Na saída de uma das sessões do Cineclube Goitacá, conversava com o Gustavo Alejadro Oviedo e o Tonico Baldan sobre as dívidas que tínhamos ainda em aberto com alguns grandes mestres do cinema. Pois uma delas será paga hoje, quando “Em busca do ouro” (1925), dirigido e estrelado por Charlie Chaplin, será exibido a partir das 19h30, na sala 507 do edifício Medical Center, no cruzamento das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio.
Autor de vários obras primas, a maioria protagonizadas pelo vagabundo Carlitos, criado e interpretado por Chaplin, sua própria figura passou a ser imediatamente associada, em qualquer parte do mundo, à do seu mais famoso personagem. Desajeitado, ingênuo, com boa índole, mas nenhum respeito à ordem social, o vagabundo quase sempre deseja a mulher bela e aparentemente inalcançável. E “Em busca do ouro” não é exceção à regra, quando Carlitos se mete na corrida pelo metal precioso, no gélido e inóspito Alasca, porção mais ao norte dos EUA, que existou de fato no final do século 19.
Algumas das cenas do filme ficariam imortalizadas no imaginário popular. Como quando, no isolamento de uma nevasca, a fome faz um companheiro (Mack Swain) imaginar Carlitos como uma galinha gigante. Ou a cena seguinte, na qual o vagabundo cozinha para os dois a botina de couro que saboreia, com cardaços e tudo, como fina iguaria.
Mas se o filme tivesse que ser representado por uma única cena, certamente seria a dança dos pãezinhos. Numa comemoração sonhada de ano novo, uma câmera fechado no enquadramento do busto sobre uma mesa à meia luz. Dois garfos, dois pães, o gênio de Chaplin e mais nada! É a cena definitiva da história do cinema!
Dos seus filmes, “Em busca do ouro” era o preferido do próprio Chaplin. E é também o meu. Para conferir por conta própria e assistir à sessão, seguida de debate aberto, é só aparecer mais tarde.
Até lá, fique com o trailer do filme: