Advogados questionam papel de Moraes ao julgar Bolsonaro

 

Ex-presidente Jair Bolsonaro, ministro do STF Alexandre de Moraes e os advogados Pryscila Marins e Felipe Drumond (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Julgamento de Bolsonaro no STF

Iniciado ontem, na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento (confira aqui) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete denunciados (confira aqui) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, foi analisado pelos advogados Pryscila Marins e Felipe Drumond no Folha no Ar da manhã de ontem. Onde ambos fizeram críticas à condução do processo.

 

Suspeição de Moraes

“É humanamente impossível separar a questão jurídica da pessoal quando se é alvo. Se é alvo, é suspeito. Entendo que o ministro Alexandre de Moraes está suspeito para conduzir (o julgamento). Falamos de uma coisa como abolição do Estado de Direito, de golpe de Estado. É uma questão muito maior, que deveria ter uma isenção muito maior”, questionou Pryscila.

 

Não Bolsonaro ou Lula, mas justiça

“Muitas vezes, quando eu criticava as condutas adotadas na Lava Jato, diziam: ‘Ah! Você é de esquerda!’ E agora, quando eu critico algumas coisas desse julgamento (no STF), é: ‘Ah! Porque você é Bolsonaro!’ Não é uma questão de ser Bolsonaro, não é uma questão de ser Lula; é questão de ser justiça”, completou a advogada.

 

Um lado só?

Criminalista, Felipe também fez questionamentos ao julgamento de Bolsonaro no STF. E estabeleceu paralelos: “É muito bom que possamos comparar o que está acontecendo hoje, no STF, com o que aconteceu com o presidente Lula (na Lava Jato). Porque não dá para a gente ser crítico de um lado só”.

 

“Moraes é parcial”

“Quando um indivíduo viu um planejamento para tirar a sua vida, evidente que ele fica tendencioso. Acho, sim, que há claras demonstrações de que o ministro Alexandre de Moraes é parcial, assim como era o juiz Sergio Moro. E o maior indicativo disso é ele insistir para ser relator do caso e participar do julgamento”, apontou o advogado.

 

Do Folha no Ar ao STF

Logo após o final do Folha no Ar de ontem, na Folha FM 98,3, teve início o julgamento de Bolsonaro e outros sete denunciados pela PGR. Pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, dano qualificado sobre o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

 

Defesas não negam tentativa de golpe

Entre os advogados dos acusados, nenhum negou ontem a existência de uma tentativa de golpe de Estado. Mas todos os pedidos da defesa foram negados: o julgamento será no STF, na sua 1º Turma e foi mantida a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Hoje, o STF decide se aceita, ou não, a denúncia da PGR e transforma os acusados em réus.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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