Na noite de ontem, Ciro Gomes (PDT) chamou de “um filho da puta desses” o promotor de São Paulo que o processou por injúria racial. Na declaração feita durante a sabatina da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o presidenciável foi além: “Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele, porque se eu for presidente essa mamata vai acabar”.
O processo foi movido pelo Ministério Público paulista por conta de uma declaração dada por Ciro em abril, numa entrevista à rádio Jovem Pan. Na ocasião, ao falar da possibilidade de uma aliança sua com o DEM, ele se referiu ao histriônico líder do Movimento Brasil Livre (MBL) e vereador paulistano Fernando Holiday (DEM), que é negro, como “capitãozinho do mato”.
Certamente, o novo destempero de Ciro foi de encontro aos eleitores de esquerda, ressentidos com a operação Lava Jato, que já colocam o pedetista como terceiro colocado em todas as pesquisas nos cenários sem Lula. Mas como a Lava Jato conta com o apoio de cerca de 90% da população brasileira, a incontinência verbal do político cearense parece ter pouca chance de conquistar votos para além dos já convertidos.
Ciro já ficou fora do 2º turno da eleição presidencial de 2002, após declarar que o principal papel da sua então esposa, a atriz Patrícia Pillar, era “dormir” com ele. Depois, em março de 2016, se envolveu num bate-boca em frente ao prédio do seu irmão. Visivelmente alterado, ele chegou a confrontar e ameaçar fisicamente manifestantes — “amanhã, vem um e dá um tiro na sua cabeça, filho da puta!” —, além de se referir a Lula como: “um merda!”.
Agora, processado por outra declaração infeliz, Ciro ofendeu e ameaçou institucionalmente um membro do Ministério Público. Com o nome preservado, foi revelado hoje que se trata de uma mulher.
O maior promotor de acusação contra Ciro é ele mesmo. E sua boca grande. Fosse peixe, no lugar de presidenciável, dificilmente passaria da fase de alevino.
Análise bem feita. Texto irretocável
Ele é destemperado, mas exagerou. Realmente, dessa forma, vai perdendo eleitores.
Aluysio.
Oportuna observação de advertência para que o eleitor fique atento ao destempero de Ciro Gomes que se pensava superado.
Um presidente da República precisa ter comportamento compatível com o que a liturgia do cargo exige.
Abs, Guilherme.