Aficionado, como muita gente, nessas tais listas dos melhores em determinada área, nem que seja para meter o pau nas escolhas, comprei o livro “Os cem melhores poemas brasileiros do século” (XX), do Ítalo Moriconi, tão logo chegou às prateleiras. Entre os poetas selecionados que não conhecia, quem mais me impressionou foi Ribeiro Couto (1898/1963), simbolista que abraçou o modernismo já na mitológica Semana de Arte Moderna 1922, da qual participou ativamente. De fato, por se tratar do poema que talvez mais me penitencie por não ter escrito, naquilo que Cazuza chamava de “inveja criativa” em relação a Renato Russo, li e reli “Cais matutino” até, involuntariamente, oxidá-lo em maresia na memória.
Mais tarde, numa livraria do Rio (lógico!), esbarrei com uma coletânea exclusiva do poeta, comprando de cara o livro. Aprofundando-me em seus versos, pude constatar que aquela melancolia molhada de mar e chuva, tão marcante naquele poema no qual fui apresentado ao autor, batiam ponto em boa parte da sua obra, embora talvez sem igualar o mesmo brilho. Poeta, advogado, jornalista e diplomata, Ribeiro Couto foi também romancista de destaque, autor de “Cabocla”, duas vezes adaptado à teledramaturgia.
“Cais matutino” pode ter sido o ponto mais alto de um poeta no todo apenas razoável. Pode ser… Entretanto, seduzido pelo mistério familiar do “longe que aspiro no vento salgado” desse “mar ignorado”, permanece sendo para mim um dos maiores poemas já escritos não só no Brasil do séc. XX, como em qualquer tempo da língua portuguesa.
Atafona, manhã de 02/01/15 (foto de Aluysio Abreu Barbosa)
Velozes e furiosos 7 — O escritor argentino Jorge Luis Borges, com a elegância e diplomacia que o caracterizava, dizia que quando você está lendo um livro com desprazer, deve abandoná-lo pois ele, naquele instante, não foi feito pra você.
Confesso que pensei nessa frase de Borges ao assistir “Velozes e furiosos 7”, adaptando-a da literatura para o cinema. Um filme que não tinha sido feito pra mim. E não porque o considerasse artisticamente inferior àquilo que poderia ser o meu ‘patamar cinéfilo’. Longe disso. Simplesmente porque é um tipo de cinema que não me causa prazer.
Entretanto, devo reconhecer que “Velozes 7” tem seus méritos. O primeiro (para os produtores) talvez seja a capacidade de manter a franquia no topo das bilheterias. Aqui no Brasil, na primeira semana de exibição levou mais de sete milhões de espectadores, ficando no alto do ranking dos filmes mais assistidos. Não apenas isso, “Velozes 7” superou “Tropa de elite 2” como o filme de maior renda na história do mercado nacional. O sucesso local inclusive supera, em termos proporcionais, o que vem acontecendo nos Estados Unidos.
Semelhante êxito não vem por acaso. Entre os fatores que ajudaram à assistência massiva de público certamente poderíamos apontar a morte de Paul Walker, o co-protagonista, que viera a falecer durante a rodagem, ainda na sua fase inicial (sua participação só pode ser ‘completada’ graças à tecnologia digital). A esse trágico acontecimento, se soma uma boa campanha de divulgação que deu a entender, espertamente, ser este o ultimo filme da saga. Diante do espetacular faturamento, receio que a contagem dos filmes “Velozes e furiosos” atinja os dois dígitos.
Mas não sejamos injustos: há fatores endógenos, próprios do filme, que contribuem para o seu sucesso. Entre eles devemos destacar as cenas de ação, é claro, recheadas de perseguições automobilísticas, explosões, lutas e disparos, e que foram realizadas com a perícia, o exagero e a grandiosidade que se espera nesta classe de histórias. Além disso, agregam-se ao elenco estável da série os nomes de Jason Statham (o astro daquela outra franquia chamada “Carga explosiva”) interpretando aqui o vilão, e Kurt Russell, cuja aparição funciona como uma espécie de homenagem àquela classe de filmes de ação que o astro interpretara na sua juventude, especialmente as “Fugas” de Nova York e Los Angeles, ambos de John Carpenter.
