo pela TV, com o Pico do Dedo de Deus pela janela, jamais esquecerei da semifinal de 22 de agosto contra a Argentina, campeã das Olimpíadas de Atenas-2004 batida na seguinte por 101 a 81. Nem da final contra a Espanha, dois dias depois, vencida por Bryant e companhia por 118 a 107.

Kobe foi um gênio do esporte. Dos maiores que vi em meu tempo de vida. E marcou uma fase dela, aquecida entre pernas e edredons, que guardo dentro de um estojo.

 

Confira o vídeo com as 40 melhores jogadas de Kobe na sua brilhante carreira de 20 anos na NBA:

 

 

Conselho à esquerda goitacá para outubro: “que não seja festiva, em resumo”

 

Servidor público federal, Edmundo Siqueira estreou como blogueiro do Folha1 com uma cobertura jornalística irretocável sobre a greve dos médicos na Saúde Pública de Campos (relembre aqui), em agosto de 2019. Em 2020, ano de eleições municipais, ele parece disposto a retomar o ritmo.

Ao comentar a polêmica aberta com a posição (aqui) do petista André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que gerou forte reação do PT de Campos, com críticas igualmente contundentes do sociólogo e professor da Uenf Roberto Dutra, Edmundo fez uma postagem no sábado (25). Que, confesso, só tive tempo para ler neste domingo (26).

Edmundo Siqueira, servidor federal e blogueiro do Folha1

Com um dia de atraso, indico antes tarde do que nunca: a análise do Edmundo vale a leitura. Sobretudo pela esquerda goitacá que não pretenda sair das urnas de outubro com a descoberta de que a luz no fim do túnel era, mais uma vez, a do trem na direção contrária. Abaixo, um trecho da postagem feita por um analista de orientação política progressista, que merece ser conferida na íntegra aqui:

 

“Em Campos o recente episódio André Ceciliano X Roberto Dutra X Odisséia Carvalho (entenda aqui) evidencia as dificuldades internas de partidos progressistas promoverem a tal “união da esquerda”. É preciso levar em consideração o excessivo desgaste do Partido dos Trabalhadores (PT) para as forças de esquerda sejam vitoriosas em novas eleições e que estejam unidas. Seria preciso um reconhecimento do PT de seus erros, que foram muitos e graves, uma reformulação interna aliada a modernização do pensamento, menos alijada do ‘homem comum’, que dialogue mais com a realidade fática e menos com um marxismo ultrapassado e anacrônico e com um pensamento gramsciano batido e visivelmente fracassado nas trincheiras extra-cultura. Que não seja esquerda festiva, em resumo”.

 

Prefeitura garante que GCM vai trabalhar com PM na fiscalização do Tamandaré

 

 

Na madrugada de quinta (22), duas viaturas da PM passam por carro de clientes da boate na Pero de Góis, que permaneceu parado na contramão, ilícito que caberia a GCM fiscalizar (Foto: Reprodução)

GCM promete agir

O Ponto Final da última sexta (23) foi inteiramente dedicado aos reincidentes transtornos e incidentes das noites e madrugadas do Parque Tamandaré, causados pela clientela de outros lugares levados por uma boate instalada no bairro residencial. Além dos leitores da Folha, o texto viralizou nas redes sociais. E, antes tarde do que nunca, gerou uma reação. Completamente ausente do seu dever de fiscalização das filas duplas, por vezes triplas de carros, formadas na rua Pero de Góis pelos frequentadores da casa noturna, a Guarda Civil Municipal (GCM) promete agora agir, sempre que acionada, em parceria com a Polícia Militar.

 

Desabafo da PM

Além dos residentes do Tamandaré, impedidos de dormir pelos potentes sons automotivos da seleta clientela da boate, que fazem da rua a sua extensão, a fiscalização do poder público municipal foi cobrada pelo comandante do 8º BPM, tenente-coronel Henrique. Ele desabafou (relembre aqui) na quinta (22), cuja madrugada terminaria com mais um baile funk a céu aberto na Pero de Góis, a despeito das viaturas da PM que foram ao local: “os demais poderes públicos têm que comparecer, têm que se fazer presentes também. A Guarda Municipal tinha que ter ido lá, infracionado. Tá complicado de ir sozinho? Pede o auxílio da Polícia Militar”.

