Carol Poesia — Em nome do livro

 

 

 

Nesta semana tem o Dia do livro, e várias escolas contam com uma  programação especial… Não é para menos! Entenda a importância da leitura:

O ato de ler favorece o conhecimento de mundo, o reconhecimento das demandas e à formulação de possíveis soluções para os problemas da humanidade. A leitura promove autonomia ao indivíduo, uma vez que ele próprio, a partir de seu acervo cultural e de seu senso crítico, pode perceber e analisar o meio a sua volta, bem como reconhecer-se enquanto agente transformador desse meio.

Além de fundamental para a formação do senso crítico, a Literatura, enquanto arte, garante ao leitor algo muito raro aos automáticos e robóticos tempos modernos — sensibilidade. O texto literário, por ser um texto artístico, cumpre uma função para além da informação: promove sensibilização a partir de um encontro estético, uma reflexão a partir das emoções.

E como é rara a reflexão hoje em dia! Embora a oferta de informações seja abundante com a popularização da televisão e da internet, tem-se observado que esta leitura múltipla e em rede não necessariamente se converte em conhecimento ou reflexão. Por exemplo, um jovem leitor “lê”, ao mesmo tempo, notícias sobre o assassinato da vereadora Marielle, atualizações das suas redes sociais e textos sobre Direitos Humanos para uma pesquisa da escola. Essa “leitura em rede”, que deveria favorecer o seu raciocínio, talvez não favoreça a assimilação das informações, dificultando o estabelecimento das relações entre elas. É possível que esse “leitor”, após toda essa “leitura”, não seja capaz de relacionar a morte da vereadora com os Direitos Humanos, assim como é possível que ele repita opiniões do Facebook sem refletir sobre o assunto, sem ser capaz de se posicionar honestamente sobre um tema.

Então temos um problema. E não é com a tecnologia. Os e-books e suportes digitais só facilitam o acesso às obras. O problema está na forma de ler, que hoje segue o automatismo da vida moderna e, muitas vezes, ignora a reflexão, o que torna a leitura vazia. E onde entra o livro nessa história? O livro é uma mídia que exige mais do cérebro humano do que qualquer outra, porque ao contrário dos audiovisuais — que já oferecem imagens, formatos e sons prontos —, na leitura do livro é preciso imaginar as cores, os tamanhos, as expressões e as vozes. Esse exercício faz jus a todos os benefícios do ato de ler — informação, reflexão, criatividade, emoção, sensibilização, raciocínio e senso crítico. Além disso, a leitura do livro exige exclusividade e foco, um ótimo treino para a concentração.

Neste sentido, mais do que nunca, faz-se necessário a realização de eventos e programas que fomentem a leitura de livros. O ato de ler deve ser entendido como uma ação em prol da liberdade, porque através dele o indivíduo pode pensar por si, ter raciocínio crítico, opinião, autonomia e, finalmente, ser capaz de assumir sua função de agente transformador da realidade em que vive.

 

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