Campos entre delações da Lava Jato e condenações da Chequinho

 

 

 

Lava Jato em Campos

Trazido em primeira mão na mídia virtual goitacá pelo blog do Arnaldo Neto, da Folha Online, a íntegra de mais de uma hora do depoimento do delator Leandro Andrade de Azevedo (aqui) foi reveladora sobre a relação nada republicana entre a Odebrecht e os ex-prefeitos de Campos Anthony e Rosinha Garotinho (PR). Leandro já havia sido apontado na delação de outro executivo, Benedicto Barbosa da Silva Júnior (aqui e aqui), como o encarregado da construtora para lidar com o casal, cujos repasses de dinheiro ilegal ele elevou à casa dos R$ 20 milhões, nas eleições de Rosinha a prefeita em 2008 e 2012, e no pleito a governador de Garotinho, em 2014.

 

Coincidência? (I)

Como a Folha noticiara (aqui) desde 03 de abril de 2016, logo depois que planilhas com nomes de políticos beneficiados pelo dinheiro da Odebrecht foram apreendidas pela Polícia Federal (PF) na casa de Benedicto, foram justamente ele e Leandro que assinaram, com Rosinha, o contrato da primeira etapa do “Morar Feliz”. O custo total aos cofres públicos de Campos foi de quase R$ 1 bilhão, maior contrato dos 182 anos de história do município. O resultado da primeira licitação foi publicado em Diário Oficial em 23 de setembro de 2009, quase quatro meses depois desta coluna ter revelado que a Odebrecht ganharia.

 

Coincidência? (II)

Na sua delação, Leandro revelou que, da maneira como o edital de licitação foi feito pelo governo Rosinha, só a Odebrecht teria condição de levar o “Morar Feliz”. Mais de sete anos antes, em 29 de maio de 2009, o “Ponto Final” já tinha adiantado: “a Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), incorporada o Grupo Odebrecht, será a vencedora (…) No anexo VIII do edital da concorrência pública é exigido que as empresas participantes tenham executado edificações, simultaneamente, em pelo menos 10 diferentes localidades, critério estipulado para eliminar as construtoras de Campos da concorrência”.

 

 

Coincidência? (III)

Segundo Benedicto, todos os pagamentos aos Garotinho foram em espécie e moeda brasileira. A exigência não era praxe entre os demais políticos. Mas talvez explique o fato de o ex-governador se defender dizendo que nunca teve contas no exterior. Aliás, confirmando o trecho da decisão da Justiça de Campos que apontou Garotinho como “prefeito de fato”, ao determinar sua prisão em novembro de 2016 pela Chequinho, Leandro deixou claro que todas as negociações da Odebrecht eram feitas diretamente com o marido de Rosinha. Com a prefeita de direito, o executivo disse só ter se encontrado para assinar o “Morar Feliz”.

 

Chequinho (I)

Da Lava Jato a Chequinho, ontem o juiz da 100ª Zona Eleitoral (ZE) de Campos, Ralph Manhães, determinou (aqui) o afastamento de mais cinco vereadores eleitos pelo garotismo sob a denúncia da troca de Cheque Cidadão por voto. Foram eles: Thiago Ferrugem (PR), Vinícius Madureira (PRP), Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Jorge Magal (PST) e Roberto Pinto (PTC). Ferrugem, além de perder o mandato, será obrigado a ficar em prisão domiciliar, até receber uma tornozeleira eletrônica para o seu monitoramento.

 

Chequinho (II)

A severidade maior com Ferrugem, no juízo da 100ª ZE, seu deu “ante a sua participação de maior destaque no esquema que ora se apura, eis que o mesmo foi secretário de promoção social do governo anterior, sendo substituído pela Ana Alice pouco antes de vir à tona todo esquema criminoso do programa cheque cidadão”. A decisão judicial também advertiu: “O não cumprimento de qualquer das determinações supra importará em revogação das medidas cautelares com a imediata expedição do mandado de prisão preventiva em face dos réus”.

 

Coincidência

Pouco antes de saber da sua condenação, Thiago foi ouvido pela Folha, em repercussão (aqui) à entrevista com o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PMDB), publicada (aqui) pelo jornal no domingo (16). Na matéria da página anterior desta edição de terça, ao lado da reportagem da nova decisão da Chequinho, Ferrugem criticou Arnaldo e avaliou a conduta política do filho deste, o ex-candidato a prefeito Caio Vianna (PDT): “confesso que gostei muito do comportamento de Caio durante a campanha e tenho gostado muito do comportamento de Caio no pós-eleição”.

 

Publicado hoje (18) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 7 comentários

  1. carlinhos j.carioca

    A gente tem comentado desde o inicio dessas contruções,afinal, uma Empresa com bagagem Internacional em obras de porte se sujeitar a fazer “casinhas populares”? Seria a mesma coisa do Ivo Pitangy (cirurgião plástico que o mundo conhece), vir para Campos trabalhar no HGG…Agora a casa caiu,embora como todos os políticos citados,se dizem SER INOCENTES,o casal não irão de fugir a regra.

  2. cesar peixoto

    E melhor afastar todos da oposicao a Rafael e ficar so os da situacao,so assim fica tudo dominado.Sao 100 dias so de bla-bla-bla pegou tudo feito e ate agora nao disse o que veio fazer,

  3. cesar peixoto

    Acorda Rafael o povo nao e bobo a hora que comecarem a cobrar ai que eu quero ver as desculpas

  4. cesar peixoto

    Verdade Marcao 20 vereadores e 100 acessores isso voce nao fala

  5. Bernardo Lopes

    Tadinho do Ferrugem. Foi elogiar Caio (porque será né gente????) e acabou preso. Esse filho de Arnaldo não é só um pastel de vento mas tambem um tremendo pé frio.

  6. Ricardo

    No final tudo acaba em Pizza , muita pizza.
    Povo é povo !

  7. cesar peixoto

    Parabens Garotinho pelos 5.7 que Deus te de muitos anos de vida,um homem de Deus nunca sera derrotado pelo inimigo

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