 

Fim do jogo de empurra?

A superintendência de Comunicação informou que a GCM não se furtará mais a cumprir seu papel. Se ela não foi acionada na noite de quarta e madrugada de quinta, é porque os residentes do Tamandaré desistiram de fazê-lo, após dezenas de tentativas sem resultado. Para acabar com o jogo de empurra de responsabilidades entre GCM, Postura e PM, finalmente o óbvio acena: os três têm que atuar juntos para impor a lei a quem não tem educação para respeitá-la. Privação de sono é uma forma de tortura. Tanto pior quando usada com quem dorme à noite para trabalhar de manhã. Aguardemos os próximos capítulos…

 

Equipe do NF Transplantes (Supcom)

 

Primeiro

O NF Transplantes fez ontem (aqui) a primeira captação de órgãos na região em 2020. Dois rins e o fígado de um paciente de São Francisco de Itabapoana, de 53 anos, vítima de AVC que veio a óbito no Hospital Ferreira Machado (HFM), foram doados com a autorização da viúva. Ele deixa três filhos e outras vidas que seus órgãos vão ajudar a prolongar. Coordenador do NF Transplantes, o médico Luiz Eduardo Castro de Oliveira explicou que, pela vida útil menor do órgão, o fígado seria transplantado ainda ontem. Os rins devem sê-lo até a manhã de hoje.

 

Consciência

A seleção para transplante, com base em lista de espera e em critérios pré -estabelecidos, já estava sendo definida, desde ontem à tarde, pelo Programa Estadual de Transplantes (PET). Lançado em abril de 2010, o PET é responsável pela aplicação do novo regulamento técnico do Ministério da Saúde, através do Sistema Nacional de Transplantes. Psicólogo do NF Transplantes, Luiz Antonio Cosmelli destacou que a ação para salvar vidas vem sendo favorecida pelo trabalho de conscientização realizado em hospitais, igrejas, escolas e universidades, com apoio da imprensa.

 

Ibsen Pinheiro em seu maior momento na política nacional, como presidente da Câmara Federal no processo do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992 (Foto: Lula Marques – Folhapress)

 

Luto na política

Morreu na noite de sexta-feira, aos 84 anos, o ex-deputado Ibsen Pinheiro (MDB-RS). Ele foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993, quando conduziu o início do processo de impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. Ibsen fazia tratamento de saúde no Hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, quando teve uma parada cardiorrespiratória. Antes de entrar para a política, Ibsen trabalhou como jornalista, procurador de Justiça e promotor. Foi ainda advogado e dirigente do Sport Club Internacional.

 

Histórico

No início da década de 1990, Ibsen foi um dos nomes mais importantes da política nacional, inclusive cotado para disputar a presidência da República. No entanto, acabou afastado da vida política diante do escândalo dos anões do Orçamento. Ele teve o mandato cassado por 296 votos a favor e 139 contra, em um processo polêmico. A ação criminal foi arquivada por falta de provas. Voltou à Câmara em 2006. É dele a emenda que em 2010 deflagrou a polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo, que prejudica os municípios produtores. O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 29 de abril o julgamento da constitucionalidade da partilha.

 

Com Arnaldo Neto

 

Publicado hoje (26) na Folha da Manhã

 

Miguel Fernández y Fernández — Rio Paraíba do Sul: um bem de interesses múltiplos

 

Foz do rio Paraíba fechada entre o antigo Pontal de Atafona e a antiga ilha da Convivência (Foto: Divulgação)

 

 

Miguel Alvarenga Fernández y Fernández, engenheiro civil da Fiocruz, professor de Engenharia Civil do Cefet/RJ e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – seção Rio de Janeiro

Rio Paraíba do Sul: um bem de interesses múltiplos

Por Miguel Alvarenga Fernández y Fernández

 

A necessidade da água para abastecimento é inerente à história da civilização humana. A disponibilidade de mananciais determinava a própria localização das comunidades. A urbanização tornou o assunto mais complexo, pois os mananciais iniciais tornavam-se escassos e, para equacionar o problema, passou-se a incluir o seu transporte (transposição) para o abastecimento das populações desses aglomerados.