O roteiro, por sua vez, tem a astúcia suficiente para conceber uma história que justifique desde a variedade de paisagens e locações quanto as peripécias dos protagonistas, que deverão cumprir uma série de ‘trabalhos’ encomendados pelo suposto agente da CIA (Russell), com o objetivo final de derrotar o vingativo Deckard Shaw (Statham). De toda sorte, compreender os meandros da trama é totalmente prescindível.
A grande jogada dos produtores de Velozes talvez tenha sido saber mudar a natureza da franquia antes que esta se esgotasse. Até o quinto filme, tratavam-se das aventuras de um grupo de semi-marginais cuja paixão pelas corridas ilegais de rua os levavam a cometer diversos crimes, enquanto eram perseguidos por policiais infiltrados. A partir do sexto, a equipe de Dominic Toretto transformou-se num grupo altamente especializado na realização de ‘trabalhos’ por encomenda das autoridades, visando capturar outros bandidos mais perigosos.
A despeito do conselho de Borges, não posso apenas abandonar “Velozes 7” alegando não ser ele o tipo de filme pra mim. Em primeiro lugar porque a função de crítico me obriga a analisá-lo, entendê-lo e orientar o leitor para que saiba de que classe de filme se trata. Mas também porque não há para onde fugir: os filmes da categoria de “Velozes e furiosos” praticamente monopolizam as salas a nível mundial. Que fique claro: o problema não é que seja mau cinema (acho que não é); o problema é que seja o único cinema.
“Eu quero que a Alemanha se dane! Eu quero falar é de Kapi”. Foi com essa assertiva que o professor Marcelo Sampaio realinhou o debate que se seguiu a apresentação do documentário “Pina”, sobre o trabalho da bailarina e coreógrafa alemã de dança Pina Baush, no Cineclube Goitacá, no último dia 8 de abril, seis após a morte do diretor teatral, turismólogo e poeta Antonio Roberto de Góes Cavalcanti, o Kapi. Naquilo que, de maneira espontânea, acabou substituindo sua missa de sétimo dia, quase todos os presentes passaram a comungar lembranças de Kapi, a partir da provocação do Marcelo. Presente àquela quarta de Cineclube convertida numa pungente e bem humorada sessão de catarse coletiva, o poeta, professor, artista multimídia e produtor cultural Artur Gomes recebeu e acolheu a proposta de promover um sarau dedicado a Kapi, baseado em sua obra literária. E, numa outra feliz coincidência, daquelas que o filósofo (alemão) Nietzsche dizia não haver, o evento acabou marcado para o próximo dia 2 de maio, quando se completará um mês sem o artista campista.
O Sarau em Homenagem a Kapi começará às 19h do primeiro sábado de maio, na sede local do Sindicato Nacional dos Servidores Profissionais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe), na rua Álvaro Tâmega, nº 132, como o Artur anunciou aqui, na democracia irrefreável das redes sociais. A entrada é gratuita, mas doações de material de limpeza e higiene pessoal estarão sendo arrecadados para a Casa Irmãos da Solidariedade, que cuidou de Kapi em seus últimos meses de vida, como vem fazendo há décadas com os soropositivos do município. O sarau contará com a presença do violonista fidelense Paulo Celso Ciranda, que apresentará várias músicas que compôs sobre as letras de Kapi. Atores, autores e amigos do homenageado também interpretarão seus poemas, incluindo “Canção amiga” e “Goya Tacá Amopi”, vencedores do FestCampos de Poesia, respectivamente, em 2002 e 2005.
