Chefe de estado é aplaudida e tem nome gritado pela torcida em jogo da Copa

Angela Merkel e Dilma Rousseff
Angela Merkel e Dilma Rousseff

 

 

 

 

Saudada pela torcida, a chanceler alemã acenou às arquibancadas da Fonte Nova (foto: Getty Images)
Saudada pela torcida, a chanceler alemã acenou às arquibancadas da Fonte Nova (foto: Getty Images)

 

A chefe de estado que tem sua seleção entre as principais favoritas para ganhar a Copa do Mundo, presente no jogo de estreia do seu time, sendo efusivamente aplaudida e tendo o nome gritado pela torcida. Bem, se esse era o sonho da presidente Dilma Rousseff e do PT, não deve ter sido fácil assistir à sua realização ontem, dentro do Brasil, por Angela Merkel (veja aqui). Anunciada oficialmente pelo sistema de som e com sua imagem transmitida ao vivo no telão da Fonte Nova, em Salvador, a chanceler alemã foi calorosamente saudada pela torcida de baianos, alemães e portugueses, antes de assistir à sua seleção, mesmo poupando o craque Bastian Schweinsteiger, aplicar uma goleada de 4 a 0 sobre Portugal de Cristiano Ronaldo.

Governador Jaques Vagner (PT) e sua esposa, antes do primeiro ser vaiado e da segunda responder com gestos obscenos, no carnaval de Salvador (foto de Fred Pontes)
Governador Jaques Vagner (PT) e sua esposa, antes do primeiro ser vaiado e da segunda responder com gestos obscenos, no carnaval de Salvador (foto de Fred Pontes)

Curiosamente, o contraponto com as vaias e xingamentos que Dilma recebeu da torcida paulista na abertura da Copa (relembre aqui), pode se tornar ainda mais constrangedor na comparação com a acolhida popular recebida por Merkel, se levado em consideração que a Bahia é governada pelo petista Jaques Wagner, também vaiado por uma multidão, por cerca de cinco minutos, no último carnaval de rua de Salvador (conheça o caso aqui). Ele estava num camarote, com sua esposa Fátima Mendonça, que reagiu aos apupos dos foliões e populares com o dedo erguido em gesto obsceno.

Mas os contrastes entre Merkel e Dilma não param aí. Em 2012, após visitar a Alemanha e publicamente dar conselhos aos europeus sobre como gerir sua crise econômica, além de criticar os países ricos de estarem causando um “tsunami monetário” com suas políticas expansionistas, a presidente brasileira foi respondida duramente (relembre aqui) pela chanceler da principal potência econômica da Europa, em entrevista à conceituada revista alemã Manager-Magazin:

— Essa senhora vem à Alemanha nos dizer o que temos que fazer? Ora, a Alemanha vai bem, obrigado, apesar de tudo. Mas eu vou aproveitar para dar um conselho a ela… antes de vir aqui reclamar das nossas políticas econômicas, por que ela não diminui os gastos do governo dela e diminui os juros que são exorbitantes no Brasil? Se eu posso emprestar dinheiro a juros baixos e o meu povo pode ganhar juros absurdos lá no país dela, não vou ser eu que direi ao meu povo para não fazer isso. Ela que torne a especulação no país dela menos atraente.

Bem, pelo menos na guerra de câmbio na popularidade com a torcida brasileira, Merkel parece ter dado sobre Dilma a mesma goleada que sua seleção aplicou ontem sobre Portugal. Após o jogo, a chanceler foi ao vestiário parabenizar os jogadores alemães pela vitória, sendo novamente recebida com entusiasmo. Alguns craques chegaram a aproveitar para fazer e divulgar nas redes sociais algumas selfies com sua governante, conhecida em seu país e na Europa como entusiasta do futebol.

 

Angela Merkel após o jogo, no vestiário com os jogadores da seleção alemã (fotografia © Twitter Steffen Seibert)
Angela Merkel após o jogo, no vestiário com os jogadores da seleção alemã (fotografia © Twitter Steffen Seibert)

 

Angela Merkel no selfie do atacante Lukas Podolski
Angela Merkel no selfie do atacante Lukas Podolski

 

 

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Este post tem 7 comentários

  1. Marcus Vinicius

    O que se passa na cabeça de Dilma e seus puxa – sacos este fato,numa leitura simples o que se vê é uma forma de respeito de reconhecimento pelo Governo,o que no caso de Dona Dilma também o foi só que com muita vaia e uma sugestão de (trecho excluído pela moderação)

  2. Herval Guimarães

    Salve Angela Merkel a “dama de ferro” da Alemanha, conservadora nos costumes, liberal na economia.

