Briga e tiros na madrugada
Uma briga generalizada entre mais de 10 pessoas durante a madrugada, com direito a pedradas, fecha as duas pistas de uma rua residencial. Um dos envolvidos sai de carro, faz a volta e efetua três disparos com arma de fogo. Outro envolvido na briga acompanha o retorno agachado da calçada, atrás de um carro parado, também empunhando uma pistola. Por sorte a confusão na saída da boate Luxx, na rua Pero de Góis, não acabou em tragédia na madrugada do último sábado (01). Para não contar só com a sorte, a superintendência de Postura, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Municipal (GCM) discutem o caso na próxima quarta (05).
Versão x fato
A dinâmica foi toda testemunhada de cima, de um edifício vizinho à boate. No próprio sábado, o fato foi denunciado (aqui) na Folha 1. Um dos proprietários da boate, o advogado Amaro Galaxe disse na matéria: “Na rua, pós-evento, a gente não tem como acompanhar. Mas, mesmo assim, nossos seguranças, quando saem, ficam em volta para evitar confusão ao redor. Mas não aconteceu, graças a Deus”. Não só aconteceu, com os tiros ouvidos por pessoas distantes do local, como os seguranças não são capazes nem de controlar o som alto dos carros parados em frente à boate, interrompendo o sono da vizinhança em todas as madrugadas de evento.
O rastro
O desrespeito não é só à Lei do Silêncio, que impede o sono durante a madrugada em todo o Parque Tamandaré — área nobre com um dos IPTUs mais caros do município. A rua Pero de Góis foi projetada ainda nos anos 1920 pelo arquiteto francês Alfred Agache (1875/1959). A manutenção das suas duas vias largas, separadas por canteiros arborizados, é um refúgio a quem busca espaços para caminhar ou correr numa cidade que não tem um parque público. Com o rastro de lixo e garrafas quebradas deixados pelos frequentadores da boate, a prática de esporte pela manhã se tornou uma atividade de risco no local antes limpo e tranquilo.
Postura
A boate Luxx já tinha sido notificada e, pela reincidência, agora receberá duas multas no valor total de R$ 1,8 mil. Foi o que informou ontem à coluna o superintendente da Postura, Victor Montalvão. Por iniciativa dele, a reunião desta quarta entre Postura, GCM e PM, para tratar da questão da segurança na praia do Farol durante o verão, abordará também a fiscalização aos problemas gerados pela boate e os ambulantes que se reúnem no local. Montalvão informou que a autorização era apenas para venda em carrinhos, não às barracas metálicas montadas no meio da rua, desde à tarde, antes das madrugadas de evento.
Guarda
A coluna também falou com o comandante da GCM, Fabiano de Araújo Mariano. Ele destacou que são várias irregularidades denunciadas: som alto, barracas de ambulantes não autorizadas, lixo, estacionamento em fila dupla e até tripla, e questões de segurança — como brigas, agressões a mulheres e, agora, até tiros. Mariano garantiu que na questão das filas duplas, que chegam a interromper o tráfego nas madrugadas, a GCM atua quando solicitada. Moradores do local, no entanto, disseram que isso não acontece. E que, apesar do constante transtorno à ordem pública, nunca viram um carro parado irregularmente ser rebocado do local.
PM
Subcomandante do 8º BPM, o tenente coronel Robson também falou com a coluna. Ele confirmou a reunião de quarta, com a Postura e a GCM para tratar das irregularidades na Pero de Góis. Quanto à questão do som alto, moradores garantem que é a PM, não a GCM, que atua para resolver o problema. Robson lembrou que a atuação tem que envolver outros órgãos de fiscalização, não só do município, como os Bombeiros. A PM costuma ter problemas em áreas de comunidades. O Parque Tamandaré sempre conviveu bem com a da Tamarindo. Ironicamente, a “favelização” da área ocorre por conta de um estabelecimento comercial.
E na Pelinca…
Em outra área nobre, na av. Pelinca, o condomínio do edifício Vollare respondeu, no domingo (02), à empreiteira DAC Construções e Pavimentações — que construiu o prédio interditado há nove dias por problemas estruturais. À frente do caso, o blog Ponto de Vista, do diretor da Folha Christiano Abreu Barbosa, reproduziu (aqui) a nota que representa as 28 famílias desalojadas: “Não há que se falar que a construtora atendera aos parâmetros de segurança (…) quando esta se recusou a proceder as intervenções necessárias desde o primeiro sinal do vício construtivo, protelando uma solução definitiva, obrigando o condomínio a socorrer-se do Judiciário”.
Publicado hoje (04) na Folha da Manhã
Permita-me aproveitar do ocorrido para pedir as autoridades que vão se reunir para tratar do funcionamento irregular de um minimercado que funciona na Ruabarão da lagoa Dourada, quase chegando na pelinca. De dia é um minimercado comum e de noite vira um bar com gente bebendo nas calçada em frente ao pelinca office prime. Não bastasse o consumo de álcool até por menores, temos consumo de drogas na região que cada vez aumenta mais. Já solicitei em vários ofícios à postura que regrasse o funcionamento do estabelecimento, uma vez que, sendo um minimercado ele não poderia funcionar como bar, porque não tem espaço para acomodar clientes e nem banheiros. Pior é que o próprio dono coloca um balcão na frente do minimercado para ninguém entrar e vende as bebidas por ali para que sejam consumidas na rua. A coisa chegou a um ponto em que toda sexta e sábado virou ponto de encontro de jovens para beber e consumir drogas na rua. Enquanto a postura não faz nada os vizinhos vão se virando como podem, aturando cheiro de maconha e urina, garrafas espalhadas pela rua e a presença de traficantes que abastecem os usuários. Solicito que seja colocado em pauta esta situação também da “área nobre” de Campos.
Sr. Lauro você deveria passar a se informar mais!