Ponto Final — Atitude de líder

Se ser líder de um governo é tranquilizar a população quando, emblematicamente, o secretário de Governo pratica terrorismo psicológico contra esta mesma população, o vereador Paulo Hirano (PR) provou ontem estar à altura da função, ao relativizar a lista de cortes anunciada no dia anterior por Suledil Bernardino (PR), na qual nem mesmo serviços essenciais como Saúde, coleta de lixo e iluminação pública foram poupados do cataclismo anunciado, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) confirme a nova lei dos royalties aprovada pelo Congresso Nacional.

Hirano reinterpretou a lista castastrófica (em todos os sentidos) de Suledil, dizendo que ali estavam elencados não cortes, mas as ações do poder público municipal em cujo custeio entram as verbas dos royalties. Na defesa da prefeita Rosinha (PR), ele garantiu que esta terá sensibilidade para poupar ao máximo os serviços essenciais, caso se confirme a perda dos recursos do petróleo, que parece menos iminente depois que os governadores dos estados não produtores acenaram com a possibilidade de acordo, evitando se levar a questão ao extremo do “dá ou desce” no STF.

Ao largo de muitos fundamentalistas rosáceos — estúpidos como todos os radicais, mesmo quando a fé ou ideologia é substituída pelo bolso —, o vereador foi além. Se não admitiu os gastos supérfluos da gestão anterior, Hirano teve a hombridade de encarar o episódio dos royalties como um alerta à necessidade de planejamento dos gastos futuros, sobretudo para que os serviços essenciais corram menos riscos. Seja à numerosa militância caça-níqueis, sempre mal espelhada na arrogância do líder maior do seu grupo político, a atitude do líder de Rosinha deveria servir de exemplo.

Publicado hoje, na coluna Ponto Final, da Folha da Manhã.

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Este post tem 2 comentários

  1. maria

    Ainda bem que existem pessoas que diante do caos conseguem uma luz.

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