Numa cidade que não se destaca pela memória ou pelo valor dado aos seus criadores, esse sarau para Kapi mantém viva não só a obra de um grande artista, como a esperança de que a arte em Campos possa conhecer melhores dias. Para quem tem algum compromisso com ela, comparecer deveria ser uma obrigação. Felizmente, não é.
Abaixo, fragmentos de uma obra que não será esquecida:
Criadora das aclamadas sequências “Shrek”, “Madagascar”, “Kung Fu Panda”, a americana DreamWorks Animation voltou à cena, após “Os Pinguins de Madagascar” e uma crise gerada por prejuízos em bilheterias e demissões no último ano, com a animação “Cada um na sua casa”. Dirigida por Tim Johnson, a produção americana conta com vozes de Rihanna, Jim Parsons, Jennifer Lopez e Steve Martin.
Após uma ameaça de invasão dos inimigos górgons, os extraterrestres boovs se dirigem para o planeta Terra. Ao chegarem, os novos habitantes retiram os humanos de suas cidades e os enviam para outros locais. Dominados os “selvagens nativos”, conforme afirma o capitão dos boovs, Smek, o grupo assume residências, ruas e a nova realidade em um local estranho e distante de sua origem. O líder acredita que os humanos precisam de seus ensinamentos por serem simples e atrasados. Entretanto, a adolescente Tip e seu gatinho de estimação continuam na Smeklândia, novo nome dado a Terra. Em sua busca pela mãe, a menina encontra Oh, um boov que se une a ela por estar fugindo dos alienígenas.
Composta por cenários coloridos e bonecos que mudam de cor de acordo com o humor — característica semelhante a personagens da saga “Harry Potter”, da britânica J.K. Rowling —, a animação faz alusão, de maneira lúdica e leve, a importantes questões históricas e sociais, como a ocupação indevida de terras por grupos que julgam inferiores as pessoas que as habitam. Ao pousarem no planeta Terra, os boovs iniciam a colonização — termo, inclusive, utilizado no filme — com o intuito de dominação e modificação de hábitos e costumes. A fuga dos ETs, que se desesperam com medo de uma invasão de górgons, traz à memória a vinda da Família Real para o Brasil, em 1808. A mesma atitude de entrega e covardia (um dos lemas dos extraterrestres, junto à ideia de liderança, fuga e “picar a mula”) é um dos pontos da ficção e de certos acontecimentos da História do Brasil.
Depois de fugir de Portugal devido a ameaças do francês Napoleão Bonaparte, a corte aportou em Salvador e, em seguida, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1822. A estada dos portugueses trouxe prejuízos — principalmente financeiro — para a população, cuja essência havia começado a ser dizimada com a colonização do país, nos anos de 1500. Este pode ser considerado outro aspecto comum ao filme e a fatos do Brasil. Na terra recém-descoberta, os colonizadores passaram por uma fase de estranhamento quanto ao comportamento e ao hábito dos nativos, assim como os boovs em relação à cultura humana, e tentaram modificar a realidade na qual eles viviam. Em determinada cena, Oh, sem saber a real função dos objetos terrestres, transforma rolos de papel higiênico em enfeites para festa. Os sentimentos que envolvem as pessoas também são desconhecidos pelo grupo dos extraterrestres.
Em diferentes momentos da animação, os alienígenas mudam as principais características das cidades em que chegam, após realocarem as pessoas, por se considerarem os únicos capazes de decidir o que pode ser útil ou não. É feita a retirada de bicicletas, lixeiras e outros objetos comuns à vida humana, mas não à boov. Eles fogem dos górgons tal como os portugueses fugiram de Napoleão Bonaparte por medo de terem suas terras dominadas.
O exercício de estranhamento a partir do ponto de vista dos boovs, no entanto, é uma atividade interessante para que crianças e adultos possam compreender e aceitar as diferenças entre os inúmeros grupos sociais existentes no planeta Terra, colaborando, mesmo indiretamente, para ajudar a manter as peculiaridades e a história de cada ser humano.
