Venceu o diálogo. Encerrada agora, no sindicato do Médicos, com a presença de 25 profissionais da categoria, foi descartada a possibilidade dos médicos da Saúde Pública do município aderirem ao estado de greve decretado na noite de quarta pelos servidores da Fundação Municipal de Saúde (FMS), um dia após a Câmara Municipal aprovar o ponto biométrico e a regulamentação das substituições no serviço público goitacá.
No lugar da paralisação, foi acertado que uma comissão dos médicos irá se reunir na próxima quarta (16) com o prefeito Rafael Diniz (PPS). O encontro foi costurado pelo presidente do sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo, e o diretor do Hospital Ferreira Machado (HFM), Pedro Ernesto Simão. A comissão dos médicos será composta por 10 médicos do HFM, 10 do Hospital Geral de Guarus (HGG) e 10 dos postos de saúde.
A pauta de reivindicações que a categoria levará ao prefeito é composta de cinco itens: A) reposição de insumos e equipamentos, B) condições de trabalho, C) corte da gratificação da emergência, D) segurança e E) assuntos gerais. Os dois primeiros são considerados os pontos principais. Na reunião de hoje, dos 25 médicos presentes, apenas um chegou a falar em greve.
Com informações da jornalista Paula Vigneron
Há cerca de 3 anos, os servidores da saúde se voltaram contra o antigo governo sobretudo por causa das más condições de trabalho e ameaça de cortes na saúde. Naquela ocasião, uma possível greve dos profissionais de saúde foi sugerida, e não concretizada após “diálogo” com o antigo chefe de governo/prefeito de fato Anthony Garotinho. Naquela época, este jornal cobriu aquele momento, denunciando as péssimas condições de trabalho dos servidores, demonstrando apoiar a causa devido ao enorme descaso com os usuários da saúde. Eis que surgem as eleições e a oposição é vencedora, prometendo priorizar a saúde e educação, e após 8 meses de governo, a expectativa se torna decepção, pois além dos mesmos problemas do passado, ainda não resolucionados, agora faltam requisitos básicos para o trabalho, tais como sabão, papel toalha, papel higiênico, colchão, tinta de impressora, medicamentos, instrumentos cirúrgicos …. Mas o promotor da cidade, em visita ao hospital, covardemente cita que a culpa disto é a alta folha salarial com maus servidores, que ao onerarem a folha, impedem maiores investimentos na saúde. E este jornal, que há 2 anos demonstrava “entusiasmo” em suas coberturas, agora põe em dúvida a veracidade da indignação dos servidores com o atual momento, questionando se a greve sugerida na pauta da reunião, e mais uma vez não confirmada, é realmente por causa das más condições de trabalho, ou se por um protesto à ameaça de cortes nos salários . O servidor não aguenta mais ser depreciado. Existem servidores insatisfeitos apenas com a ameaça de corte salarial. Assim como existem aqueles decepcionados com as falsas promessas de campanha e com o descaso com a saúde, que se perpetua após 8 meses de governo. Existem maus servidores sim, conforme falaram o vereador Cláudio Andrade e o promotor José Paes, em infelizes declarações, assim como existem maus policiais, políticos, médicos, vendedores, advogados e jornalistas. Isso não nos dá o direito de generalizar as classes e pôr em dúvida a legitimidade de um movimento, abafando os problemas existentes. Gostaria que este jornal, dotado de “imparcialidade” tornasse a se preocupar em denunciar os inúmeros problemas na saúde com o mesmo “entusiasmo” de cerca de 3 anos atrás, pois hoje tenho dúvidas se àquela altura o incômodo deste veículo era com a situação do município, diga-se de passagem melhor do que a atual, ou apenas um incômodo de cunho político. A culpa não é do servidor. Também não é apenas do atual governo. Mas transferir responsabilidades é covardia e omissão de quem deveria agir em prol das melhorias tão esperadas pela população que permanece em sofrimento. A quem duvida das minhas palavras, sugiro que façam uma visita aos grandes hospitais da cidade e permaneçam apenas 30 minutos em cada unidade, pois facilmente detectarão superlotação, infiltrações, falta de medicamentos, sujeira, baratas…. Quanto à greve, felizmente mais uma vez venceu o diálogo, contrariando as previsões de quem acha que o objetivo da classe é apenas defender o que é seu de direito. A saúde pede socorro, e seus usuários pedem respeito.
