Pensei inicialmente em publicar o poema de 17 anos apenas nas redes sociais. Mas devido ao bom envolvimento lá gerado (confira aqui) e por ser uma maneira diferente de lembrar o feriado de hoje, seguem também abaixo. O dia dos mortos em versos de carne viva:
finados
se a chuva que cai sobre mim
cair também sobre ela
que minha lembrança a aqueça
a conta-gotas
dos pingos às folhas
das folhas à terra
que minha lembrança se enrosque
à raiz de uma erva daninha
daquelas que brotam de novo
depois da erva arrancada
se a chuva que cai sobre mim
cair também sobre ela
que minha lembrança adormeça
em sonhos de carnes fartas
revista de língua na alma
deitado no colo dela
atafona, 02/11/03