A partir da mudança do ponto de vista de Oh quanto à transferência dos extraterrestres para a Terra — a suposta atitude certa do capitão Smek se torna errada a partir da ampliação do conhecimento do boov sobre a espécie humana — e o respeito com que ele trata a adolescente Tip, “Cada um na sua casa” oferece ao público, em aproximadamente 1h30, momentos de ensinamentos que tornam a diversão na sala de cinema adequada para reflexões.
Chappie — Nos filmes produzidos ou coproduzidos nos Estados Unidos, os ETs vêm à Terra para pilhá-la, salvá-la ou transformá-la em campo de batalha sideral. Particularmente num, eles vêm fugidos da miséria e se instalam na África do Sul, residindo e favelas paupérrimas e sendo discriminados por brancos e negros. O filme é um libelo ao racismo, mostrando que ele é um fenômeno de que qualquer ser humano pode ser vítima, ao mesmo tempo que está muito arraigado nas sociedades. Foi com este assunto que o diretor sul-africano Neill Blomkamp. estreou no cinema. Seu filme “Distrito 9” tornou-se um clássico. Em seguida dirigiu “Elysium” (2013). Cooptado pelo cinema dos Estados Unidos, ele volta com “Chappie”, com roteiro do próprio Blomkamp e de Terri Tatchell. O filme é desenvolvimento do curta “Tetra Vaal ”, dirigido pelo diretor em 2004.
Ambientado em Joanesburgo, África do Sul, ele mostra o profundo contraste entre ricos e classe média, morando no miolo de uma cidade tipicamente ocidental, e os pobres, morando em favelas piores que as do Rio de Janeiro. A atividade dos favelados que chama a atenção no filme é a transferência de renda por meio de violência. São as gangues armadas, distintas das gangues de gravata que também transferem renda por meio da corrupção no Brasil.
Diante de tamanha violência, uma empresa (Tetra Vaal) é contratada pelo governo para cuidar do policiamento da cidade, substituindo os policiais humanos por androides. Resolve-se o problema? Evidente que não. Como não há nenhum programa de promoção social, a marginalidade continua, só que agora combatida por super-policiais que podem ser destruídos sem que os humanos sofram com a morte de pessoas. Basta reparar os robôs danificados ou simplesmente substituí-los por outros.
A empresa é dirigida por Michelle Bradley (Sigourney Weaver) e nela trabalham o jovem engenheiro Deon Wilson (Dev Patel), que deseja dotar os androides de consciência e sentimentos humanos, o militar aposentado Vincent Moore (Hugh Jackman), empenhado em desenvolver um super-robô que superará os que estão em operação. Deon consegue alcançar seu intento e cria um androide humanizado semelhante a Pinóquio, como observou Gustavo Oviedo. Ele, porém, é sequestrado por três facínoras, entre eles uma impiedosa mulher. O robô é criado pela trinca e toma a mulher e um homem como pais, reconhecendo que Deon é seu criador.
Depois de cometer vários crimes, o androide adquire plena autonomia e muda para o lado do bem. A ideia de criar um robô plenamente humano seria boa se já não tivesse sido pensada muitas e muitas vezes antes. O diretor declarou numa entrevista que desejou colocar em discussão a questão da consciência. Tudo bem, mas ele passa ao largo das neurociências nesta discussão. Provisoriamente (porque em ciência tudo é provisório), tem-se por assentado que a consciência é uma emergência imaterial do supercomplexo cérebro humano, formando ao longo de pelo menos sete milhões de anos, sem considerar a história anterior do cérebro animal. Em outras palavras, o cérebro humano é material, ocupa quase todo espaço da caixa craniana, pode ser tocado e cortado quando exposto. A consciência e os sentimentos humanos podem ser externados, mas não tocados. São, portanto, imateriais, mas intimamente ligados ao cérebro como emergências de seu funcionamento hipercomplexo.
