Greve do servidor: distância a ser encurtada por quem corre para chegar

 

Charge do José Renato publicada hoje (25) na Folha da Manhã

 

 

 

 

Greve do servidor (I)

Ao falar (aqui) ontem sobre a greve de sete dias decretada em assembleia do Siprosep na noite de quarta (23), o secretário municipal de Gestão Pública, André Oliveira, disse que o governo Rafael Diniz (PPS) está aberto ao diálogo. Aliás, ressaltou o secretário, sempre esteve. Como prova dessa disposição, lembrou ser servidor municipal há 17 anos e nunca ter presenciado a categoria com tanta abertura para se reunir e negociar diretamente com o prefeito. Segundo ele, essa facilidade na interlocução passou a acontecer em 1º de janeiro de 2017. E os fatos provam que ele não está errado.

 

Greve do servidor (II)

Todavia, a facilidade no diálogo, aparentemente, tem sido oposta ao atendimento dos pleitos do servidor por parte do governo. Este alega que, diante da dívida de R$ 2,4 bilhões deixada (aqui) pela administração Rosinha Garotinho (PR), da metade da execução orçamentária de 2016, de um déficit mensal de R$ 55 milhões e do gasto com pessoal já extrapolando os 54% permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), não há muito o que fazer. Diante da realidade dos números, pode estar certo. O que, mais do que nunca, torna premente a reforma administrativa, ainda em estudo após oito meses da nova gestão.

 

Greve do servidor (III)

Por outro lado, ao convocar em 23 de agosto uma greve de sete dias, a ser iniciada em 4 de setembro, 12 dias depois, os servidores também parecem jogar com o tempo. Segundo afirmaram ontem o vice-presidente do Siprosep, Fábio Almeida, e Elaine Leão, líder da oposição, esse tempo seria para mobilizar a categoria, dividida também na disputa política interna. Para saber quem corre querendo de fato chegar, só o tempo dirá. Mas, diante da matemática de uma Prefeitura falida, incluídos os R$ 400 milhões tirados pelos Garotinho do PreviCampos, seria bom que governo e servidor começassem a tentar encurtar a distância.

 

Dor e revolta

Um crime bárbaro que chocou não só as famílias envolvidas, mas também toda a população campista. A morte prematura da universitária Ana Paula Ramos, de apenas 25 anos, mexeu com o psicológico de boa parte das pessoas, algumas repensando o real valor de uma vida e outras revoltadas com toda a situação. Independentemente do desfecho a que levaram as investigações policiais sobre o caso, o julgamento dos fatos cabe à Justiça, e à família resta o fortalecimento para se recuperar de tal brutalidade.

 

Busca de segurança

O interior do Estado aparentemente não ficou esquecido no esquema tático do governo para melhoria da Segurança pública. Ontem, o secretário estadual da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo, e o comandante geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, vistoriaram obras nos Destacamentos de Policiamento Ostensivo e conversaram com lideranças a fim de promover melhorias no sistema de segurança pública no interior fluminense. Em breve, o município de Macaé ganhará um DPO em Glicério e Quissamã também, em Barra do Furado.

 

Duque de Caxias

Hoje é comemorado o dia de Duque de Caxias e, em Campos, o Lions Club promove uma solenidade juntamente com o Exército e o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) para lembrar o militar, político e monarquista brasileiro, que chegou a ser apelidado de “O Pacificador” e “O Duque de Ferro”. O dia marca 214 anos do nascimento do patrono do Exército Brasileiro. A cerimônia acontece na praça do Santíssimo Salvador, às 8h.

 

Recorde

O Porto do Açu, no município de São João da Barra, anunciou seu recorde de produtividade na movimentação de coque, realizada ao longo da última semana, no Terminal Multicargas (T-mult). O navio Themistocles, que estava carregado com 53 mil toneladas do granel, ficou em operação de quarta-feira a sábado, completando uma média de descarregamento de 16,3 mil toneladas por dia. A produtividade aumentou em 20,6%, se comparada ao último recorde registrado, em operação com carvão, no mês de março.

 

Com a colaboração do jornalista Mário Sérgio

 

Publicado hoje (25) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 11 comentários

  1. Natália Chagas

    Hoje o Nelson Motta publicou um artigo no Globo sobre tema muito parecido e que vale a pena ser lido:

    “Quem paga e quem recebe

    Entre pobres e ricos, brancos e pretos, jovens e velhos, homens e mulheres, hoje os brasileiros se dividem principalmente entre os que trabalham para o Estado e os outros, que usam os seus serviços, compram os seus produtos e pagam os seus salários. Além dos privilégios abusivos de funcionários dos Três Poderes e das estatais, com o tempo, as categorias com maior poder de pressão política foram acumulando vantagens que se tornaram “direitos adquiridos”, um tabu brasileiro que perpetua injustiças contra a sociedade, que paga a conta.

    Antes de ser xingado de “inimigo do serviço público”, é bom dizer que ele é fundamental para o país, a maioria dos funcionários é honesta e trabalhadora e se dedica a servir à sociedade… categorias como médicos, professores e policiais são muito mal remuneradas… burocratas ganham os maiores salários, carros, assessores, diárias e verbas de ostentação…

    Mas ministros da Corte Suprema nos Estados Unidos e o prefeito de Londres vão para o trabalho nos seus carros, ou de metrô. Congressistas também. No Brasil, o pior exemplo vem dos que recebem os mais altos salários do Estado e se espalha em cascata pelos Três Poderes. É a maior transferência de renda da nossa História — mas dos pobres para os ricos.

