MPF fala sobre Cambaíba
Na última quinta (1º) a Folha gerou três perguntas ao Ministério Público Federal (MPF) de Campos. Que naquele mesmo dia divulgou (aqui) inquérito apontando que os corpos de 12 presos políticos da ditadura militar foram queimados nos fornos da usina Cambaíba, entre 1973 e 1974. As denúncias iniciais foram do ex-delegado do Dops Cláudio Guerra, no livro “Memórias de Uma Guerra Suja”, de 2012. O caso voltou ao noticiário nacional no dia 29, quando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que um dos 12 presos, o ex-militante de esquerda Fernando Santa Cruz, citado por Guerra, teria sido morto pelos próprios companheiros.
MPE já tinha falado
A intenção inicial da Folha era ter, via assessoria do MPF, as respostas do procurador da República de Campos, Guilherme Virgílio, até o sábado (03), para publicá-las no domingo (04) junto a outra entrevista, com o promotor do Ministério Público Estadual (MPE) Marcelo Lessa. Ainda em 2012, ele arquivou investigação sobre as denúncias de Guerra, concluindo: “desses supostos assassinatos ou ocultação de cadáver, não há o menor indício sério e idôneo de quem possam ter ocorrido em território campista”. Marcelo recebeu as perguntas na sexta, um dia depois do MPF. Ainda assim, enviou suas respostas a tempo da publicação (aqui) no domingo.
Respostas do MPF (I e II)
Via WhastApp, a Folha tinha tentado contato diretamente com o procurador Guilherme desde o dia 30. Mas não teve retorno. Ontem (07) o MPF de Campos enviou, via assessoria, suas respostas às perguntas do jornal: 1) Quantos depoimentos e de quem, caso seja possível revelar, além do Cláudio Guerra, foram utilizados para embasar a denúncia? MPF: “Foram realizadas mais de 25 oitivas, mas a identidade física das testemunhas segue em sigilo, para protegê-las”. 2) Quais foram os documentos e quantos foram analisados também para chegar a essa conclusão? MPF: “Foram centenas de documentos”.
Respostas do MPF (III)
Por fim: 3) Houve relatos de alguém além do Cláudio Guerra que corroborou sua versão? De quem e de quais funções? MPF: “Sim, vários depoimentos corroboraram os fatos narrados, mas, como já dito, a identidade das testemunhas permanece em sigilo”. Pelas respostas curtas e genéricas dadas pelo procurador da República, cujos sigilo e cautela se entendem, não dá para saber muito mais sobre o polêmico caso. Ontem, no link da postagem da entrevista de Marcelo Lessa à Folha no Facebook, quem levantou argumentos (aqui) para contestar a conclusão do MPF foi o policial civil José Bainha, representante da família herdeira do espólio de Cambaíba.
Resposta de Cambaíba
“A data das alegadas incinerações de oito dos 12 corpos, antes do início da moagem, torna essa versão absurda. Os fornos de uma usina não são como fornos domésticos ou de padaria, que podem ser ligados a qualquer momento. Na moagem não existe ‘calada da noite’, o funcionamento é 24h em turnos de 12h/12h, cada um com 20 funcionários, fora os caminhões de cana que avançam a madrugada. Além do mais, os fornos ficavam diante de uma via pública e um vilarejo com 200 casas. Sou neto de Heli Ribeiro Gomes (falecido proprietário da usina) e digo como família que vamos rebater essa narrativa infundada”, garantiu Bainha.
Bolsonaro mentiu
Após investigação, a Comissão Nacional da Verdade concluiu que Fernando Santa Cruz foi preso, torturado e morto pelas forças de repressão da ditadura. Mas deu duas alternativas ao destino do corpo: teria sido incinerado em Cambaíba, como dizem Guerra e o MPF de Campos, ou enterrado em vala comum no Cemitério dos Perus, em São Paulo. Na dúvida, uma certeza: Bolsonaro mentiu quando disse que o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, teria sido morto pelos próprios companheiros. O relatório secreto RPB 655, do Comando da Aeronáutica, prova que Fernando Santa Cruz foi preso pela ditadura em 22 de fevereiro de 1974.
E ironizou Garotinho
Bolsonaro voltaria a colocar Campos na pauta. Na segunda (05), em entrevista à jornalista Leda Nagle, ele ironizou o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido). Sobre a violência do Estado do Rio, a repórter lembrou que houve quem já tenha prometida acabar com o problema em seis meses. Ao que o presidente respondeu rindo: “Mas ele era Garotinho”. E, sem parar de rir, emendou: “Fez até um livro, né?”. O presidente se referiu a “Violência e Criminalidade — Diagnóstico e Propostas para uma Política Democrática de Segurança Pública”, publicado por Garotinho em 1998, quando se elegeu governador. E deu no que deu.
Publicado hoje (08) na Folha da Manhã
O Brasil cada vez mais medieval. Exaltação a torturadores é abjeto é inaceitável, não importa qual a corrente político-ideológica.
Revista francesa Le Point destaca a “sugestão” feita por Jair Bolsonaro para ajudar o meio ambiente: “fazer cocô dia sim, dia não”. Publicação, que ironicamente chama Bolsonaro de “notório cientista do clima”, ressalta a última polêmica ambiental protagonizada por ele “ao questionar os números oficiais do desmatamento na Amazônia, que registraram uma explosão de 278% em julho”
Freixo diz que Bolsonaro falará dia sim, dia não.
Após Jair Bolsonaro sugerir que um repórter fizesse “cocô dia sim, dia não” como forma de auxiliar na preservação do meio ambiente, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), usou o Twitter para ironizar a declaração escatológica feita pelo ex-capitão. “Bolsonaro vai falar dia sim, dia não. É isso?” , postou.
“É só você deixar de comer menos um pouquinho. Você fala para mim em poluição ambiental. É só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também”, disparou o ex-militar.
Jair, um incapaz com fixação em cocô.
Nos meus 70 anos de idade, 21 deles vividos sob uma Ditadura Militar sangrenta e criminosa, que deixou traumas indeléveis e lições amargas, nunca passou pela minha cabeça que o destino do nosso povo pudesse estar nas mãos de pessoas tão primárias e tão limítrofes. Desesperador. Revoltante.
“…A REFORMA DA PREVIDÊNCIA FOI APROVADA…”
É só ISSO que segura o nazista no cargo. Fazer a política do Mercado Financeiro. Enquanto estiver ferrando o povo e dando lucro aos donos do Capital, ficará no cargo. O país chegará em 2022 como terra arrasada, meio ambiente devastado, direitos trabalhistas destruídos, movimentos de trabalhadores e minorias organizados serão atacados, criminalizados e esfarelados… mas o importante é aprovar as tais reformas que o Mercado Financeiro tanto quer.
O que fizemos de tão ruim para merecer esse traste na presidência?
Caro Daniel, Lula foi condenado porque venceria as eleições. Moro e Dallagnol conduziram um processo sem provas para incriminá-lo.
O STF precisa corrigir esse grande erro da justiça brasileira. E não adianta o argumento furado de que quem defende a anulação desse processo é a favor da corrupção. Ninguém em sã consciência é contra a corrupção. Somos, sim, a favor da justiça, aquela que julga sem olhar a cara do freguês. E isso não foi o que aconteceu com Lula.
Está provado que Moro e Dallagnol fizeram malabarismos jurídicos para conseguir condená-lo.
Falhou mais uma operação das Organizações Tabajara para desviar a atenção do público dos descalabros e ilegalidades da Operação Lava Jato.
Qual vai ser a próxima? Os “gerenciadores de crise” da força-tarefa até que trabalharam direitinho: entrevista de Deltan Dallagnol à Época, de Moro à IstoÉ, tentativa de mandar Lula para Tremembé e, finalmente, o grampo com a fala de um bandido de manual, com texto típico da dramaturgia da Record, a dizer que bom mesmo eram os tempos do PT. Quem é mau segundo a ótica do criminoso oportuno? Ah, é Sérgio Moro!
Nem os trouxas de sempre caíram, tal o amadorismo do troço.