A criação de uma consciência artificial e externa ao ser humano não é trabalho de engenheiros, mas de neurocientistas, que não têm esperança de conseguir um dia o êxito do engenheiro Deon. As máquinas naturais não podem ser igualadas por máquinas artificiais. Por isso, o filme soa superficial e imaturo. Também não convincente com uma mulher cruel transformando-se numa doce mãe de um robô. Para falar a verdade, até mesmo meio caricato ao tornar uma mulher endurecida pela sobrevivência em meio violento numa terna e carinhosa mãe. Meio maniqueísta em traçar em linhas claras a distinção entre um engenheiro do bem lutando contra um militar do mal. Em simplificar a consciência humana num programa que pode ser armazenado num pendrive e transferido para robôs ou vice-versa. Mas o contato com más companhias pode influenciar uma pessoa. Parece que ficou meio enlatado ao ser cooptado pelos Estados Unidos. Enfim, “Chappie” é um filme mal resolvido.
Velozes e furiosos 7 — Poucos objetos promovem tanta sedução quanto os carros fazem com os homens . O carro seduz porque é uma espécie de extensão do corpo. Dá a sensação de que o indivíduo se torna mais potente, menos lento, mais robusto, menos vulnerável.
A sedução passa, primeiramente, pela potência do motor. Curiosamente, a unidade de medida dos motores é “cavalo de força”. Uma alusão à masculinidade dos equinos e a força de seus corpos. Quanto mais cavalos um motor possui, mais virilidade sugere. Corridas de carro são mania mundial. A relação entre velocidade e masculinidade já mereceu estudos psicológico-comportamentais interessantes.
Para o psicólogo Francesco Albanese, que há anos estuda psicologia do trânsito, é preciso voltar a Freud e à psicanálise. Por estar associado subjetivamente a atributos considerados viris, como velocidade e potência, o carro se presta melhor a ser alvo de um processo de identificação masculina. E onde há identificação, há projeção da própria personalidade. Há, porém, uma explicação neurobiológica para o fascínio pelas altas velocidades: a consciência (ainda que parcial) do risco desencadeia no organismo reações neurológicas e hormonais. A elevação dos níveis de adrenalina induz à hiperatividade do sistema nervoso e confere uma espécie de euforia artificial que, para alguns, pode resultar em satisfação. O carro dá ao motorista a oportunidade de experimentar seu corpo elevado a velocidades que, por si só, não alcançariam. Correr faz parte do sonho humano por superação.
Nas telas, o fascínio por automóveis e velocidade já foi explorado em produções de grande sucesso como “Juventude transviada”(1955) com James Dean ao volante de um Chevrolet Special Deluxe 1941 ; “Viva Las Vegas”(1964), com Elvis Presley; na série 007, com Sean Connery e outros atores no papel do agente secreto James Bond; na comédia dirigida por Robert Stevenson “Se meu fusca falasse” (1968) e na animação japonesa “Speed Racer”(60’/70’) com seu poderoso Mach5.
O estúdio Universal Pictures lançou o 7º filme da sua franquia “Fast and furious”, “Velozes e Furiosos 7” no Brasil. Com direção de James Wan (de “Jogos Mortais”,de 2004; e “Invocação do Mal”, de 2013) e produção de Michael Fottrell, Vin Diesel e Neal H. Moritz, que contaram com US$ 230 milhões para manutenção do elenco, efeitos em 3D, equipes de dublês, locações maravilhosas e muito carro bacana para destruir. Segundo o Wall Street Journal os veículos foram destruídos durante as filmagens do longa em Colorado, Atlanta e Abu Dhabi. A lista dos possantes que foram para o ferro-velho é de deixar qualquer apaixonado por carros babando: foram muitos Mercedes-Benz, um Ford Crown Victoria e um Mitsubishi Montero.