    Os políticos cortejam os votos do funcionalismo municipal, estadual e federal e oferecem leis com vantagens e privilégios. Governos populistas inflam os cargos, nomeações e salários, mas não as qualificações, os serviços públicos não melhoram.

    Hoje os empregados do Estado, pagos pelos impostos dos cidadão, se aposentam com o salário integral, muitas vezes com outras vantagens, enquanto a maioria dos trabalhadores do setor privado recebe um salário minimo. A conta desses privilégios de 10% dos cidadãos é paga pelo resto dos trabalhadores e pelo aumento da dívida pública. Não há Previdência que aguente. É essa cultura nefasta de privilégio e injustiça que divide o país entre nós e eles.

    Parecem duas castas diferentes de cidadãos, não é? É uma afronta à Constituição, mas esse é um assunto que o governo e a oposição não querem discutir a sério.”

    https://oglobo.globo.com/opiniao/quem-paga-quem-recebe-21744577

  2. Thiago

    Os servidores precisam ser valorizados! Principalmente os que ganham pouco e trabalham muito (a maioria). O prefeito levantou essa bandeira durante a sua campanha e sabia da realidade orçamentária e financeira do Município (ainda que não de forma detalhada). O diálogo será sempre a melhor saída, mas planejamento e ações efetivas também. Exigir, de um lado, reposição ou reajuste salarial e de outro alegar simplesmente não ter dinheiro, não resolve nada. A valorização do servidor não passa apenas pelo aumento da sua remuneração, mas condições dignas de trabalho, um bom plano de saúde (que pode ser na modalidade empresarial, bem negociado entre o Município e a empresa que garanta ao servidor e aos seus dependentes um preço justo e um serviço de qualidade), um maior e melhor aproveitamento do servidor nos cargos comissionados, sem tirar a natureza destes, pois custa-se a acreditar que haja tantos cargos comissionados que se exija tanto tecnicismo. E se houver boa vontade, basta um olhar atento ao quadro de servidores efetivos que certamente haverá muitos altamente qualificados. Vale lembrar que os servidores concursados, ao ocuparem cargos comissionados, recebem a metade da remuneração a que faria jus um servidor não concursado. Haveria economia e talvez, ou certamente, um salto de qualidade na prestação dos serviços à população. O servidor concursado se sentiria valorizado e poderia render muito mais. Agora, o servidor concursado também deve ter em mente que o prefeito, apesar das dificuldades, está priorizando o pagamento do servidor consursado e, até agora, talvez até encontrando alguma resistência interna de seus “conselheiros”, não cogitou a exoneração de servidores concursados, diferente do que ocorreu na gestão passada, lembram? “Dai, pois, a Cesar o que é de Cesar, e a Deus, o que é de Deus”. (Marcos 12: 13-17).

    1. Marcos Paulo

      Resumindo: O rafael (como qualquer politico) fez campanha para os pobres e governa para os ricos… rs eee Campos…

      1. Paulo Marcos

        Resumindo: Marcos Paulo não leu uma palavra do que o Thiago escreveu e quer se valer do comentário equilibrado dele para vender generalizações. O bordão é bom. Mas não passa dele… eee Campos…

        1. Marcos Paulo

          Opa.. Outro puxa de Rafael?? Ta ficando bom… Tava difícil so debater a folha da manha… Rs… Que venham mais puxas… Eee Campos..

          1. Paulo Marcos

            Opa.. Outro puxa de Garotinho?? Ta ficando bom… Tava difícil so debater com quem restou… Rs… Que venham mais puxas… Eee Campos..

  3. cesar peixoto

    Rafael renuncia enquanto e tempo, nem os servidores acreditam mais no seu governo, os seus eleitores muito menos, depois que voce entrou o numero de pessoas demetidas cresceu assustadoramente.Rosinha em 2020 novamente

  4. Jo Marques

    O campista que sonhar com Rosinha, ou Garotinho, de novo na prefeitura tem que passar por uma avaliação psicológica. Das duas uma: Ou perdeu a boquinha na prefeitura ou tá doidão das idéias. Vá gostar de sofrer assim na conchichina…

  5. cesar peixoto

    O que aconteceu na camara de Itaperuna em comparacao, o que aconteceu na camara daqui nao foi nada,o vereador Fred machado falou que resolveria o problema na p…ou no tiro,E camara de bang bang

  6. katia

    so quem sabe é quem ta dentro.somos servidores e sabemos o que acontece conosco, realmente deveria ter a mudança e queríamos isso,mas o atual prefeito de campos alem de não valorizar o servidor esta massacrando-os.sabemos da situação do município,mas tbm não é tão caótica assim. A prova disso,são as verbas repassadas p a câmara que são cada vez mais gorda.sou a favor do ponto biométrico,mas em tempo de crise é muito dinheiro esbanjado. afinal o prefeito não confia nos DAS que nomeiou? eles deveriam fiscalizar os funcionários de suas secretarias´sem a necessidade desse exorbitante gasto.além do mais,sabemos que o prefeito não recebe os servidores,envia um porta voz.se tivesse diálogo com o servidor, não teria greve.

  7. cesar peixoto

    Eu nao me simpatizo com o casal Garotinho e Rosinha, isso eu nunca escondi de ninguem, outra coisa nunca trabalhei e nao tenho parentes que trabalhou ou trabalha na PMCG.Isso nao me impedi de eu achar que em Campos eles sao os politicos que mais se indentifica com a camada mais pobre da nossa regiao.Agora esta faltando o que para Rafael governar, falar e facil dificil e fazer,e o que ele esta fazendo nada

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