    Enquanto a Alemanha que já sofreu os horrores dos regimes nazista e comunista, o Brasil anda para trás quando se sabe que o Governo do PT quer reviver a época dos sovietes da URSS através do DECRETO Nº 8.243, DE 23 DE MAIO DE 2014.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm

    PETIÇÃO PARA: SENADORES BRASILEIROS
    Pedro Taques: PELA REVOGAÇÃO DO DECRETO QUE ALTEROU O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO

    http://citizengo.org/pt-pt/signit/8238/view

    Acorda, jornalista!
    Por Fernão Lara Mesquita
    Jornalista e Diretor do Grupo O Estado de S.Paulo

    Artigo publicado na Folha de S. Paulo de 11 de junho de 2014
    Um golpe contra a democracia está em curso desde o último dia 26 de maio e a circunstância que o torna mais ameaçador do que nunca antes na história deste país é a atitude de avestruz que a imprensa tem mantido, deixando de alertar a população para a gravidade dessa agressão.
    O decreto nº 8.243, assinado por Dilma Rousseff, que cria um “Sistema Nacional de Participação Social”, começa por decidir por todos nós que “sociedade civil” deixa de ser o conjunto dos brasileiros e seus representantes eleitos por voto secreto, segundo padrão universalmente consagrado de aferição da legitimidade desse processo, e passa a ser um grupo indefinido de “movimentos sociais” que ninguém elegeu e que cabe ao secretário-geral da Presidência, e a ninguém mais, convocar para examinar ou propor qualquer lei, política ou instituição existente ou que vier a ser criada daqui por diante em todas as instâncias e entes de governo, diretas e indiretas, o que afeta também os governos estaduais e municipais hoje na oposição.
    Apesar da violência desse enunciado, a maioria dos jornais e televisões do país nem sequer registrou o fato. E mesmo os que entraram no assunto depois vêm diluindo o tema no noticiário como se não houvesse nada com que seus leitores devessem se preocupar. Prossegue a sucessão de manchetes em torno do golpe de 1964, mas para o de 2014 o destaque é próximo de zero. Nenhum critério jornalístico justifica isso.
    Esse decreto é, na verdade, um excerto do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que o PT já tentou impor antes ao país também por decreto – nas vésperas do Natal de 2009, no apagar das luzes do governo Lula –, mas que, graças à forte reação da imprensa e consequente mobilização da opinião pública, foi obrigado a abortar.
    O PNDH-3 contém 521 propostas que, além da revogação da Lei de Anistia, que passou “no tapa” depois que a imprensa comprou a ideia do governo de que a prioridade nacional é voltar 50 anos para trás e não correr 50 anos para a frente, institui “comissões de direitos humanos” nos Legislativos para fazer uma triagem prévia das matérias que eles poderão ou não processar; impõe a censura à imprensa; obriga a um processo de “reeducação” todos os professores do país; veda ao Judiciário dar sentenças de reintegração de posse de propriedades “rurais ou urbanas” invadidas, prerrogativa que se torna exclusiva dos “movimentos sociais”; desmonta as polícias estaduais para criar uma central única de comando de todas as polícias do país, e vai por aí afora.
    Ciente de que tal amontoado de brutalidades jamais será aprovado pelo Legislativo, o PT está tratando de fazer com esse Poder o mesmo que fez com o Judiciário. Os juízes não dão as sentenças que queremos? Substituam-se os juízes por juízes “amigos”. Um Legislativo eleito pelo conjunto dos brasileiros jamais transformará essas 521 propostas em lei? Substituam-se os legisladores por “movimentos sociais” amestrados sob a tutela da Presidência da República…
    O argumento de que esse é o jeito de forçar o Congresso a reformas não é honesto. Para forçar reformas que o povo deseje, existem instrumentos consagrados tais como o do voto distrital com recall, que arma as mãos de todos os eleitores para demitir na hora os representantes que resistirem ou agirem contra a sua vontade. Este tipo de participação, sim, opera milagres estritamente dentro dos limites da democracia. Substituir os representantes eleitos por “representantes” que ninguém elegeu tem outro nome: chama-se golpe.
    Depois da rendição do Judiciário com a renúncia de Joaquim Barbosa, só sobra a imprensa. E os feriados da Copa farão com que só haja pouco mais de meia dúzia de sessões legislativas completas em junho e julho somados. Depois é véspera de eleição. É bom, portanto, que ela desperte já dessa letargia, pois não haverá segunda chance: está escrito no PNDH-3 que a imprensa é a próxima instituição nacional a ser desmontada.

    http://vespeiro.com/2014/06/11/acorda-jornalista/

  3. Ronald

    Que inveja eu tenho da Alemanha, enquanto lá eles tem a Angela Merkel nós temos a Dilma, ou seja,cada povo tem o governo que merece.

  4. Ronald

    Só um correção ao grande Herval, a Angela Merkel não é uma conservadora-liberal, é sim uma democrata-cristã, já que é esta ideologia que o partido dela segue, que nos costumes segue o conservadorismo social e na economia o ordoliberalismo.

  5. Hamilton Guimaraes

    Cada povo TEM o DESGOVERNO que faz
    por MERECER, infelizmente.

  6. dacinho

    Como podem torcer pra quem so ferra vocês??? Ja leram esse medida?? Acham mesmo que o que é bom para as grandes Empressas e bancos, é bom pra voces? não percebem o papel ridículo que estão fazendo com sua vida?? em me respondam..pensem quando (trecho excluído pela moderação)!!

  7. Joao Pedro

    Galera, onde me inscrevo para conseguir uma vaga nessas turmas de comentaristas que os partidos estão contratando? A Internet tá cheia. Arruma uma vaga ai, tô precisando. Tenho disponibilidade para ficar o dia inteiro comentando nos sites, portais de notícia, blogs, facebook, defendendo um partido e atacando o outro, não importa o lado, pagando bem tô dentro. Me passa o contato de quem tá contratando ai, vai.

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