Nave-mãe
Por Fabiano Venâncio(*)
Em meados dos anos 80, cheguei ao Grupo Folha e ouvi a frase: o jornal era a ‘nave-mãe’. De ‘calças curtas’, eu pensava que em pouco tempo tudo mudaria, ou seja, a recém-adquirida TV Planície, com a força de um veículo de massa, iria ocupar o topo do Grupo. Não conseguia assimilar quando Aluysio e dona Diva faziam questão de enfatizar o papel do jornal para o grupo de comunicação. Com o tempo, já na condição de diretor da Rádio Continental e sócio da Rádio Jornal de Macaé, percebi o porquê da projeção feita pelo casal, colocando a Folha como principal pilar do grupo.
Com o tempo, percebi que eles não falavam de estrutura empresarial e, sim, de um veículo de comunicação que tinha na pluralidade um dos principais pilares editorias. Assim, se posicionou diante de temas controversos da região, noticiando — e muitas vezes protagonizando — os fatos mais importantes das últimas quatro décadas. E se tornou o que é mais importante para um veículo de comunicação: o porta voz da população.
Aprendi, aprendi muito, dia após dia, com as orientações, decisões, puxões de orelha de dona Diva— às vezes com luva de veludo e outras num tom alto — com sua garra e poder de trabalho insuperáveis. E com as ponderações de Aluysio
E mais: feliz de quem consegue fazer sucessores. Olho para trás e posso dizer o quanto vejo no trabalho diário de redação e em seus artigos, muito de Aluysio (pai) em Aluysio (filho), assim como de dona Diva em Cristiano.
(*) Jornalista e empresário de comunicação, ex-repórter da Folha da Manhã, ex-gerente da Rádio Continental e proprietário do site Campos 24 Horas
Publicado hoje (13) na Folha da Manhã