Caro Gustavo,
Vamos por partes:
1 – Afinal, a cobertura da Folha a que vc se refere foi sobre fatos ocorridos há dois ou três anos? Por favor, decida-se.
2 – Diferente de vc e os demais servidores/comentaristas, cujos antolhos só permitem enxergar as críticas ao comportamento da categoria, mas é cega aos questionamentos igualmente feitos ao governo de Campos, a cobertura da Folha se mantém atenta a toda e qualquer denúncia de falha no serviço público municipal, independente da administração. Mas como o seu “entusiasmo”, seu “incômodo de cunho político” e sua “imparcialidade” parecem só existir nas cobranças feitas a partir de 1º de janeiro de 2017, numa pesquisa rápida no Folha1, vamos a algumas delas:
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/08/geral/1222877-leite-especial-novamente-em-falta-em-campos.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/07/geral/1222689-idoso-irritado-com-demora-de-cartao-para-vaga-especial.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/06/geral/1221051-fila-para-consulta-na-ubs-do-turfe.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2014/05/geral/638047-marcacao-de-consultas-com-filas.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/04/geral/1218325-fila-para-marcacao-de-consultas-gera-queixa.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/08/geral/1223150-saude-protesto-e-fiscalizacao.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/08/geral/1223144-moradores-protestam-por-falta-de-limpeza-em-terreno.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/08/geral/1223123-saude-protesta-contra-alteracao-de-carga-horaria-que-esta-sob-analise-da-prefeitura.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/08/geral/1222920-moradores-da-penha-protestam.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/07/geral/1222564-protesto-por-volta-de-ambulancia.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/07/geral/1222072-servidores-da-saude-de-campos-fazem-manifestacao.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/07/geral/1221868-moradores-do-parque-saraiva-protestam-por-melhorias.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/05/geral/1219589-pescadores-interditam-rj-216.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/05/geral/1218701-moradores-protestam-por-habitacao-na-lapa.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/04/geral/1217704-moradores-do-nova-canaa-voltam-a-fechar-a-br-101-em-sinal-de-protesto.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/06/geral/1220421-fila-para-cirurgias-ortopedicas.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/05/geral/1219764-lotadas-sao-desafio-em-campos.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/05/geral/1219410-buracos-sao-riscos-no-centro.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/05/geral/1219946-denuncias-de-buracos-nas-ruas-de-campos.html
http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/06/geral/1221395-buracos-oferecem-riscos-a-populacao.html
3 – Sim, a Saúde Pública de Campos pede socorro. E o faz há anos. Certamente não passou a ser assim só no dia seguinte à Câmara Municipal aprovar a instalação do ponto biométrico e a regulamentação das substituições, que agora poderão ser feitas apenas por servidores, não mais por profissionais da iniciativa privada “amigos” do consursado ausente.
4 – Sim, os usuários da Sáude Pública de Campos pedem respeito. Inclusive aos profissionais desta mesma Saúde, que fecharam o principal acesso de toda a Campos do outro lado do Paraíba ao Hospital Ferreira Machado (HFM), maior do município, no protesto da manhã da última segunda (07). Por sorte, até onde se sabe, ninguém morreu em busca de socorro, enquanto era obrigado a esperar os servidores queimarem pneus, produzindo fumaça negra a poucos metros do HFM, enquanto fechavam a ponte Gal. Dutra. Pede-se, pois, mais responsabilidade e menos covardia com todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Abç e grato pela chance da exposição!
Aluysio
Retificando: procurador do município Jose Paes e não promotor como foi enviado anteriormente
Graças a Deus não houve relato de mortes relacionadas a fumaça preta do protesto realizado por uma minoria de servidores na ponte na última segunda-feira. Mas infelizmente diariamente morrem pessoas por causa da falta de medicamentos, leitos, anti-sépticos….
Caro Gustavo,
Se uma única pessoa morrer em Campos, bem como em qualquer município do Norte e Noroeste Fluminense, por falta de medicamento, leito ou antiséptico, o blog e a Folha darão toda atenção à denúncia. Sobretudo se a mesma for feita por um servidor da Saúde, como vc parece ser. Ao que talvez caiba a pergunta: se as mortes são diárias, por que nenhuma denúncia é feita?
Abç e grato pela participação!
Aluysio