“Rosinha é a prefeita que mais realizou pelo município”

 

Por Aluysio Abreu Barbosa e Alexandre Bastos

 

Se continua a elogiar a passagem de Rosinha Garotinho (PR) pela Prefeitura de Campos nos últimos seis anos e oito meses, o deputado federal Paulo Feijo (PR) também admite que Campos poderia ser muito melhor com os royalties recebidos nos últimos 20 anos. Ainda assim, ele aposta na força do grupo governista, no qual vê o vereador Mauro Silva (PT do B) e o vice-prefeito Dr. Chicão (PP) como os dois nomes com mais chance para tentar manter a Prefeitura em 2016. Ao admitir estar fora dessa disputa, Feijó também calcula hoje ter 95% de chance de encerrar sua carreira política quando terminar seu quinto mandato na Câmara Federal. Sobre o que ocorre em Brasília, adverte que ninguém sabe onde a crise nacional pode acabar. Do Planalto Central à Planície Goitacá, o deputado defende o diálogo entre governistas e ex, enquanto considera a oposição desunida e desestruturada.

 

Paulo Feijó

 

Folha da Manhã – Como está hoje sua relação com o secretário municipal de Governo Anthony Garotinho (PR) e seu grupo? Trabalha com a possibilidade de vir candidato a prefeito de Campos pelo PR em 2016? 

Paulo Feijó – A minha relação com Garotinho é boa, muito embora tenha conversado muito pouco com ele, pelos meus afazeres em Brasília e os dele em Campos. Com o grupo político, a mesma coisa, com algumas exceções, como Dr. Edson Batista (PTB), presidente da Câmara, o vice-prefeito Dr. Chicão (PP), o vereador Mauro Silva (PT do B), líder na Câmara, e o vereador Jorge Rangel (PSB), com quem tenho mais contato. Em relação à candidatura em 2016, não vejo possibilidades, pois tenho 95% de chance de encerrar a minha carreira política após este meu quinto mandato de deputado federal. Acredito que já tenha oferecido uma importante parcela de contribuição a Campos e região nestes meus quase 30 anos de vida pública.

 

Folha – Os nomes mais fortes na disputa interna pela sucessão da prefeita Rosinha Garotinho (PR) são mesmo de Chicão e Mauro Silva? Você, Edson Batista, Suledil Bernadino (PR), Fábio Ribeiro (PR) e Auxiliadora Freitas (PHS) correm por fora? Quem teria mais chances, no grupo e junto ao eleitorado?

Feijó – Eu vejo os nomes de Mauro e Dr. Chicão com mais possibilidades, até porque dentro do grupo vejo que os dois estão mais motivados. Eu estou fora. Os demais, não posso avaliar. O candidato do grupo será o candidato com grandes chances de vencer as eleições. No momento certo esse nome será anunciado. A partir daí vamos trabalhar para a vitória.

 

Folha – Em outubro de 2010, você disse (aqui): “Ganharemos de qualquer um. Oposição, em Campos, não existe”. E foi parcialmente confirmado em 2012, com a reeleição da prefeita em turno único. Mas na pesquisa do instituto Pro4, de junho deste ano, 70,2% dos campistas disseram que não votariam em nenhum candidato apoiado por Rosinha em 2016. Ainda acha que dá para ganhar de qualquer um? E a oposição ainda não existe?

Feijó – Não existe eleição fácil e na democracia é comum que o poder mude de mãos, mas acredito que o nosso grupo político fará o sucessor da prefeita, até porque a oposição é muito desunida e desestruturada eleitoralmente.

 

Folha – Em outra entrevista à Folha, em fevereiro 2014, você disse (aqui): “hoje considero Rosinha a prefeita de melhores resultados na história do município de Campos”. Um ano e meio depois, diria o mesmo? Por quê?

Feijó – Com certeza! Rosinha é a prefeita que mais realizou no nosso município, com fortes resultados, principalmente nas áreas econômicas e sociais. Mas vale destacar que, se levarmos em consideração o que Campos recebeu de royalties do petróleo nos últimos 20 anos, verificamos que o nosso município poderia ser muito melhor, até como uma referência de qualidade de vida pro Brasil.

 

Folha – Um fato que tem causado grande desgaste à prefeita é a antecipação de receitas, inclusive de administrações futuras, estimada em até R$ 1,2 bilhão, autorizada pela Câmara (aqui) numa manobra governista julgada ilegal (aqui) pela 3ª Vara Cível de Campos, na última quinta. A ação já tinha sido repudiada por 88,5% da população, na mesma pesquisa Pro4, rejeição próxima das enquetes da Folha (84,7%) e InterTV (90%). Vale a pena insistir em pagar para ver?

Feijó – Quero ressaltar que a crise brasileira é muito forte, a crise na indústria do petróleo idem, com consequências pesadas para nossa região. Em relação ao quadro financeiro do nosso município não conheço os números para fazer esta avaliação.

 

Folha – Em entrevista recente, o vereador Gil Vianna disse (aqui) que foi a manobra governista para autorizar a chamada “venda do futuro” de Campos, e sua esmagadora rejeição entre os campistas, que fez com que ele e outros cinco outros edis abandonassem a bancada rosácea. Diante de tanta sangria na base de apoio popular e legislativa, há alternativa?

Feijó – Há alternativa sim, o diálogo! Acredito que a saída destes vereadores da base tenha ocorrido não por estes motivos, mas principalmente pela falta de conversa. Dou como exemplo a presidente Dilma, que enfrenta um desgaste sem precedentes, mas tem procurado conversar com os partidos políticos, governadores, líderes partidários, movimentos sociais, e está ganhando fôlego. Em Campos, o nosso grupo tem que ir pelo mesmo caminho, o da conversa. Fazendo isso, tenho certeza que traremos vários desses vereadores de volta.

 

Folha – Em março de 2014, Garotinho previu que você se reelegeria deputado federal: “No seu caso, Feijó, aposto em 150 mil votos para cima”. Porém, seus 48.058 votos se aproximaram de um terço da previsão. Até que ponto a entrada de Clarissa Garotinho (PR) em Campos, onde acabou a mais votada, pode ter atrapalhado, já que na cidade você também ficou atrás de Alexandre Tadeu (PRB) e Nelson Nahim (então no PSD)?

Feijó – O que importa é que vencemos as eleições, e bem. O PR elegeu seis deputados federais e eu fui o terceiro mais votado. Claro que eu esperava fazer de 80 a 100 mil votos, pelos serviços prestados que tenho em Campos e região. Furou muito no Noroeste e em Campos. Tive uma votação, principalmente, de reconhecimento e amizade, praticamente sem apoio de máquina administrativa nenhuma.

 

Folha – Por falar em Clarissa, como está a situação dela na bancada do PR na Câmara Federal, onde colegas teriam lhe dado um ultimato para que deixasse de partido? O PSDB deve mesmo ser o destino dela?

Feijó – Ela ocupa hoje um dos mais importantes cargos do PR na Câmara Federal, como presidente da Comissão de Aviação e Transportes. Acho que não é hora dela falar em troca de partido, até porque o pai é o presidente regional do PR no Estado do Rio.

 

Folha – Como alguém no quinto mandato de deputado federal, já viu algo parecido com que se assiste hoje na capital federal, com um governo refém da crise econômica, política, de popularidade e moral? Onde isso pode acabar? Enxerga algum paralelo entre as situações da presidente Dilma Rousseff (PT) e da prefeita Rosinha?

Feijó – A crise política e moral do governo da presidente Dilma é muito grave, o Brasil está acompanhando. É imprevisível onde isso pode acabar, até porque eu acho que a Operação Lava-Jato não vai acabar tão cedo, trazendo resultados trágicos para o governo e o Congresso Nacional. Me posiciono de maneira a contribuir para que o Brasil vença essas dificuldades. Já a crise vivida pelo município na gestão da prefeita Rosinha advém, principalmente, destas dificuldades enfrentadas pelo país e também pela região, em função da queda da receita proveniente dos royalties do petróleo.

 

Folha – Logo após o primeiro turno da eleição de governador do Rio em 2014, com Garotinho excluído do segundo, você recebeu uma ligação de Francisco Dornelles (PP), vice do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), pedindo pela neutralidade. Garotinho ignorou, decidiu sozinho pelo apoio a Marcelo Crivella (PRB) e vocês acabaram derrotados não só no Estado, como em cinco das sete zonas eleitorais de Campos. Arrependeu-se de ter aconselhado? E Garotinho, por não ter seguido seu conselho? 

Feijó – Realmente isso aconteceu, mas no domingo, logo após o primeiro turno, o Garotinho já tinha decidido apoiar Crivella. Na segunda-feira cedo, quando fui conversar com ele, a decisão já está tomada. Fiz o meu papel.

