Assassinato de motoboy no baixo nível do debate eleitoral

 

(Foto: Rodrigo Silveira/Folha da Manhã)

 

Debate eleitoral vulgar

A contar de hoje (7), são 29 dias às urnas de Campos em 6 de outubro. A definição da vontade soberana dos 373.553 campistas aptos a votar deveria se pautar pelo debate de projetos ao município. Como sua sobrevivência sem os recursos finitos dos royalties do petróleo advindos de uma Bacia de campos já maduros. No lugar disso, a discussão eleitoral tem sido vulgarizada na bacia das almas. Como foi ontem, ao ser atribuída a ligação com um grupo político da cidade de um bombeiro militar apontado como suspeito do homicídio de um motoboy. Mesmo que a suposta motivação, pelo que se sabe até aqui, nada tenha a ver com política ou eleição.

 

Mais vulgarização

Esse baixo nível de debate pode até ser do interesse do público. Mas não é de interesse público. E não é monopólio de um lado. Do outro, já houve até importação, do Rio a Campos, de políticos notoriamente desqualificados para se ofender a honra da primeira-dama e do prefeito. Como a insistência na denúncia, por um chefe de Poder, de um suposto crime ambiental nas atividades industriais do vice-prefeito, mesmo após o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) ter negado existir. Ou até do envolvimento de filhos de adversário político numa empresa com veículo envolvido na fatalidade de um acidente automobilístico.

 

Polarização sem desqualificação

A menos de um mês do pleito, a tendência é de polarização entre os dois maiores grupos políticos da cidade, de expressão também estadual. Os Garotinho, que já tiveram dois governadores. E hoje têm no filho Wladimir (PP) o prefeito e líder em todas as pesquisas (confira aqui) à tentativa de reeleição. E os Bacellar, que presidem os Legislativos fluminense e goitacá, respectivamente, com os irmãos Rodrigo e Marquinho. Que têm na candidatura a prefeita da Delegada Madeleine (União) a única na oposição, até aqui, a também apresentar 2 dígitos de intenção de voto. Nos dois lados, polarização não precisa rimar com desqualificação.

 

Para nivelar o debate

Ciente do seu papel de liderança moral, numa comunidade de maioria ainda católica, a Diocese promoveu encontro (relembre aqui) em 25 de novembro de 2023 com os pré-candidatos a prefeito de Campos em 2024. À proposta de nivelar por cima o debate eleitoral, atenderam, então, o prefeito Wladimir e outros dois prefeitáveis hoje confirmados em convenção: Professor Jefferson (PT) e Dr. Buchaul (Novo). Este, em ordem definida em sorteio, abriu ontem a série do Folha no Ar de entrevistas com os candidatos a comandar o maior município do Norte Fluminense. Que, com o objetivo de discutir propostas, segue nesta terça (10) com Madeleine.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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Este post tem um comentário

  1. Luiz carlos duarte pessanha

    Como crer num alto nível no exercício político dos mandatos com o baixo nível que se apresenta?
    Em quem votar?

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