Copa do Brasil evidencia que há duas torcidas no RJ: a do Flamengo e a antiFlamengo

 

 

Nunca fui fã de torcer contra time adversário. Mesmo ao Vasco, pelo qual nutria implicância na adolescência, muito em parte à repugnância ao cartola Eurico Miranda, passei a ter simpatia depois que Dener jogou nos anos 1990 pelo time de São Januário.

Isso posto, a bipolaridade das redes sociais parece ter escancarado de vez uma coisa que sempre existiu no futebol fluminense. Ao quem o é de nascimento, para além do clube, parecem existir apenas duas torcidas de futebol no Estado do Rio: a do Flamengo e a antiFlamengo.

Antes de torcer por seu times, botafoguenses, vascaínos e tricolores torcem contra o Flamengo. O motivo é o mais velho da humanidade: ressentimento. Afinal, entre os clubes do Rio, qual é o de maior torcida, títulos estaduais, brasileiros, da Libertadores e Mundial? Qual o que nunca passou pela humilhação de ter caído na segunda divisão nacional?

Óbvio como a única resposta às perguntas, é o motivo do regozijo que a maioria dos torcedores de Botafogo, Vasco e Fluminense demonstram, desde o final da noite de ontem, pela eliminação do Flamengo, diante do Atlético Parananese, nas quartas de final da Copa do Brasil. Merecida, aliás, pois time que perde três pênaltis em jogo eliminatório, foi porque não se mostrou capaz de seguir adiante.

 

“O Jantar” (1820), óleo sobre tela de Jean-Batiste Debret

 

Agora se refastelar com isso, como as ilustrações mostram os escravos da Casa Grande com o que caía da mesa dos senhores de engenho, é digno de pena. À luz da razão, a única empatia possível é pela necessidade emocional de abolição. Se tem serventia prática, é aquela que hoje repeti a um colega de trabalho sobre esse pedagógico voyeurismo futebolítisco:

— Deve ser interessante gozar pela genitália alheia!

 

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Este post tem um comentário

  1. Cesar Peixoto

    Sou vascaíno de coração mas o meu segundo time é o Flamengo, a minha seleção é a seleção do Brasil e a segunda é a seleção da Argentina.

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