 

Folha – Em 2008, Geraldo Pudim foi fundamental na ponte para que você passasse a integrar o grupo de Garotinho. Agora, Pudim tem sua saída anunciada para ser candidato a prefeito de Campos pelo PMDB. Como viu o movimento e como será enfrentá-lo em 2016?

Feijó – Na minha opinião, sem entrar no mérito da relação com Garotinho, que é uma coisa pessoal, Pudim tem todo direito de buscar o seu caminho. Em relação ao ano que vem, é lógico que eu estarei apoiando o candidato do nosso grupo político.

 

Folha – Vê possibilidade do afastamento entre Pudim e Garotinho ser uma jogada ensaiada, uma espécie de Cavalo de Tróia? E é possível que, a apenas 14 meses da eleição, o eleitor mude uma percepção formada nos últimos 30 anos da parceria política entre os dois?

Feijó – Não, possibilidade zero, houve sim o afastamento. Em relação ao eleitor, só o tempo poderá dizer.

 

Folha – O anúncio da candidatura de Pudim a prefeito pela oposição tem dividido reações. Em artigos publicados ao longo da semana na Folha, o jornalista Fernando Leite saudou (aqui) a iniciativa, questionada pelo também jornalista Ricardo André Vasconcelos (aqui), além do advogado José Paes Neto (aqui) e do médico Makhoul Moussallem (aqui). A oposição já começa a se dividir? Ou isso já estaria previsto na tal “jogada ensaiada”?

Feijó – Acredito que não tenha nenhuma jogada ensaiada e, como já disse anteriormente, dificilmente a oposição se unirá para a eleição do ano que vem.

 

Folha – Um dos pontos levantados no artigo de Ricardo foi a formação de uma pauta de princípios a ser estabelecida junto à sociedade, que seria seguida por quem, independente de nome ou corrente política, seja eleito prefeito de Campos. O que pensa da ideia?

Feijó – A ideia é boa, só que o nosso grupo político vai elaborar o futuro plano de governo da mesma forma, discutindo com a sociedade organizada, como foi feito nos dois mandatos anteriores, da prefeita Rosinha.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã

 

 

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Este post tem 18 comentários

  1. charles

    A única coisa que se pode dizer desse cidadão é uma coisa: oportunista!!! Uniu-se ao odiado casal com um único objetivo: se eleger novamente, haja vista que estava MORTO politicamente. Uma piada!

  2. Leonardo

    Rosinha investiu no dinheiro público, investiu em obras super faturadas no bolso do professor, do funcionário público, investiu no dinheiro dos royalties, no dinheiro da saude, da educação, e agora quer investir no dinheiro do futuro de Campos.Realmente altos investimentos.

  3. Savio

    Perguntinhas simples (mas as respostas, nem tanto):

    __Que Prefeito teve mais de 16 bilhões para gastar, igual ela teve?

    Não havendo transparência, o Sr. pode afirmar que toda esta grande quantia de dinheiro foi usada de forma completamente lícita? Pode provar isto?

    Em sã consciência, o Sr. aprova todos os gastos, inclusive os cachês milionários de centenas de shows bregas?

    O Sr. acha mesmo coerente que gastos de milhões com os referidos shows, e os inúmeros aditivos também milionários, todos eles foram necessários, corretos e honestos?

    E mais:

    O Sr. teria realizado todos estes gastos e do mesmo modo? Acha mesmo que estes 16 bilhões foram gastos do melhor modo e o Sr. faria tal e qual? Gastaria 23 milhões num valão podre, 16 milhões numa “Cidade da Criança”, mais de cem milhões num CEPOP? Faria todos os contratos, do mesmo modo que a Prefeitura tem feito nos dois mandatos?

    __Como todas estas respostas não podem ser respondidas pelo Sr., porque certamente irá respingar na Prefeita e no “secretário”, com certeza não terei jamais as suas respostas, mas, acredite, mesmo assim já sabemos quais deveriam ser dadas, caso o Sr. seja mesmo alguém coerente e com respeito próprio.

  4. CARLOS HEITOR

    Já pensou se ele fosse eleito prefeito de Campos a cidade estaria estaria um (trecho excluído pela moderação)….ainda bem que Rosinha foi eleita….

  5. CARLOS HEITOR

    Quando foi candidato a prefeito e foi preferido a população eleitoral vez bem e não aproveitar…….mesmo assim tornou-se um dos capachos da família…

  6. James

    Não sei nem o que responder, mas vou tentar.
    Não consigo entender como uma pessoa que muda de lado tão fácial em favorecimento a sua política pessoal de bem estar, mudando de lado de acordo com quem está no poder, possa falar tamanha barbaridades. Acho qaue vc tem que defender Rosinha mesmo, pois provavelmente, esses investimentos que o senhor diz que a prefeita cor de rosa investiu na cidade, deve ter as grandes raz~pes nos favorecimentos da sua eleição como deputado federal. Senhor deputado, quando Rosinha e Garotinho forem embora de Campos, vai junto., Madaena te espera.

