Com base no direito constitucional da liberdade de expressão, há limite para o humor? É o que testa o comediante carioca Léo Lins, do programa The Noite, de Danilo Gentili, no SBT. Conhecido pelas piadas de gosto duvidoso, ele propôs aqui, em seu perfil de Instagram, que o isolamento social para conter a pandemia da Covid-19 seja suspenso em “cidades que não tem (sic) importância”. Entre elas, Campos dos Goytacazes, ao lado da paranaense Umuarama e da catarinense Chapecó:
— E ai (sic) observamos, se morrer muitas pessoas mantemos a quarentena, se forem so (sic) alguns vamos voltando aos poucos. Creio que acim (sic) todxs sai (sic) ganhano (sic) — tentou escrever.
Antes do novo coronavírus, o humorista já tinha causado polêmica, ao fazer piada com o que pensa sobre Campos e sua população. Em apresentação de stand up, ele arrancou risos da plateia ao dizer:
— O lugar que eu fui fazer show até hoje, que tinha a maior concentração de pessoas feias da face da Terra, foi no interior do Rio de Janeiro, em Campos. Aconteceu algum acidente em Campos. Se quiserem fazer um filme de zumbi lá (aqui), só precisam contratar os seres humanos. O resto do material a cidade provê naturalmente. As pessoas lá (aqui) são tão feias que eu acho que o cantor Belo ganhou esse apelido depois de um show em Campos.
Resta saber o que os familiares e amigos do caminhoneiro Hudisson Pinto da Silva, de 39 anos, casado e pai de dois filhos pequenos, morto por Covid-19 (confira aqui) no último sábado (11), na UTI do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCC), achariam das piadas do comediante “bonitão”. Assim como os outros 21 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, seis deles em estado grave, que Campos havia contabilizado (confira aqui) até ontem (15).
Em 2013, quando trabalhava na Band e já tinha passagens compradas ao Japão, onde cumpriria compromissos profissionais, Léo Lins teve (confira aqui) seu visto cancelado. O veto aconteceu após a divulgação de um vídeo em que o humorista fazia piadas com o tsunami do Japão em 2011, que matou 15.894 pessoas. E gerou o abaixo-assinado “Impedir a entrada de Léo Lins no Japão”, feito por descendentes de japoneses e enviado ao Consulado daquele país.
Em sua polêmica mais recente, Léo Lins teve resposta de outro carioca de nascimento como ele, mas campista de coração. Ex-campeão mundial de natação, ex-presidente da Fundação Municipal do Esporte e pré-candidato a vereador, Raphael Thuin publicou (aqui), em seu perfil no Facebook:
Em comentário (confira aqui) à postagem do blog no site Folha1, mais acessado do interior fluminense, a leitora Juliana Sanchez respondeu às “piadas” do humorista sobre Campos com ironia: “Levou chifre de alguma garota daqui kkkk Só pode!!! Esperto!”