No elenco, atores já conhecidos dos filmes anteriores da franquia como Vin Diesel (“O Resgate do Soldado Ryan”, de 1998; “Eclipse mortal”, de 2000; e “Riddick — A ascensão”, de 2013) é o alpha da equipe motorizada Dominic “Dom” Toretto. Diesel, além de protagonista, é produtor da franquia V&F. Paul Walker (“ Mergulho radical”, de 2005; “Contagem Regressiva”, de 2013 e “Distrito 13”, de 2013) vítima fatal de um acidente automobilístico em novembro de 2013, antes do fim das filmagens, é Brian O’Conner , bem treinado e corajoso membro da equipe de Dom, viciado em adrenalina com dificuldades em levar uma vida tranquila com sua esposa, Mia Toretto, interpretada pela bela atriz panamenha (filha da modelo brasileira Maria João Leão de Souza) Jordana Brewster (de “Uma história a três”, de 2001; e Annapolis, de 2006). Jason Statham (ator e lutador de artes marciais britânico – “Collateral”, de 2004, “Carga Explosiva” de 2002, 2005 e 2008; além de “Os Mercenários”, de 2010, 2012 e2014) é o frio e explosivo vilão Deckard, que não deixa nada de pé em busca de sua vingança. Dwayne Johnson ou The Rock (“A Rocha” — ex jogador de futebol americano e lutador de wrestling profisssional (“O escorpião rei”, de 2002; e “Hércules”, de 2014) interpreta o chefe da agência de inteligência norte americana Luke Hoobs (Tyrese Gibson de “Transformes”, de 2007; e “Legião”, de 2009) como o engraçadinho Roman Pearce ( Ludacris, ator e rapper americano) de Tej, o especialista em tecnologia. Michelle Rodriguez (“Girlfight”, de 2000; “Residentl evil”, de 2002; “Avatar”, de 2009 e “Resident evil: Retribution”, de 2012) como Leticia “Letty” Ortiz, esposa de Dom que sofre de amnésia temporária. Nathalie Emmanuel (“Twwnty8k”, de 2012; e “Games of thrones”, de 2013) como a toda linda hacker Megan, criadora do programa “Olho de Deus”, que consegue acessar todas as câmeras de vigilância e celulares do mundo. Participação de Kurt Russell (“Fuga de Nova York”, de 1981; “Stargate”, de 1994; e Vanilla Sky”, de 2001) de Mr.Nobody.
Na trama, a equipe motorizada de Dom precisa resgatar a hacker, que está nas mãos de uma gangue também motorizada, e o dispositivo contendo o programa Olho de Deus, para deixarem de ser a caça e virarem caçadores do vilão vingativo e explosivo Deckard. Além das várias explosões, muitos tiros e lutas corporais eles encenam um salto de um avião, com seus carros mexidos, de paraquedas. A seguir, aterrissam em estrada sinuosa no alto de montanha no Azerbaijão entre floresta e precipícios. Aprontam na festa de arromba do príncipe árabe (estilo ostentação) conseguindo, com um super-carro (Lykan Hypersport – de 0 a100 Km/h em menos de 3 segundos e valor US$ 11 milhões), voar entre o alto de três torres em Dubai, acabando em uma galeria de arte da terceira torre, atropelando estátuas de terracota chinesas. O grand finale fica para as cenas noturnas nas ruas de Los Angeles, onde a equipe está em casa. A disputa entre a turma de Dom e os vilões, envolve carros preparadíssimos (claro), drones e helicópteros hiper armados. As perseguições e combates destroem com força as ruas e prédios da cidade para no final amansar em uma praia pacata da República Dominicana. Os efeitos convincentes em 3D, os super-carros, as locações, as lindas moças e o número generoso de cenas de ação com lutas entre os fortões, tiroteios, explosões e perseguições com destrezas surreais, deixam os espectadores fixados na tela.
A antiga fórmula da franquia continua dando certo. Acrescido da comoção com o falecimento do astro Paul Walker, “Velozes e Furiosos 7” se transformou correndo (com trocadilho) no líder de bilheteria 2015 em mais de 67 países, e a arrecadação já passa do bilhão de dólares. Pule de 10 a produção de 8º filme.
Seguro que a diversão e adrenalina são garantidas.