  7. Marcus Silva

    Feijó fica defendendo essa turma de (trecho excluído pela moderação) e depois vai acabar se queimando também, esse governo da Rosinha não tem credibilidade nenhuma.

  8. AFONSO CLÁUDIO

    kkkkkkkkkkkkkk Como é que pode?
    Meu Município, Campos dos Goytacazes, responde:
    Educação (IDEB) nota zero
    Saúde nota zero
    Obras(inacabadas) nota zero
    Finança nota zero
    Transporte nota zero
    Planejamento nota zero
    O que isto, deputado? Onde está o dinheiro de seis anos e meio de mandato?
    O que leva um deputado a fazer uma declaração desta?

  9. Decio. Rangel Barcelos

    Tem, uma boa explicacao, ele conseguiu, ficar dois mandatos, sobre a administracao de Garotinho, e na bibla sagrada diz , vinde a mim todos vois cansados e oprimidos que eu aliviarei, foi o fato de 8 anos, ao lado de quem tirou do buraco politico, deu-lhe vida tem mais que encher de elogios, mesmo .

  10. carlos

    Sem comenntarios para essa pessoa isso deve ser igual ou pior ficaram unidos porque sr deputado ? antes o sr lembra quem era o santo e quem era o diabo e assim a podridao dos politicos continuam apodrecendo nossa nacao

  11. leonardo

    Quanto mais obras(irregulares e desnecessárias) mais condições de superfaturarem.

  12. Edi Cardoso

    É difícil engolir OS ELEITOS POLITICOS DE CAMPOS.
    Não ter inteligência, tudo bem, aceito, afinal muitos relamente nascem desprovidos de tal dom.
    Mas querer passar adiante tamanha incapacidade de raciocionio já é demais.
    É vergonhoso

  13. Edi Cardoso

    corrigindo: realmente.
    É vergonhoso que ocupe UM CARGO público federal, escolhido por votos.
    É vergonhoso tentar “enfiar” garganta abaixo das pessoas que essa prefeita seja a melhor de Campos.
    É habitante de outro planeta ou (trecho excluído pela moderação) mesmo, Paulo Feijó?

    TENHO VERGONHA DE TI, PAULO FEIJÓ.

  14. Edi Cardoso

    Cuidado, Feijó!
    Nem AMBULANCIAS Campos tem mais.

  15. Diogo Fontoura

    Feijo’, me recordo quando você era filiado ao PSDB e íamos ao seu sitio jogar futebol e depois tinha churrasco pra falar de política. Como as coisas mudaram ne!?!? naquele tempo você era deputado federal e ‘metia o pau’ nesse grupo que hoje você participa… coisa horrível isso !!?!?

  16. ENOQUE

    TODO MUNDO SABE QUE PAULO FEIJÓ, PUDIM, MAURO SILVA, CHICÃO, EDSON BATISTA, ETC…SÃO UNHA E CARNE, POR ISSO TENHO CERTEZA QUE NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, ESTAS FIGURAS IRÃO PERDER FEIO!
    VEM PAULO FEIJÓ DIZER QUE MAURO SILVA E CHICÃO SÃO PREFEITÁVEIS EM CAMPOS? SÓ PODE SER DOIDO MESMO!
    POR FIM, A SAIDA DE PUDIM E A POSSÍVEL IDA DE CLARISSA PARA O PSDB, COM CERTEZA SE TRATA DE UMA JOGADA DE GAROTINHO, VOCÊ DUVIDA? EU TENHO CERTEZA!

  17. Antonio Vidal

    FEIJO ESTA (trecho excluído pela moderação) COM O CORONEL BOLINHA,A RELAÇAO DOS DOIS ESTA ESTREMECIDA SIM,SEU PROPRIO ASSESSOR ANDOU FALANDO PRA UNS AE QUE O CORONEL NEM ATENDE SUAS LIGAÇOES MAIS,BEM FEITO SEU PUXA SACO.

  18. ANA

    JÁ PASSOU DA HORA DE CAIR FORA!!!!!!!!!!
    NINGUÉM MERECE ESSES BONECOS REPRESENTANDO A NOSSA CIDADE!!!!!

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