Vários registros de intervenções para transposição de água são encontrados. O primeiro sistema público de abastecimento noticiado é uma transposição através do canal Atrush, identificado pelo Aqueduto de Jerwan. Ele teria sido construído pelos Assírios entre os anos de 703-690 a.C., como parte de um sistema de captação e condução de água do rio Khenis por mais de 50km.

No Brasil, a primeira grande transposição de água foi iniciada na década de 1930, através de um empreendimento hidrelétrico conhecido como Sistema Gerador Light “Santa Cecília”, que transpõem as águas do rio Paraíba do Sul, na altura do município de Piraí, por um complexo conjunto de barragens, reservatórios, túneis, tubulações, estações de bombeamento e turbinas. O rio Guandu foi a calha utilizada pela Light para o escoamento das águas transpostas do rio Paraíba do Sul.

Na década de 1950, iniciou-se um planejamento para suprir as crescentes necessidades de água do então Distrito Federal (atual município do Rio de Janeiro), e o manancial escolhido foi esse rio Guandu, “engordado” pela transposição da Rio-Light. Uma transposição que orginalmente foi implantada para gerar energia, hoje é responsável por garantir a fonte de água para mais de 80% dos 10 milhões de habitantes da “Grande Rio”.

Os interesses pelos usos das águas de um rio são múltiplos: geração de energia, abastecimento humano, deságue de esgotos, abastecimento industrial, irrigação agrícola, vias de navegação, etc. Muitas das vezes, esses interesses são conflitantes e no principal rio da região mais populosa do Brasil, não poderia ser diferente principalmente em períodos de escassez hídrica.

Em virtude destes conflitos, em 1997 o congresso federal aprovou a Lei das Águas que prevê que os usos prioritários da água são para abastecimento humano e dessedentação animal. Em tempos de escassez hídrica, estes devem ser os usos garantidos.

Claro que nem sempre essa condição é tão simples. Transposições para sistemas de abastecimento de água urbano com grande ineficiência por perdas devem ser priorizados em detrimento da irrigação agrícola que gera alimentos para a mesma região? É um questionamento razoável. Porém, questionar uma transposição que é fonte de água e energia para milhões de pessoas, porque a morfologia da foz do rio está se modificando, foge da razoabilidade.

Alterações da foz de rios são fenômenos naturais de difícil determinação do como e porque ocorrem. Além disso, em termos de prioridades para o uso da água de um rio essa deveria estar entre as últimas.

No Paraíba do Sul, as alterações de sua linha de costa na foz, onde se instalou a comunidade de Atafona, podem estar ocorrendo pelos mais diversos motivos. Áreas costeiras como essa, de idade geológica recente, sofrem modificações pelas mais diversas ações como: correntes marítimas, ventos, chuvas, chegada de material sedimentável, etc.

Indagações sobre erosão/assoreamento de uma pequena área de restinga na foz (delta) de um rio culpando uma transposição, seja pela questão física que gera o fenômeno, seja pela questão social de garantir a segurança hídrica de milhões de pessoas, não são corretas e não ajudam a resolver a questão.

Um rio não sangra quando é transposto. Um rio transposto compartilha oportunidade, desenvolvimento e igualdade a uma nova região através de suas águas.

 

Publicado hoje (26) na Folha da Manhã

 

Às 7h desta segunda, Gil Vianna abre a semana do Folha no Ar 1ª edição

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

A partir das 7h da manhã desta segunda (27), quem abre a semana do Folha no Ar 1ª edição, na Folha FM 98,3, é o deputado estadual Gil Vianna (PSL), pré-candidato a prefeito de Campos. Entrevistado por Marco Antônio Rodrigues e por mim, ele falará no PSL depois que o clã presidencial Bolsonaro abandonou o partido e sobre as farpas trocadas durante a semana o clã Vianna. Com Caio (PDT), também pré-candidato a prefeito e de quem foi vice na chapa derrotada em 2016, e o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT). Gil também analisará o tabuleiro, do qual é peça importante, para a eleição a prefeito de Campos de outubro.

Quem quiser participar ao vivo da entrevista, pode fazê-lo com comentários no streaming do programa. O link será colocado alguns minutos antes do seu início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.