Para quem acha que o consórcio PT/ PMDB, que governou o Brasil por 13 anos, tinha dado seu último suspiro com a derrota de Renan Calheiros na eleição à presidência do Senado, ledo engano!
Dias Toffoli, presidente do STF, chegou à corte após ser advogado do PT e advogado geral da União no governo Lula. Já Alexandre de Moraes foi indicado por seus préstimos como ministro da Justiça de Michel Temer.
Pois Moraes determinou ontem a censura prévia ao site O Antagonista e à revista eletrônica Crusoé. Retirou do ar, em ambos, a mesma matéria jornalística. Nela, Toffoli é chamado por Marcelo Odebrecht de “amigo do amigo do meu pai”.
É um preocupante retrocesso à liberdade de imprensa no país. E um desrespeito flagrante à Constituição que os dois ministros são pagos para preservar. Além da desinteligente promoção do site e da revista, com sua linha editorial de direita, à condição de mártires de uma causa justa.
Para quem, com mais ou menos razão, trata as sucessivas trapalhadas de Jair Bolsonaro (PSL) com o chavão “Retrocede Brasil!” — irmão siamês do “Ele não!” que elegeu o presidente —, a insuspeita dupla Toffoli/Moraes evidencia que é preciso olhar primeiro o próprio rabo. E ter vergonha!
Prezado Jornalista,
Quem tem aliados como Toffoli não precisa de inimigos. Atribuir alguma relação entre a dupla Toffoli/Moraes ao legado Lula/Dilma não é desinformação, pois esse defeito não lhe acomete.
Sobra só a opinião equivocada mesmo.
Esse suposto ato de censura é um ruído do encontro das placas tectônicas que destruíram o país, a Lava Jato e as primas donas do STF, que disputam avidamente a preponderância na arena do protagonismo judicial que nos assola desde algum tempo.
É a criatura tentando devorar o criador e vice-versa.
Outro ponto que salta aos olhos é a completa desconexão entre a suposta ligação de Toffoli com o PT e o ato praticado por ele com a cumplicidade de Moraes.
Ora, o PT seria o principal interessado no achincalhamento público do presidente do STF, haja vista que qualquer foca saberá lhe dizer que dentre os petistas, Toffoli é considerado traidor, com adjetivos impublicáveis.
Ou é isso, ou o jornalista sabe mais do que disse, que também não adianta muito para o objetivo a que se prestava a nota.
Caro Felipe Silve,
Equívocos de opinião à parte, vamos aos fatos. Toffoli mandou soltar o ex-ministro petista Paulo Bernardo, pulando duas instâncias; votou duas vezes pela soltura de seu ex-chefe na Casa Civil do governo Lula José Dirceu, quando estava em prisão preventiva e quando já condenado em segunda instância; votou contra a prisão em segunda instância dois meses após Lula ter sido indiciado pela Polícia Federal no caso do triplex; votou pela concessão de habeas corpus a Lula e ao ex-ministro petista Antonio Palocci; votou para tirar do então juiz Sergio Moro as menções da delação da Odebrecht a Lula que tratam do sítio de Atibaia e do Instituto Lula; e votou pela anulação de provas contra o casal petista Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo na Operação Custo Brasil.
Se a ficha corrida listada acima não endossa a condição de “amigo do amigo (Lula) do meu pai (Emílio Odebrechet)” do atual presidente do Supremo, como a ele se referiu Marcelo Odebrecht e foi revelado nas matérias censuradas de O Antagonista e da Crusoé, talvez não seja mesmo a questão de apelar ao que sabe qualquer foca. Está mais para a sardinha que o alimenta.
Abç e grato pela chance do debate!
Aluysio